A Casa - Capítulos VI, VII e VIII
VI
Joaquim anda no mundo dos sonhos.
Sonha com sua mãe que pede para arrumar uma esposa logo.
Sonha que ainda dá aulas.
Avisa seus alunos que partirá. Eles choram, pedem pra ele ficar.
- Não posso, sou homem rico agora.
E por ultimo seu tio.
Ele entra na sua nova casa e encontra seu tio sentado com as pernas cruzadas.
- Tio? O senhor está...
- A sua espera. Bem-vindo a casa!- Diz. – Tenha cuidado, olhos e ouvidos atentos. Uma pessoa fará de tudo para vê-lo derrotado.
Adeus querido sobrinho...
O sonho se desfaz com as batidas na porta.
- Sim? – Diz ele assustado.
- Sou eu senhor, Rosália. Pediu para acordá-lo quando anoitecesse. O jantar está pronto.
- Não demorarei Rosália, já desço.
Foi apenas um sonho.
Sim. Um mero sonho.
- Passou, não volta mais.
VII
No jantar comeu bem.
Toma vinho de primeira. O que era bom. Não havia saboreado vinho excelente.
Alias, raras vezes ele bebeu vinho.
- Amanhã Damião quero que me leve no cartório e no banco. E conhecer uma parte da cidade.
- Como quiser senhor.
- Meu tio recebia amigos nesta casa?
- Aqui era freqüentada por muita gente, principalmente jovens.
- Jovens?
- O senhor Terêncio fazia reuniões com eles que vinham por causa dos livros dele. Há o seu Silvinho, este é dono de um jornal clandestino, este possuía maior amizade com o senhor Terêncio, às vezes passa por aqui.
- Vou gostar de conhecê-lo. Pode descansar, ainda é cedo. Tomarei mais um taça de vinho e logo subirei. Temos muito que fazer amanhã. Boa noite.
- Boa noite senhor.
Bebe o vinho.
Sente-se culpado, ela é casada e bem casada.
Haverá de encontrar outra e amar.
- E se não houver outra?
VIII
O dia nem havia surgido e os Teixeira já estavam acordados.
Alexandre saiu e Amanda aguardou dar dez horas para o café e a chegada de Lucinha.
Moça solteira, que anda a procura de um noivo.
Vinte anos nas costas e se acha velha.
Amanda que possuiu quatro anos a mais nunca sofreu em não casar cedo. Aprendeu que tudo aparece na hora certa.
Não é a toa que os olhos da desesperada Lucinha brilham ao saber que novo morador havia se mudado.
- Quem? – Pergunta.
- Sobrinho do Senhor Terêncio.
- E ele é interessante?
- Não posso falar, sou casada. – Diz Amanda.
- Ora, pare com isso! Ele é interessante ou não?
- Verá pelos seus próprios olhos. Ele vem nos visitar.
- O que mais sabe dele?
- Que herdou a casa e a herança do tio.
- Colocarei um belo vestido para deixá-lo boquiaberto.
- Farei de tudo para ter sucesso. – Diz Amanda.