Sentir, sem sentido

Eu nunca havia me dado conta de como era difícil perdê-lo. Mas como perder se nunca o possui? Devo ter perdido a mim mesma enquanto tentava te reencontrar. O meu corpo, a minha alma; nada parece mais me pertencer. Talvez tenha sido este então o meu erro. Tenho lutado contra as evidencias que te incriminam. Descobri que não sou capaz de te odiar ou, muito menos, te culpar. Na verdade, nem o quero. Talvez o nosso único acerto tenha sido romper os laços que tanto um dia buscamos preservar. Tentamos demais. Como sempre, fomos alem dos limites que nos fora imposto; como sempre, ultrapassamos aquilo que conseguíamos suportar. Mas, suportar? Isso! Passamos a nos suportar quando deixamos de se importar. Mas nada realmente faz sentido. Eu continuo amando você, talvez ainda mais que antes. Que espécie é esse de amor que tem de suportar o outro para se manter vivo? Talvez tenhamos superado um ao outro. Ou talvez não, não acho possível. Não faz sentido. Como poderia superar você? Eu devia castigar a minha mente por esse desejo tão masoquista! Pra quê superar? Não vejo razão, não quero te deixar pra trás. Talvez não seja necessário precisar esquecê-lo para conseguir seguir em frente. Talvez tenhamos força o suficiente para enfrentar o mundo sem a ajuda um do outro. Talvez todos esses anos que juramos nos amar, não tenham sido em vão só porque iremos nos separar. Afinal de contas, o amor faz bem, faz crescer, e ele não precisa de alimento para se manter. Digo, não fisicamente, pois terei as lembranças do nosso amor para fazer manter vivo o que um dia fomos, o que um dia sonhamos ser. Então amor, pois assim ainda irei chamá-lo, vamos combinar uma coisa? Superemos nossas brigas, nossas derrotas, nossas desavenças. Mas não superemos o nosso amor, o que fomos um para o outro. O amor é eterno, mas não somente enquanto dura.

Com amor, Natália.

Louise Hammer
Enviado por Louise Hammer em 17/10/2011
Código do texto: T3282601
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