GRITO DE LIBERDADE

Amélia sabe que ninguém é eterno. Ela já ouviu esta frase e, aprendeu que quem não se cuida morre mais cedo. Também aprendeu que devemos cuidar da mente, não só do corpo: “mente sadia in corpore sano”, alguém já citou. E decidiu que iria estudar, aprender um pouco mais da vida para não ser escrava de filhos ou netos, já que até agora havia sido escreva do marido fanfarrão. A morte dele a libertou. Abriu seus olhos para o fato de que a vida é um aprendizado e não importa a idade. Estamos sempre aprendendo.

Amélia foi aprender mais que o ensino fundamental que havia tido. Mais que as aplicadas aulas de culinária, costura e bordado que a mãe e a avó lhe ensinaram. E Amélia queria mais, queria muito mais da vida. Queria gozar a vida, mas queria também saber o significado real daquela palavra e para isto permitiu-se amar. Amar experimentando novos parceiros. Amar escolhendo seus homens. Amar decidindo seu gozo.

Agora Amélia sabe que a vida é muito mais que uma cozinha, que sua prole, que ser prendada. Amélia agora sabe o que é fazer amor e também o que é ser amada.

Amélia hoje faz faculdade de enfermagem e do alto dos seus cinquenta anos, Amélia tem um namorado que já a pediu em casamento três vezes, mas Amélia ainda acha cedo para dar uma resposta. Prefere terminar a faculdade. Ter seu emprego garantido por se não der certo. Tudo bem! A vida continua.

Amélia agora sabe que sua felicidade não está nas mãos de ninguém. A sua felicidade é uma carruagem puxada por muitos cavalos, mas as rédeas estão em suas mãos...

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09.07.11

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 09/07/2011
Reeditado em 09/07/2011
Código do texto: T3084747
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