Um ano após dois meses

Era um dia lindo, poucas nuvens pairavam sob o céu azul e o sol era manso, laranja no fim da tarde. As árvores esverdeadas perdiam a cor, estava ficando cada vez mais frio, e o vento suave se mantinha no trabalho, soprando para todos os lados anunciando o fim da primavera. Foi ai que a conheci, Isabella.

Sim, ela era a garota mais linda e meiga que eu já tivesse visto em toda a minha vida. Seus olhos eram negros como dois ônix, seus cabelos eram castanhos como o chocolate e sua pele era clara como uma nuvem que viaja no mundo distante. Encantei-me por ela, a amei como nunca tinha amado ninguém, senti que aquilo era para sempre, que não deveria perder tempo e deixar o amor passar diante de meus olhos como a brisa que passa sem ser notada. Eu a amei, ela me amou, nós namoramos por dois meses, foram os dois meses mais longos da minha vida, nós fomos felizes como num conto de fadas. Lembro-me muito bem deste dia, levei ela para um passeio nas montanhas, aluguei um quarto lá e a levei para um passeio na neve. Fomos andar de patins e esquiar na neve, ela estava perfeita com seu casaco marrom preferido e seus patins cor de mar e seu corpo impecável me tiravam do sério. Aconteceu logo depois do lanche da tarde, eu estava cansado e ela queria dar mais um passeio de esqui pelas colinas de algodão. Não fui, deixei ela se divertir um pouco sem mim. Anoiteceu e ela ainda não tinha chegado e casa, assustado e preocupado fui a sua procura, era quase meia noite quando encontrei a emergência parada em meio à floresta escura com apenas o brilho da lua para mostrar o caminho da minha apreensiva dor. Ela estava lá, estirada no chão como um tapete, desesperado corri até ela, senti que algo em mim padecia diante daquela cena: A emergência apenas observando, um corpo sem alma e sem pulso, um homem desesperado com um desconforto doentio e um amor derretendo na chama da morte. Na vida passamos por várias provas, Isabella foi a que eu gostaria que jamais tivesse acabado. Superei sua morte, mas jamais amei novamente, foi o fim de meus dias de calma.

E hoje faz um ano que ela se foi, um ano que meu coração morreu, e hoje, justamente hoje, será o dia que estarei com ela novamente, por bem ou por mal, sentirei novamente seus lábios gelados se derretendo em meu rosto, seu corpo suave deslizando em minha mão e seus olhos brilhantes me amando como nunca amou. Se ao menos eu tivesse ido com ela, eu teria ajudado ela como pudesse, e não carregaria esta culpa por tanto tempo. Eu a amo e sempre vou amar, prometi que viveria com ela, e meu ano se esgotou por um ano após dois meses.

LadyRaff
Enviado por LadyRaff em 06/09/2011
Código do texto: T3204040
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