DIÁRIO DE UMA (EX)PROSTITUTA ADOLESCENTE

DIÁRIO DE UMA (EX)PROSTITUTA ADOLESCENTE - Lágrima arrependida

Cap. IV

LÁGRIMA ARREPENDIDA / LÁGRIMA TATUADA

Daiane tinha projetos de renascer donzela nos mares do sul. Renegar um passado de pecados vivido, porém estava assustada com as propostas do destino. Não menstruou no último mês. Seria cobrança ou castigo pela vida abandonada?

Apegou-se a todos os santos e rezava com ardor para que não estivesse grávida.

Era quase final de outubro e o tempo dava amostras de que o verão seria intensamente quente e seco.

Daiane apegara-se à D. Maria de Lourdes que além de muito maternal também lhe dava amostras de uma amizade sincera.

Certa manhã ela estava na portaria da pensão quando viu os dois rapazes cobertos por roupas justíssimas de neoprene, prancha embaixo do braço dirigindo-se para o mar. Era uma visão tão encantadora que na mesma hora Daiane sentiu as pernas fracas e um calor úmido escorrer por suas pernas. Sentou-se e ao se perceber molhada foi ao banheiro, descobrindo nesta hora que havia menstruado. Pensou “ou foram as rezas ou esta visão de há pouco, Deus do céu! Cruzes!”.

Chorou lágrimas arrependidas e com elas sentia-se lavar seu passado, suas culpas, seu medo de menina, seu gozo inocente e quase indecente, redimindo-se de todos os pecados. Perdoou-se e pensou numa vida nova que agora poderia ter. era sua chance de redenção, mas aqueles rapazes: “eita visão dos infernos pra me atormentar”! Não sou de ferro, pensou.

Passaram-se os dias e já em pleno verão Daiane atarefada havia se enturmado com os hóspedes e principalmente com os gêmeos de Maria de Lourdes. Mantinha uma distância discreta dos mesmos, ao mesmo tempo em que abria algumas portas insinuando toda a sua beleza adolescente e de uma fêmea no cio...

Em fevereiro quando aconteceu o Planeta Atlântida encontrou com os rapazes meio desinturmados, pois aquele não era os seus ambientes, mas queriam se enturmar e foram assistir aquele festival musical. Daiane aproximou-se deles e passou a existir entre os três um clima de intimidade e gentilezas sutis, ora um trazendo um refrigerante, ora outro trazendo uma cerveja.

No final da noite ela já havia beijado um deles mais de uma vez ou seria aos dois uma ou outra vez? Não importava! Estava se divertindo pela primeira vez, desde que viera do nordeste. estava feliz e antes do show terminar foram embora a pé, pela praia. Lá o clima esquentou e os dois a beijavam e acariciam de uma forma tão deliciosa que não pensou em mais nada, entregou-se à paixão dos gêmeos.

Sentia-se tão feliz que de seus olhos corriam as lágrimas antes arrependidas, agora soltas, como se fossem cachoeira fresca lavando sua face.

Neste dia Daiane decidiu tatuar na nuca duas lágrimas...

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01.08.11

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 01/08/2011
Reeditado em 03/09/2011
Código do texto: T3132283
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