QUANDO A CONHECI
Paciente em meu local de trabalho, estava na expectativa da chegada de minha chefe.
O tempo ia passando e de repente quem invade a sala é uma mulher deslumbrante que passa a me olhar fixamente, fazendo com que eu sentisse calafrios. Aproximou-se e sentou-se em minha mesa. Cruzou suas pernas brancas, as quais meus olhos avistaram ceda.
Saldou-me com um bom dia pronunciado com leveza de tal forma que parecia música.
Nunca a tinha visto. Fiquei visivelmente tensa diante daquela mulher intensa.
Eu transpirava e ela me olhava sem desviar, até que resolveu dialogar: -Minha mãe chegou?
Sem saber exatamente quem ela estava procurando, indaguei:
-Quem? Sua mãe?
Ela deu um sorriso sedutor: -Sim! A sua chefe chegou?
Após concluir a frase chega minha chefe, sua mãe, interrompendo nossa pouca conversa.
Enfim, me deixa e junta-se à Dra Luiza Miranda.
Só depois de sua saída eu pude respirar.
Fui regularizando o tempo inspira... expira...
Ate que ela retorna, deixa seu cartão sobre minha mesa e solicita que eu entre em contato às 17:00.
Fiquei confusa sem saber o motivo pelo qual me solicitara esse contato, de modo que nem trabalhei direito.
A hora avançava e já se aproximava das 17:30. Ainda faltavam 30 minutos para minha total libertação daquele dia.
Já estava me preparando para sair , quando o telefone toca e rapidamente retorno da porta para atender:
-Alô?
-Porque não me ligou?
Fiquei em silêncio por alguns segundos...
-Não vi necessidade, Senhora.
-Estou aqui embaixo esperando você descer.
Não sabia o que pensar, nem como agir... Milhares de perguntas sem respostas ficaram na minha cabeça do 11° andar ate o térreo.
Avistei-a dentro de um conversível, o qual não sei marca nem modelo.
Ela buzinou eu caminhei até o carro.
-O que a senhora deseja?
-Que você entre no carro.
-Porque motivo senhora?
-Vou te deixar em casa!
-Não é necessário.
-Eu insisto!
Entrei no carro, sabia que não tinha nada a perder...
Aquele seu jeito impetuoso, decisivo e até um pouco arrogante me excitava. Fiquei em silêncio até que ela quebrou esse momento:
-Você não vai perguntar meu nome?
Com seriedade respondi:
-Ana Clara, filha da minha chefe!
Ela sorriu:
-Parabéns, você acertou! Quando entrei naquela sala, te achei linda e tenho certeza que você também gostou de mim.
Sorri, não sei nem porque motivo exatamente, se por ela se achar demais ou por ela estar certa. Ela era demais!
Respondi de forma cautelosa:
-O que faz você ter tanta certeza?
Ela sorriu com os olhos fixados aos meus :
- A sua forma de me olhar.
-1 X 1. PARABÉNS!!
Nesse momento o sinal fechou e ela me olha novamente: -Não. 2 X 1! Após essas palavras me beijou e eu apenas correspondi.