EXPRESSO DO AMOR
Meu nome é Elise, estou em Paris, a cidade dos apaixonados, ou jornalista, e fui enviada pra cá, para fazer uma reportagem sobre o romantismo nessa cidade maravilhosa.
Realmente, Pais é uma cidade dos sonhos, linda mágica, encantadora, tudo aqui representa o Amor, apesar de possuir os problemas urbanos que toda cidade tem, embora aqui, os turistas e visitantes nem se importem com isso.
Já estava aqui a uma semana, e relatei tudo o que achei interessante em meu diário de viagem, entrevistas, fotos, locais, tudo era perfeito, e por um segundo me senti completamente só, parecia-me faltar algo, até achei normal, porque a muito tempo viajava pelo mundo, tento apenas meu computador portátil e minha câmera como fieis companheiros.
Seria minha ultima noite em Paris, na manhã seguinte seguiria para Veneza, no trem expresso que ligava as duas cidades. Acabei passando a noite em meu quarto de hotel, arrumando todos meus pertences para a viagem logo de manhã.
Meu trem partiria as 8:20 da manhã, então teria de acordar cedo, para poder estar na estação no horário. O que eu, não imaginava, são os relatos que dividirei com vocês agora.
Estava eu, devidamente acomodada no trem que me levaria a Veneza, lendo, porque adoro ler nessas viagens, o tempo passa mais rápido, quando aquele homem entrou, ele era realmente encantador, alto, olhos claros, sua pele era branca, e sentou-se bem ao meu lado, esboçando um sorriso.
Tentei fingir não notar, mas realmente era quase impossível não sentir aquele perfume, deliciosamente envolvente.
Quando o trem começou a andar tentei me concentrar na leitura, o que durou pouco tempo, quando aquele homem me disse:
- Buongiorno signorina, sei italiano?
Apenas respondi com um leve aceno de cabeça, e notei que ele esperava uma resposta, seu sotaque era encantador, acho que ele era inglês, e então respondi:
- Buongiorno Sir! No inglese!
Nesse momento, ele sorriu, e disse:
- Que bom, posso conversar em nosso idioma, não sou muito bom em italiano...
- Nem eu... – respondi sorrindo.
- Permita-me que me apresente sou Alexander, professor de matemática, e estou aproveitando minhas férias, conhecendo outros países! Evocê?
- Sou Elise, sou jornalista, e estou viajando a trabalho, naquele momento não queria dar detalhes demais aquele estranho.
- Aceitaria um café, senhorita Elise?
- Claro!
Levantamos e fomos para o vagão restaurante, passamos horas conversando, sobre coisas sem sentido, parecia que ambos não queriam entram em um âmbito pessoal na conversa, achei ótimo, porque não desejava que ele soubesse nada de minha vida.
A viagem passou rápido, me despedi daquele estranho e seguimos nosso caminho.
Chegando a Veneza fui direto para o hotel, queria descansar, mas admito a primeira vista, aquela cidade era realmente encantadora, muito mais que Paris, ao meu ponto de vista.
Esperava não encontrar mais aquele homem, embora tenha gostado dele, assim... a primeira vista, procurei apenas relaxar, tomar um banho e descansar... mas não foi bem assim que aconteceu.
Estava me preparando para o banho, quando o serviçal do hotel bate a minha porta e me entrega um embrulho junto com um bilhete, que estava escrito.
- Miss, scusa la minha franchezza, ma mi piaceebbe venire AL ballo com me, accettare questo dono, saro aspettando Allá reception dell’albergo Le 20 hore! Grazie Alexander.
Senti o rosto corar, agradeci o mensageiro do hotel, não imaginei que aquele estranho fosse capaz disso, fechei a porta e fui ver o embrulho, era um vestido lindo, vermelho, longo, perfeito, fui tomar um banho, mergulhei na banheira de espuma para relaxar, o que aquele estranho desejaria...
As horas passaram rápido, e estava a me aprontar, o vestido ficou perfeito, sentia-me uma rainha vestindo ele, me arrumei o máximo possível, não sei porque, queria estar encantadora.
