Menino de Deus
Ao sair de um lugar meio fechado, o garoto cansado de correr, parou assustado.
O menino pensando em chorar, olhou pelo canto dos olhos e viu um luar.
Menino para e não segue, a estrada está contida, e o mundo quer seguir.
Falando sozinho, com o medo contorcido, a magia ainda freada, parou o menino cansado, na estrada.
Longo foi o tempo em que o mundo parava e a estrada não seguia e mesmo cansado dele saia. Havia sempre um garoto ofuscante, fingindo-se de errante para não apanhar.
Sonhos e realidades que se junto em uma só harmonia, fazendo a noite virar dia.
E o menino ao sair de um luar, onde a luz ofusca, viu-se só sem vontade de seguir.
Ao olhar aquela senhora com muita idade e peso nas costas, o garoto incapacitado, prejudicial perguntou:
- quer que ajude a senhora?
- sim respondeu a velhinha.
- xá comigo, e o incapacitado menino, prejudicial a qualquer pessoa, futuro bandido como diziam, diante de muitos honestos meninos e adultos, religiosos ou não, levou até à porta as compras daquela senhora.
Quando aquela senhora agradecida, procurava a carteira para dar algum, o menino incapacitado, prejudicial a sociedade, que fazia o que bem queria, deu um tchau, e saiu em disparada, deixando aquela senhora agradecida.
Ao orar naquela noite, a senhora já idosa pediu:
- senhor ajudai os meninos condenados pelos homens, que sempre ajudam a nós que não somos mais ninguém. Eu estava tão cansada e nem consegui agradecer.
E sem que ninguém visse com os olhos, uma mão muito branca, passou na cabecinha do menino, que dormia, em sua casa.
Uma voz ecoou, longe dos ouvidos humanos.
- parabéns meu menino, parabéns!