BÊNÇÃO

As lágrimas caíam dos olhos do céu. Me molhei no caminho em direção a sua porta.

Cheguei, bati. Alguém soluçou em meio a um sonho. Silenciei meus passos para não lhe acordar.

As árvores cantavam com o vento, pássaros trinavam de alegria. Uma cantiga de ninar vinha do córrego...

Se a natureza em si acalentava seu sono, não poderia eu, um simples elemento da mesma, lhe roubar o precioso descanso.

Escrevi um bilhete marcando hora e local para um encontro.

Senti que o mundo a meu redor ficou mais belo. Sonhei do lado de fora...

O vento sussurrava em meus olvidos que você me amava e acreditei.

Por instantes, pensei ser um príncipe ao me vir a idéia de acordar-lhe com um bejo. O castelo permaneceu fechado e silencioso!

Colhi bons pensamentos que chegavam com a brisa mansa e suave. Me envolvi na névoa baixa e lhe vi em uma festa. Tudo era maravilhoso e você dava o toque final à harmonia que nos cercava. Fiz planos e Deus sorriu no universo!

Súbito, acordei daquele transe. O tempo fervia à minha volta e tive que partir da fantasia ao encontro da realidade.

Corri de marquise em marquise, atravessei as ruas da cidade ainda atordoado, desviei aos pulos dos buracos e lamaçais. Retornei ao trabalho e pensei novamente sobre o acontecido.

Enquanto você dormia, viajei ao paraíso e, ao dormir, não percebeu que naquele instante alguém velava seu sono, pedindo à natureza para que não se quebrasse.

E meu coração sensível e apaixonado dizia: Durma em paz, meu amor!!

djovany
Enviado por djovany em 13/06/2011
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