Na hora marcada, desci para o saguão do hotel, e lá estava ele, lindo... de smokei, jamais havia imaginado vê-lo assim, estava encantador. Quando me aproximei ele simplesmente pegou minha mão e disse:
- La signorina è davvero incantevole e grazie per aver accettato Il mio invito! Non vorrei andare AL ballo senza di lui!
- Grazie... Mas por favor, falemos em nosso idioma....rs
- Claro querida... falta apenas um detalhe...
Nesse momento ele faz um sinal ao recepcionista do hotel, que entrega-lhe uma caixa ricamente ornamentada e abre, ele gentilmente retira da caixa, um lindo colar. Olhei-o espantada, quem seria ele?
Delicadamente, ele coloca em meu pescoço, aquele colar era lindo, perfeito... jamais havia me imaginado usando uma jóia daquelas e disse:
- Senhor, não devia fazer isso..., não me conhece....
- Conheço mais do que imagina, bella senhorita, e não se preocupe, é um empréstimo, no final da noite terá de devolver... disse ele em meio a um sorriso.
Fiquei completamente sem ação, homem nenhum jamais havia me tratado assim... ele notando meu constrangimento, simplesmente pega-me pela mão e diz:
- Vamos... não quero chegar atrasado ao baile! Dizem que esse baile é maravilhoso, e não quero perder nada aqui em Veneza!
Simplesmente o acompanhei, mas minha cabeça estava confusa, tinha tantas perguntas a fazer, meu lado jornalista adoraria desvendar aquele estranho, não parecia ser um simples professor de matemática, tinha muita classe, e aparentemente posses, me sentia estranha... pela primeira vez me deixei levar pela emoção.
Chegamos ao baile, foi realizado em um local encantador, parecia surreal demais tudo aquilo, parecia que estava em um conto de fadas, estranho falar isso, ainda mais uma jornalista, mas sim, era assim que me sentia, o ar era mágico, perfeito para o romance.
Nos acomodamos na mesa destinada a nós e ele pediu um vinho, ficamos ali por algum tempo, apenas nos observando discretamente, queria saber mais sobre ele, e pela primeira vez, não sabia como perguntar, quando ele tirou-me para dançar. Tentei explicar-lhe que não sabia dançar, mas ele simplesmente sorriu e arrastou-me para o centro do salão.
Sentia-me leve, seria o efeito do vinho, ou talvez a presença daquele homem tão próximo, pra minha surpresa não pisei nos pés dele...rs, quando voltamos para a mesa, finalmente criei coragem e disse:
- O senhor não é professor... estou certa disso! Pode me dizer quem realmente é?
- E está certíssima minha querida... mas cada coisa a seu tempo, aproveitemos a noite... prometo responder-lhe tudo o que desejar... amanhã!
Amanhã, pensei comigo, como ele sabia que nos encontraríamos novamente amanhã? Tenho meu trabalho, e não poderei encontrá-lo amanhã, e tentei dizer-lhe isso, mas ele definitivamente não quis ouvir. A noite foi mágica, tudo era tão perfeito, era quase meia noite, quando saímos do baile e ele me levou de volta para meu hotel, deixou-me na porta de meu quarto, e disse:
- Boa noite minha querida, foi uma ótima companhia!
- Digo o mesmo, me diverti muito essa noite, como a tempos não me divertia, obrigada!
Fiz menção de tirar o colar, mas ele impediu-me e disse:
- Não... entregue-me amanhã, será uma boa desculpa para encontrá-la novamente! Agora se me permite... boa noite minha querida!
Dizendo isso deu-me um beijo de leve nos lábios, tentei falar algo, mas as palavras não saíram e vi ele pegar o elevador e me deixar ali.
Passei a noite em claro, tentando descobrir quem era ele, meus lábios ainda queimavam ao lembrar do beijo suave que ele me deu. Precisava me controlar, não era nenhuma adolescente, que foi levada ao baile pela primeira vez, pelo seu namorado, bem ... na verdade era a primeira vez que era convidada para um baile dessa maneira, e admito estava completamente encantada, justo eu, uma jornalista, encantada por um desconhecido.
