E os ponteiros que não passam?
É incrível como todos os ponteiros do relógio insistem em permanecer parados no mesmo horário. E eu, louca para te ver, conto cada milésimo de segundo. Não consigo me adaptar a estar distante de ti. Quero-te perto. Tão perto. Está tão perto da hora imaculadamente exata, em que tu me ligas todas às vezes e diz: “Estou aqui em casa ainda, vou me atrasar”. Um segundo depois, tu retornas a ligação: “Estou na frente da tua casa...”. E a minha tristeza com as horas que se atrasam, e insistem em não passar, se dissipa. Transformando a espera dos milésimos de segundos em alegria. Florescendo um sorriso repentino, roubando-me todas as outras ações não realizadas. Um sorriso de orelha a orelha desenha-se na minha face, sem exagero algum, feito de toda a minha delicadeza. É quando percebo que a sua presença só me faz confirmar que vale a pena esperar os ponteiros do relógio se ajustarem até a hora da sua chegada, até eu te ver. Sinto-me lisonjeada por cada momento, cada carinho. Por me deixar te fazer feliz e cuidar de ti. Obrigada, com toda a falta de obrigação possível, por compartilhar comigo esse amor tão imenso e por deixares eu te mostrar o quanto és especial para mim. O quanto eu te amo, sem quantificar sentimento algum, sem entendê-lo ou tentar explicá-lo. Por fim, diante de toda a singeleza, agradeço-te cada milésimo de segundo que passas ao meu lado, fazendo-me feliz e melhorando o meu sorriso antiquado, a sorrir timidamente apaixonado.