Mortinha por acordar...
Preparo-me para o luto, acendo previamente todas as velas que formam o percurso até mim. Não sei se há luto para o inacabado!
Primeiro morrem os sonhos, depois é o silêncio que fala como um eco que retorna em desejo de ser voz.
Cansada de acordar periodicamente, olho o espelho que reflecte a indiferença de mim... reflecte a figura que ficou decidido inventar.
Terei sempre o esquecimento... que conduz à reconciliação, terei sempre um momento para sublinhar, terei sempre a noite e a noite é o meu lugar para permanecer.
Eu não sei se é a morte que pousa na minha sombra!
Pelas vezes que morri, pelas vezes que me ergui, ergue-se a lua em forma de boa pessoa e chora sob o meu nome...
Penitência de um ser anónimo, é aí que me visto de cinzas …