Naquela manhã pedi meu café no quarto, sentia-me completamente horrível para descer ao salão principal, e precisava colocar a cabeça em ordem, antes de encontrar com aquele estranho, isso é se me encontrasse com ele novamente, mas ele disse que viria, buscas o colar...
Tomei meu café, depois de um banho para repor as energias, precisava trabalhar, peguei aquele colocar valioso, e pedi para guardarem no cofre do hotel, afinal teria de devolve-lo ao legitimo dono, quando ele aparecesse.
Saí, para começar a colher informações para minha reportagem, Veneza era realmente encantadora, com seus canais, entrevistei alguns turistas e moradores locais, o dia passava lentamente, e tinha a impressão de ser observada a cada momento, mas procurei desvencilhar esse pensamento, precisava me concentrar no trabalho, o que realmente importava, mas mesmo sem querer, lembrava-me de Alexander, o que ele estaria fazendo agora?
Parei em um restaurante encantador para almoçar, e fiquei a observar as gôndolas, passando com os casais apaixonados, tirei algumas fotos, essa matéria seria perfeita.
Depois do almoço, voltei para o hotel, queria editar todas as informações que havia colhido naquela manhã, perguntei se havia recados pra mim na recepção, mas nada.... no fundo fiquei decepcionada, esperava noticias de Alexander, ele nem veio buscar o colar. Subi para meu quarto, e tentei me concentrar em todas as coisas que precisava fazer, naquela altura era quase impossível, Alexander não sai de meus pensamentos, quem era ele? De onde veio? Eram tantas perguntas... então decidi investigar por mim mesma, comecei pelos funcionários do hotel, da loja onde comprou-me o vestido, da joalheria, até o recepcionista... mas não obtive informações.... fiquei frustrada de certa maneira, ele parecia não existir, seria ele fruto da minha imaginação, claro que não... o vestido era real, o colar real, e o beijo mais real ainda.
Estava sentada no bar do hotel, distraída com meu copo de vinho, quando ouço uma voz atrás de mim:
- Soube que andou perguntando por mim minha querida!
Senti o coração gelar, era ele.... Alexander... senti suas mão sobre meu ombro, e virei-me quase que automaticamente e disse:
- Sou uma jornalista! Devia saber que iria procurar sabe obre o homem misterioso, que conheci no trem...
- Eu sei... minha querida.... mas poderia esperar e perguntar a mim mesmo!
Nesse momento fiquei sem graça, sabia que havia passado dos limites, então disse:
- Desculpe... não era minha intenção desapontá-lo. Veio buscar a jóia?
- Não.... vim ver você... Elise... senti saudades... você não?
Senti o rosto queimar, sabia que havia sentido falta dele, durante o dia todo e desejava novamente o seu beijo, mas jamais admitiria isso, nem a mim mesma, então tentei apenas ser gentil.
- Claro... é uma ótima companhia.
Ele apenas sorriu-me e sentou-se ao meu lado, pedindo uma taça de absinto, e disse:
- Absinto... a bebida dos deuses,,, se deseja desvendar algo... ele sempre ajuda.
- Posso fazer-lhe algumas perguntas? – disse meio sem graça.
- Como jornalista ou como mulher? – disse ele se divertindo com minha timidez perante ele.
Tentei me recompor, embora fosse difícil, na presença daquele homem misterioso.
- Como jornalista! – disse firme.
- Não! Ele respondeu. – Não dou entrevistas.... Mas se desejar como mulher e me prometer que tudo o que disser ficara entre nós, posso até responder....
- Tudo bem! Prometo que nada que me disser, publicarei ou deixarei que mais alguém saiba.
- Ótimo! Vamos sair daqui!
Ele tomou o absinto em um só gole, pegou-me pela mão. Mesmo sem querer o acompanhei, subimos pelo elevador, até o ultimo andar do hotel, então ele disse:
- Chegamos... estou hospedado aqui... vamos... entre...
