Colorida, Vida.
Era fim de tarde. Não consigo estabelecer o pretexto que usamos para sairmos da cidade. Só sei que você aceitou meu convite de pronto.
Campos verdes que no horizonte traçavam uma linha divisória entre verde das pastagens e o céu, não mais azul, mas todo mesclado de rosa, amarelo, lilaz, naquele brilho tênue do ocaso.
Logo seria noite...
Revoadas de pássaros procuravam abrigo, todos amontoados e a emitirem os sons e naquele seu compartilhado recolher, sumiam no verde das copas. De repente o silêncio ou um gorjear isolado de algum retardatário...
Seguimos rumo a uma estradinha, numa via secundária, que nos prometia um “ enfim sós”...
Estacionados à beira de um lago, que redobrava o brilho dos últimos raios de sol, e se espalhava na superfície, como estrelas situadas num plano inverso.
Um espetáculo digno de uma tela perfeita, a perfeição da criação e do sagrado, naquele momento que pra nós, e nossos padrões, parecia profano.
Conversamos amenidades durante algum tempo. Sempre tínhamos o que falar. Da minha vida, da sua vida etc. Tudo era motivo pra gente contar “causos”, rir e brincar, em tudo víamos beleza e graça.
A graça éramos nós, essencialmente...
De repente, entre um olhar e outro, a seriedade no rubor de nossas faces, diante daquela atração que parecia inevitável.
A noite chegou, o sol desapareceu no ocaso. Víamos as estrelas e as luzes da cidade. Ainda dentro do carro. Meio que sem jeito, meio que com medo, meio que sem prática, coisa de principiante que eu era, começamos a trocar caricias...
Que delicia de momento...
Minhas mãos sobre seus ombros exploravam a lateralidade de seus flancos. Sentia, a cada movimento, sua emoção quando fechava os olhos, em arrepios me olhava de relance, indecisa...
De repente permanecendo sentada vira-se para mim e me abraça.
O primeiro abraço...
Enquanto seus braços me envolviam e se cruzavam em minha nuca, vez por outra, afagava meus cabelos...
Ambos hesitávamos em atravessar a linha da cintura...
Muito desajeitados trocamos o primeiro beijo, dentes cerrados, sem espaço para uma carícia mais íntima. Sem ter noção da dimensão daquele delírio, nem o que fazer com ele.
A sensação era de dúvida, receio...
Mais, era, o medo de continuar, do que sentir o prazer que se nos oferecia.
Caminhamos abraçados até as águas cristalinas do lago, a lua já despontava, enorme...
Vagamos à margem da estrada, em silêncio. Passadas as primeiras tensões. A natureza seguiu seu curso...
Minhas mãos agora envolvendo a sua cintura, sem deixar espaço nem para sua respiração. Você, ofegante, minha querida, me ofereceu seus lábios, agora sim, rolaram beijos...
Nos cobrimos de beijos, doces beijos...
Beijos ardentes, molhados, sorvidos em tudo que a oralidade permitia e prometia...
Deliciosos, como eu nunca havia experimentado, aliás pouco eu tinha beijado naquela altura da vida e você, meu amor, me pareceu menos ainda...
Ibernise feat Intrépido.
Indiara (GO/Brasil), 09SET2008.
Era fim de tarde. Não consigo estabelecer o pretexto que usamos para sairmos da cidade. Só sei que você aceitou meu convite de pronto.
Campos verdes que no horizonte traçavam uma linha divisória entre verde das pastagens e o céu, não mais azul, mas todo mesclado de rosa, amarelo, lilaz, naquele brilho tênue do ocaso.
Logo seria noite...
Revoadas de pássaros procuravam abrigo, todos amontoados e a emitirem os sons e naquele seu compartilhado recolher, sumiam no verde das copas. De repente o silêncio ou um gorjear isolado de algum retardatário...
Seguimos rumo a uma estradinha, numa via secundária, que nos prometia um “ enfim sós”...
Estacionados à beira de um lago, que redobrava o brilho dos últimos raios de sol, e se espalhava na superfície, como estrelas situadas num plano inverso.
Um espetáculo digno de uma tela perfeita, a perfeição da criação e do sagrado, naquele momento que pra nós, e nossos padrões, parecia profano.
Conversamos amenidades durante algum tempo. Sempre tínhamos o que falar. Da minha vida, da sua vida etc. Tudo era motivo pra gente contar “causos”, rir e brincar, em tudo víamos beleza e graça.
A graça éramos nós, essencialmente...
De repente, entre um olhar e outro, a seriedade no rubor de nossas faces, diante daquela atração que parecia inevitável.
A noite chegou, o sol desapareceu no ocaso. Víamos as estrelas e as luzes da cidade. Ainda dentro do carro. Meio que sem jeito, meio que com medo, meio que sem prática, coisa de principiante que eu era, começamos a trocar caricias...
Que delicia de momento...
Minhas mãos sobre seus ombros exploravam a lateralidade de seus flancos. Sentia, a cada movimento, sua emoção quando fechava os olhos, em arrepios me olhava de relance, indecisa...
De repente permanecendo sentada vira-se para mim e me abraça.
O primeiro abraço...
Enquanto seus braços me envolviam e se cruzavam em minha nuca, vez por outra, afagava meus cabelos...
Ambos hesitávamos em atravessar a linha da cintura...
Muito desajeitados trocamos o primeiro beijo, dentes cerrados, sem espaço para uma carícia mais íntima. Sem ter noção da dimensão daquele delírio, nem o que fazer com ele.
A sensação era de dúvida, receio...
Mais, era, o medo de continuar, do que sentir o prazer que se nos oferecia.
Caminhamos abraçados até as águas cristalinas do lago, a lua já despontava, enorme...
Vagamos à margem da estrada, em silêncio. Passadas as primeiras tensões. A natureza seguiu seu curso...
Minhas mãos agora envolvendo a sua cintura, sem deixar espaço nem para sua respiração. Você, ofegante, minha querida, me ofereceu seus lábios, agora sim, rolaram beijos...
Nos cobrimos de beijos, doces beijos...
Beijos ardentes, molhados, sorvidos em tudo que a oralidade permitia e prometia...
Deliciosos, como eu nunca havia experimentado, aliás pouco eu tinha beijado naquela altura da vida e você, meu amor, me pareceu menos ainda...
Ibernise feat Intrépido.
Indiara (GO/Brasil), 09SET2008.