O ADEUS A UM AMOR
A vida é uma longa estrada com curvas imprevisíveis e ela me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração. Foi o caso do adeus que eu dei ao amor vivido com intensidade. Muito tempo depois me veio o sentimento de que estava indo... E assim, me curando desse sofrer. Um amor que me maltratou muito. Foi morrendo dentro de mim e começou a ser passado e ao mesmo tempo presente. Percebo que agora só existe uma dor. E um amor que está indo embora.
Sofri muito por esse amor que morreu. Noites insones e dolorosas. Um amor que um dia foi vivido por mim e incomodado pela falta de amor . Porque este amor morreu? Pergunto-me diariamente. Ele tinha uma especialidade, uma loucura, apesar de muita dor. Sinto que sofro por isso. Vai entender!.... Amor que morreu - sepultou.
Percebo que não sofro sozinho o fim do amor. É uma coisa estranha, bela e boa de olhar. Fico a imaginar como o outro vê este amor. Talvez com outro olhar. Sonhar a vida com o outro e para o outro. Percebo que me agarrei à dor para não perder de vez, a dor da separação, a presença e a ausência do amor. Fico pendurado na cauda do amor e não quero que ele vá embora. Não só o amor, mas o amor mesmo, que de tanto ir embora e de tanto vir, como as ondas do mar, vai dando uma sensação de cansaço, de balanço e de fracasso por não saber segurar um amor.
Então vejo a morte como solução ao fim de tudo mesmo?. Não quero saber da minha capacidade inesgotável de amar. Não quero saber se esse amor vai e logo outro aparece. Sei que neste momento, preciso preencher o vazio de um amor que se foi. Ah! Se eu pudesse, eu queria que este amor fosse para sempre. A agonia desse amor me agoniza. O vazio deixado por esse amor começa a deixar impaciente. Sinto que tudo esvazia. Porque a ausência dele é tudo. Minha companheira de solidão.
Agora sou só eu, de novo na estrada, de novo sozinho. Perdendo para a ausência da dor. E pela segunda vez. Percebo que não quero que esse meu amor morra e se transforme em ex-amor, que deixe a cena da minha vida e vá viver eternamente num canto escuro do meu quarto, onde jazem minhas lembranças quebradas dos ex-amores. Mas será que esse amor finalmente morreu?
Fico sozinho a dizer:
Adeus noites insones.
Adeus copos e garrafas.
Adeus dor do desamor.
Adeus sua presença.
Adeus sua ausência.
Adeus tristeza.
O tempo pode passar e nos distanciar, mais jamais nos esquecemos de alguém. Sei que quando o amor morre no fundo ele vive no coração de alguém. Fico pensando que por toda a minha vida existe um pedaço do seu ser dentro do meu eu.
TARTAY/Junho-2011