Os Comodos da Casa

Choveu ainda há pouco lá fora. A Casa permanece intacta , mas a agua borra as figuras do retrato, imagens apagadas , decorando o medo.

Convoco-lhe para um passeio na vida, de expresso.

(Volte pra casa)

A maria-fumaça avança entre a neblina, os rostos borrados ganham eloquência, desfocados nas ausências próprias da saudade, a gente mora um pouco mais dentro da gente.

Construi casas pela metade, edifiquei minhas razões, os passaros pousam sobre o telhado e eu vejo as paredes em paz.

No quarto há uma janela de frente para a vida,

Na porta bem vindo para o futuro

Mesa, e cozinha, preparando com amor tantos sonhos...

O Prato principal há de ser cozido, um aroma de sabor doce passeia pela casa, desfilando alegrias , todas que já vieram, e todas que virão.

(Volte para casa)

Na sala de estar existe a saudade, pendurada na parede perto da estante , onde as imagens são transmitidas pelas lembranças , sem tela, nem troca de canais.

O Amanhecer quando invade a sala, respira o ar que sai da tua boca, um vaso com flores violetas enfeitando os sorrisos que circulam pelo ar.

( Saudade... volta pra casa)

O Banheiro reflete no espelho os motivos que a eternidade nos dá, a toalha recém pendurada atrás da porta, molhada, jogada as distinções dos olhares cruzados na cena.

Eu sou a tua casa, todo o resto é telhado e parede, me enfeita, ajeita... faça a teu gosto, hoje eu espero sorrindo, que bata a porte e entre.

É a Saudade que te busca sorrindo,

mas hoje sussura aos pés da cama...

Volta pra casa.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 17/10/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3281251
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.