A VERDADEIRA SOLIDÃO NO DIA DOS NAMORADOS
Mais um ¨Dia dos Namorados¨ aqui para o lado de baixo do equador.
¨Você-solitário¨ acorda e percebe que a sua noite não foi sequer parecida com a dos comerciais de televisão. Nada de jantar romântico. Nada de encontro cinematográfico. Nada de presente.
¨Você-solitário¨ se levanta e confirma: nada de bilhetes, nada escrito no espelho, nada daquele cheiro de café. Nada de roupas pelo chão.
Nada de recados telefônicos também. Se ¨Você¨ é daquelas pessoas que ligam o computador antes do desjejum, sinto dizer, mas não há nada em sua rede social preferida.
¨Você-solitário¨ pega o jornal, mas não vê nada demais na primeira página. Imagina uma notícia, pequena, na edição do outro dia. Deixa o periódico sobre a mesa.
Volta para o quarto e dá um fim a sua solidão.
Da maneira mais covarde ¨Você¨ vai para o outro lado, para o Vale dos Nadas.
...
O jornal daquele dia ainda jaz naquela mesa. Nem o pessoal da perícia tocou nele. Se abrissem, veriam na seção de anúncios pessoais:
¨VOCÊ-SOLITÁRIO¨
Volta pra mim ! Nada sou sem você. Um beijo.
Ass. Vandicreusa.