Meus pensamentos estavam um verdadeiro turbilhão, agora sabia que ele não era um professor, mas quem seria, demorei algum tempo para voltar a mim, e ele parecia divertir-se com isso, então disse:
- Entre minha querida... sente-se.. vou buscar uma bebida para nós!
Dizendo isso... deixou-me acomodada no sofá e foi pegar as bebidas, observava tudo, era encantadora aquela suíte, definitivamente, ele não era um professor.
- Minha menina, não tenha medo... não vou machucar você! Apenas aceite minha hospitalidade, é o que posso te oferecer no momento.
- Não to com medo! E não sou menina... apenas não sabia que estava tão próximo de mim assim, e que estava hospedado na cobertura do mesmo hotel em que me hospedei, estranho não acha?
- Não minha querida... é o destino!
Senti meu coração gelar, com aquelas palavras, mas tentei me manter firme. Então ele me serviu a bebida, era absynto, olhei pra ele e ele disse:
- Se deseja desvendar certos mistérios....
- O absynto te ajudará nisso – completei a frase automaticamente.
- Isso mesmo... prove... sei que ira gostar.
Realmente era uma bebida agradável, suave... então fui direto as perguntas.
- Muito bem poderia me dizer quem realmente é?
- Promete guardar segredo de tudo que ouvir aqui?
- Tens minha palavra!
- Ótimo!
Então ele começou a falar, sobre ele...
- Sou Alexander III, vim de terras distantes, estou a procura de uma noiva, que realmente me ame, e que eu possa ser realmente o que sou, quando estiver com ela...
- E quem é você? – eu disse.
- Sou alguém que estava a sua espera... a séculos.... acho que finalmente encontrei minha prometida! É você minha doce Elise... mas antes... veja quem realmente sou!
Nesse momento ele se transforma , suas presas crescem, seu olhar se torna prateado, então ele me olha, esperando minha reação, fiquei paralisada, sabia quem ele era agora... mas tinha medo de dizer... nunca imaginei que realmente existissem... pra mim eram apenas mitos e nada mais. Estava com medo... admito,,, mas tentei controlar-me. Então ele disse:
- Não tenha medo minha menina..... não vou machucar você... sabe disso, amei-a desde a primeira vez que a vi naquele trem... pude sentir tua alma... teu coração.
- Porque eu? Pode me dizer?
Nesse momento, sabia que meu destino estava traçado, não teria mais volta, meu coração pertencia a ele, também... eu sabia disso.... desde o primeiro momento que o vi.. no expresso, amava-o incondicionamente... e isso realmente me assustava.
- Porque... porque vi a pessoa encantadora que você é Elise, confie em mim... só te peço isso... fica comigo. Prometo jamais provar teu sangue, embora seja difícil resistir, mas não desejo ferir, você... és minha vida agora e tudo que eu quero é você ao meu lado.
Dizendo isso, ele volta a forma humana e se aproxima, esperando minha aceitação.
- Meu senhor.... honra-me com suas palavras, e bem o sabes o quanto amo você, mas ... não posso ficar aqui... sabe disso... tenho meu trabalho...
- Não te impedirei de fazer seu trabalho minha amada Elise, apenas te peço... fica comigo... te acompanharei sempre... estarei sempre contigo se me permitir... é claro.
- Promete!
- Desde que me prometa, que não dará atenção a outro vampiro no expresso.... – disse ele sorrindo.
- Acho muito improvável... encontrar alguém como você novamente.... mas prometo!
Nesse momento ele me beija calorosamente, jurando a mim amor eterno, e nos entregamos aquela paixão avassaladora de nossas almas, despedindo-nos da solidão que nos acompanhou por muito tempo.
Sei que prometi ao meu noivo, jamais dizer isso a ninguém, mas quem ira acreditar... em uma jornalista, apaixonada pela profissão, que escreve apenas sobre o amor.
E detalhe, ainda continuo viajando pelo mundo todo, fazendo documentários sobre o amor, uma coisa que na realidade não acreditava existir, mas hoje... sei que existe... e quem sabe você também encontra seu sonho... num expresso.