RELÍQUIAS DE UMA VIDA - PRÓLOGO

PRÓLOGO

A gente não sabe dos desígnios de Deus, nem muito menos, o que ele reservou para nós, quando aqui nesta vida terrena chegamos.

Penso que Ele tem um plano para cada um de nós, apesar de nos deixar o livre arbítrio, tem nosso destino traçado...

E como não poderia ser diferente, foi assim com o Tom e a Mel. Ele tinha um plano muito especial para os dois e fez com que os seus caminhos se cruzassem.

Desse encontro, nasceu uma obra-prima...algo que faria com que os dois ficassem tatuados para sempre com um pedaço do outro na sua alma, no seu coração...

Imagino que Ele (o Senhor), tenha escolhido à dedo, essas duas pessoinhas, para ser mensageiras do seu amor. Sim, porque o sentimento que viria brotar entre os dois está ano-luz, à frente da compreensão daqueles que são os normais.

A Mel chegou na vida do Tom, de um jeito puro, terno, amigo, doce, encantador, feliz, alegre, menina, mulher, companheira, carinhosa, enfim, de todas as formas.

Mas e o Tom, como seria na vida da Mel? Não seria diferente...o menino de coração puro e alma transparente, se acomodou logo no coração dela, e lá se fez morada.

Mas apesar de tudo isso, eles nem imaginavam a dimensão que era o sentimento entre eles...não tinham a menor noção da grandeza que um seria na vida do outro.

Nem muito menos, eles desconfiaram que Deus os escolheu para viverem o amor pleno, o amor terno, amigo, companheiro, o amor existencial, o amor puro, o amor eterno - àquele amor que nos leva à sentir o outro como um pedaço de nós...porque sabemos que somos também um pedaço dele.

A vida não os permitiu que se unissem de corpos...os caminhos talvez já traçados e/ou, fazendo parte do plano de Deus, os conduziram para rumos distantes. Cada qual, seguiu levando consigo um pedaço do outro, embora não tivessem consciência disso.Talvez até, pensassem que logo o outro seria apenas uma remota lembrança na vida deles. Mas já nos primeiros dias da separação, apesar da euforia em estar com o “canudo” nas mãos, já provavam em seus corações, o gosto daquela que seria companheira pelos dias que se seguiriam...A SAUDADE!!

E assim, seguiram seus caminhos, buscando novos horizontes ou até mesmo, retornando para suas raízes, para retomar algo que já haviam iniciado, algo que faziam parte dos seus sonhos. Insistiam em querer admitir para si, de que àquela saudade que os atormentavam era apenas de uma boa amizade, e que logo passaria, seria apenas uma doce lembrança.

Passaram os anos... desposaram-se, constituíram suas respectivas famílias, tiveram filhos, tocaram suas vidas.

Mas algo dentro deles, mantêm uma chama acesa...a chama de um sentimento que traz a imagem viva do outro. Onde quer que ele vá ou com quem eles estejam, não importa, o outro vai sempre chegar e se fazer presente, porque está na alma, está no coração...

É bem provável que não exista um sentimento mais puro e mais sublime que o sentimento deles...Guardados pra si, à sete chaves, sem nem mesmo declarar abertamente para o outro, eles sempre cuidaram desse sentimento com todo cuidado, com todo zelo, com todo mimo...como se ambos fossem um vaso de cristal de muita estimação para o outro. O esmero sempre foi tanto que se pudessem, colocaria o outro num pedestal para ficar protegido.

Durante todo tempo de convivência, nada de toques, de abraços ou algo que denotasse um pouco mais de liberdade, embora em certos momentos a vontade que se tinham era de serem envolvidos pelos braços do outro, se aninharem no aconchego daquele abraço, sentindo o seu calor, o seu coração, o seu cheiro, e naquela simbiose sentir o outro por inteiro...

Imagina-se que, se pudessem pedir algo ao Criador, pediriam um par de asas e o dom, para poderem voar juntos...subir ao firmamento, ultrapassar às nuvens...sobrevoarem as planícies, os montes, os mares, as encostas...pousarem num galho de algum arvoredo ou no pico de uma montanha...contemplar o mundo lá de cima...depois, voarem em liberdade, suavemente ou em mergulho...sentindo apenas a doce e agradável companhia do outro...deixando a brisa mansa bater em seus rostos...contemplando os arco-iris, o horizonte, os amanheceres...e quando a tarde for caindo, antes de voltar pra casa, esperam pelo pôr do sol - momento esse, muito especial para os dois, sempre... e sob àquela luz dourada, refletindo em seus rostos, tendo ainda uma réstia de sol como testemunha, olhando-se nos olhos, sem dizer uma palavra, confessam... se declaram, reafirmam, o amor entre eles. Um amor que eles sabem, que terão que vivê-lo apenas na esfera espiritual, mas que dependem desse amor para continuarem sendo felizes, seguindo o caminho que escolheram ou que a vida lhes impôs. E naquele momento que antecede a despedida, seus olhares se cruzam... o brilho dos seus olhos fica ofuscado pelas sombras da noite que já vai chegando, mas mesmo assim, eles conseguem ler o que os olhos do outro diz: por favor, não me abandones nunca...não me ignores...não me deixes...preciso de você...do seu amor...

Cada um sabe a importância que ele tem na vida do outro, porque ele sente a importância que o outro tem na sua vida. Eles são o porto seguro, o anjo da guarda do outro. Embora não possam estar no convívio fisicamente, mas só de saber que o outro estar em algum lugar e que pensa neles, os fortalecem sobremaneira. Sabem que o amor entre os dois, está além dessa vida e é possível até, que vem de outras vidas.

Relíquias de uma vida é uma história de amor baseada em fatos verídicos, tenho certeza que o caro leitor, vai vibrar com cada capítulo, principalmente àqueles mais românticos, pois é uma história revestida de inocência, pureza, carinho, ternura, amizade e amor.

A linguagem simples e inocente dos personagens, fará com que o leitor se sinta transportado para o cenário, se deixando envolver pela história, fazendo parte dela. Com certeza muitos vão encontrar aí, um espelho de suas vidas, outros ficarão à sonhar em viver algo assim.

Menino Sonhador
Enviado por Menino Sonhador em 27/06/2011
Reeditado em 13/10/2021
Código do texto: T3061026
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.