Isaura
Tinha vinte e seis anos e nunca conheceu o amor na vida, Isaura era uma moça recatada, sozinha e tímida.
Não saia de casa a não ser para breves passeios pelo jardim, colhendo flores e frutas. Da janela do seu quarto via um mundo no qual não conhecia, morava numa fazenda e nunca tinha ido a cidade, sua família tradicional privava a filha de todos os tipos de amizades, sentia-se sozinha vagando em seu quarto, sobre uma estante seus únicos companheiros agora abandonados e empoeirados, os livros que outrora lhe agradava, já não lhe trazia mais o regozijo de descobrir o mundo apenas pelas folhas, queria tocar, experimentar as sensações.
Fitava o grande mundo da pequena janela do seu quarto, seus olhos que pareciam curiosos não deixavam escapar nada, todos os barulhos que lhe chegasse os ouvidos, fosse do mundo externo ficava curiosa. Á noite não dormia a imaginar e sonhar, correndo nos vilarejos sendo enamorada por um rapaz cavalheiro que vinha a janela do seu quarto e lhe roubava, montados em seu lindo alazão, fugiam para os horizontes a onde o vento indicava o caminho, para viverem séculos de liberdade.