AS TRAPAÇAS DO AMOR...

.... ela segue, sentimentos a flor da pele e com apenas uma ligação, aquela voz do outro lado, que em momentos sempre foi seu porto seguro, ou o final do arco-iris onde seus tesouros estavam guardados, e hoje é o medo, não de morrer, mas de sucuimbir aos seus pontos fracos que ele domina como ninguém. Ela espera que algo de bom saia de suas palavras e o roteiro é sempre o mesmo, mais uma vez o revólver está preparado com apenas uma bala no tambor, e a conversa começa apenas esperando o momento em que a agulha vai se encontrar com espoleta, e o castelo de areia que levou meses para construir simplesmente explodirá. Muitos a chamam de fraca ou julgam suas intenções em querer sugar o último fio de uma esperança que se tornou um vício.

Sempre ouviu dizer que a esperança é a última que morre, mas em certos momentos ela deveria ser a primeira, para que não a prendesse a algo tão destrutivo. Algemada aos seus sonhos ela segue, tentando se convencer de que é mais forte, que pode retirá-lo de sua cabeça, pois ele não está mais no coração, depois do medo só restou a obsessão e o talvez. Como um Ilusionista ele prepara seu número para platéia de um só expectador, e a cada movimento seu, sua única fã fica impressionada e atenta, tentando entender onde está o truque e chegando as vezes a acreditar que é pura magia. E isso vai se repetir até que ele se canse de fazer o show ou que ela resolva acreditar que ele é um farsante bem vestido e muito preparado para usar toda sua ânsia pela felicidade. A única arma que ela possui contra este mau é a inteligência, que por azar sempre é desativada pelo desejo.

RRSabioni
Enviado por RRSabioni em 07/06/2011
Reeditado em 08/06/2011
Código do texto: T3020193