Corações em busca do amor

A espera pela namorada intensificou-se na última semana. Três meses se passaram. O que inicialmente parecia inacreditável foi tornando-se realidade. Um misto de apreensão e curiosidade tornou os dias de Peter mais instigantes.


“Nos conhecemos há doze anos mas nunca estivemos juntos como namorados”. O pensamento  insistia em brotar-lhe à mente em momentos inesperados. Mas eu quero tanto! Ela é tão meiga, tão doce, tão amada. E assim se passaram os dias.

A habitual conversa telefônica pela noite era interrompida, vez por outra, por comentários inusitados: - Olha você tem certeza mesmo...ainda dá tempo de desistir. Ele falava em tom de galhofa. 

Peter  nunca acreditou de verdade que ela viesse a desistir. Sempre confiou na força desse amor. Algo que ele sempre percebeu em Mel foi a força de sua personalidade. E isso o deixava muito seguro.


Mas tudo não bastou, o tempo passou e agora restavam apenas vinte e quatro horas. Uma incrível ginástica mobilizou o casal de namorados para que, finalmente, se encontrassem e dessem vazão a um amor que, por ora, se desenvolvia apenas no plano da fantasia e do virtual.

Cinco mil quilômetros aproximadamente os separam fisicamente. Agravados pelo fato de que o aeroporto fica a 400 quilômetros da cidade de Peter. Mas nada disso a deteve. A distância se fez um breve e transponível obstáculo que ruiu diante da força do amor.

Nada é capaz de explicar adequadamente essa atração. Um despretensioso palpite seria o de que estavam mesmo destinados a ficarem juntos. O campo do improvável sempre rondou essa relação, mas, incrivelmente, as peças foram se encaixando e, por fim, ali estava ele, no entardecer de um dia do mês de julho. Navegando no rio Tapajós,em direção à sua amada. Um brisa suave anunciava tempo bom e uma leve sensação de felicidade ganhava forma em seu coração.

É chegada a hora, segue Peter para o aeroporto. Sintonizou no carro uma estação de rádio que tocava músicas românticas. As músicas eram de muito bom gosto até que uma lhe chamou a atenção, mais do que as outras, uma música do Brian Adams. Tão linda que ele, para não perdê-la, resolveu gravar no celular para depois descobrir-lhe o nome. Mais tarde essa música se tornaria uma importante trilha sonora a ser ouvida pelo casal de namorados apaixonados.

A espera no aeroporto não foi longa. A curiosidade, essa sim, era insuportável. Será que ela vai gostar de mim? Conjecturava ele, inseguro com a situação. Em breves instantes lá vinha ela exuberante, com passos graciosos, toda de vermelho, linda como a luz de uma estrela. O coração dele disparou.

Peter acompanhou-lhe os passos até a área de desembarque. Longos minutos de Espera.
Lá estava ela, linda. Aguardando na esteira sua... bem, não tão pequena assim, mala. Motivo de boas risadas posteriormente.

Digamos assim que Mel veio prevenida caso fosse necessário passar um tempo bem superior a uma semana. Bom, vamos ao que interessa!


O encontro aconteceu, inicialmente dos olhares, posteriormente dos sorrisos e, por fim, dos lábios. Aquele amor já tão intenso transmutou-se em realidade para os dois. O terreno das incertezas tornou-se sólido e a semente de amor plantada germinou.

Tão maravilhoso foi esse encontro que a vida pareceu dar uma pausa. O tempo passou a andar mais devagar e sentimentos em botão desabrocharam num tórrido e delicioso romance. As afinidades foram surgindo, as inseguranças desaparecendo e o amor ganhando forma. Dias luminosos aqueles. Gravados pra sempre na parede da memória e do coração.

Mel e Peter ganharam de presente a certeza de que nasceram pra se amar. O carinho brotando ininterruptamente dos gestos cativou os namorados transformando-os em amantes. Um homem e uma mulher. Lindos. Apaixonados. Predestinados ao amor...