«Namorados» - Tela de Simone T. Pigiani
A MAIS BELA DAS MÚSICAS
E aquele instante se fez eterno,
no calor dos beijos,
na ternura dos abraços,
na cumplicidade das palavras
e das emoções sentidas...
E o dia, que já era quente e belo,
mais belo e quente ficou
no toque dos dedos,
na pele na pele,
nos lábios nos lábios,
no olhar no olhar,
nas mãos que sentiam
o bater do coração do outro…
Nos corpos desejosos os sentidos afloravam,
e o carinho se fazia paixão.
A ternura entregava-se ao abandono,
as carícias surgiam sedentas de mais,
cada vez mais…
E os olhos tudo diziam,
as essências misturavam-se,
a respiração fundia-se na do outro.
Misturavam-se os desejos
muito para além das quatro paredes
da realidade que os rodeava.
E a melodia do outro chamava,
numa leveza que só o amor entendia,
em suaves entoações
de notas de carinho que se misturavam.
No ar soltava-se o suave aroma
dos beijos molhados,
das línguas que se enlaçavam,
dos lábios que escorregavam na pele,
dos corpos que desejavam e pediam mais,
enchendo de paixão o espaço que existia
para além daqueles dois corpos.
E quando aquelas quatro mãos
se tocavam para amar,
o olhar compunha os mais lindos versos
na pauta dos seus sonhos.
Cerravam-se depois os olhos
e os corpos e os corações
dançavam na sinfonia do amor,
e da paixão
a mais bela das músicas
até hoje inventada.
«La vie en rose» - Louis Armstrong
Ana Flor do Lácio (21/09/2011)