Despedida
Olhava-o de um jeito... Os olhos baixos, contendo as lágrimas. Ele também a olhava. Firme com a promessa da volta e ela não acreditava. Soldados morriam. E este seria o destino dele, embora ele não acreditasse. Mas para ela, era certeiro. Não sobreviveria já que o destino não era seu amigo. Da janela do trem ele esticou o braço e ela fez o mesmo. Apertou sua mão fortemente.
- Eu te amo.
Uma lágrima riscou a face dela. O olhar dele continuava convicto. O trem começou a se movimentar. As mãos continuaram unidas para finalmente, com muito pesar, serem soltas pelo destino. E sem perceber, ele levara sua pulseira. Um sorriso desenhou-se quando admirou o objeto em suas mãos. Várias lágrimas riscaram sua face. Ele se fora. Vazio.
Os anos voaram e quando já era mãe o viu novamente andando livremente e a salvo. Tentou alcança-lo. Encarou-o. Uma grande cicatriz cobria seu olho esquerdo. Sua mão parou em sua boca. Grande surpresa. Ele se limitou a sorrir, por a mão no bolso e lhe entregar a pulseira já danificada e enferrujada.