O fim de um grande amor ?

Agora não tenho mais chão, piso onde der.

Também não tenho mais rumos, vou para onde for levado.

Não tenho mais sonhos, pois os sonhos foram apenas sonhos.

Numa tarde, como prometido a levei para o aeroporto.

Ao busca-la, pela primeira vez conheci a cafetina da casa onde ela morava.

Me pareceu bem simpática, e meu amor me disse que ela tinha me achado um gato.

Brinquei ta vendo, olha só o marido que esta deixando no Brasil, e olha que além de gato falam que sou inteligente viu.

Mas este foi um dos poucos momentos descontraídos, pois a ida foi um pouco tensa, e ao chegarmos perto do aeroporto bateu um nervosismo em ambos.

Chegamos lá, iniciamos os procedimentos de embarque, tudo ainda meio frio e tenso, até que chegamos no ultimo portão de embarque e lá eu não poderia ir.

Chega a hora de falar tchau, e para isso nos abraçamos.

Abraçamos mas não soltamos, caem as lagrimas e vem o pranto.

Chorei como não lembro nunca ter chorado antes, ainda mais em publico.

A vejo chorar e falo para ela não chorar pois pode borrar sua maquiagem.

Ela concorda, e seguramos o choro.

Ela me diz para me lembrar das coisas boas e repondo que isso é fácil, pois só tenho coisas boas para lembrar-se dela.

Disse para ela se lembrar dos bons momentos e perguntei qual foi o melhor dia.

Ela me responde que todos e eu disse que para mim o mesmo, mas teve um que marcou mais.

Ao eu recontar esse dia, ela chora novamente, mais que antes.

Olhamos para o relógio e ela já esta atrasada para o embarque.

Então damos nosso ultimo beijo, nosso ultimo tchau, da porta ela passa e não a vi mais.

Por uma hora não sei por onde andei dentro do aeroporto, talvez procurasse ver seu avião, tentar vê-la mais um pouquinho.

Decidi ir embora, ao sair sinto algo em minha mão e vejo que é um fio de seu cabelo.

Não sei o que aconteceu, mas essa hora chorei, sem controle.

Senti na pele o que o é um fim forçado, algo acabar no meio, acabar no auge.

Sempre falava aos seus ouvidos, você é minha alegria, é minha vida, é meu amor.

Nosso amor crescia a cada dia, mas foi cortado, tinha que ser assim.

Não podemos ser um do outro, não será desta vez, quem sabe outro dia.