AMOR SOBREVIVENTE!
Certa vez, uma velha senhora insatisfeita com a indiferença do marido, um senhor beirando os 80 anos de idade, resolve lembra-lhe da vida de casados, de um jeito muito especial. Ela chega no quarto, tira a roupa e vai para o seu banho de espuma, dentro de uma banheira bem cheia de água morninha, do jeito que ela mais gostava.
Mergulhada no espumaredo, a velha senhora quase dorme. Mas de repente, lhe vem à memória as doces lembranças do tempo de outror (Tempo em que tudo começou ao lado do seu grande amor.).
Animada com as doces lembranças, a velha senhora sai da banheira, se veste e corre para a cama; se aconchega no seu velho amor e fala docemente, sussurrando no seu ouvido:
__ Meu velho, lembras do nosso primeiro encontro lá atrás da igreja de Passo Fundo?
__ Oh... Se lembro. Tu com o teu corpinho todo cheio de curva. Cada uma que era de deixar qualquer um maluco, maluco, sem saber o que fazer com tanta belezura.
__ É, você até me roubou o primeiro beijo, lembra?
__ Oh... Se lembro!
__ Você me olhava com uma fúria que me fazia arrepiar todos os pelos do meu corpo, viu!
__ Se vi... Você não conseguia disfarçar, sabia?
__ Jura?
__ Eu não. Você fazia era questão de me deixar todo... Nem é bom lembrar.
__ Conta, eu gosto de ouvir você falar daquele tempo!
__ Você heim..., sempre safadinha!
__ Quando casamos você costumava coçar minha cabeça antes de dormir. Era tão gostoso!
__ É mesmo! E enquanto eu coçava sua cabeça, você segurava o meu...
__ Meu..., o quê?
__ Meu dedão sua taradinha!
__ E você, que além de coçar minha cabeça, também segurava a minha...
__ Minha...?
__ Minha mão seu bobalhão.
Com o pé da conversa atiçando os ânimos dos velhinhos, após alguns segundos, a velhinha abre os braços flácidos e segura a cintura da amada, que fica toda arrepiada com a pegada. A velhinha satisfeita faz questão de relembrar:
__ É, meu velho, na nossa juventude tudo era festa. A gente sempre ficava bem juntinho um do outro...
__ É mesmo... Você lembra-se daquele dia que a sua tia, mandada pelo seu pai, ficou grudada na sala, sentada bem no nosso meio?
__ Oxe! Se lembro meu velho!
__ É minha velha, ela cochilou profundamente, facilitando a nossa primeira noite de... Lembras?
Neste momento, a velha senhora revira os olhos, solta um suspiro ofegante se abanando, e fala:
__ Para, para! Nem me faça lembrar daquel noite... Que noite!
__ O pior foi quando o teu cachorro, aquele guapeca amarelado que pegou minha cueca e saiu correndo pela sala, com ela trincada nos dentes, rosnando feito doido.
A velhinha cai na gargalhada:
__ Heeheheheh...! É mesmo meus velho, ele rosnou tanto, que acordou a titia.
__ É minha velha... Ela acordou atordoada com a bagunça do guapeca, ficando sem saber até hoje, o que Totó tinha na boca.
__ É mesmo! E você teve que voltar pra casa sem a cueca, lembra? Eheheheheh....
__ Vocêcontinua a mesma safadinha de sempre, né? Vira e mexe, sempre lembra dessa parte. Pena que naquele tempo não tinha a tal da camisinha. Se tivesse, a gente não precisaria ter casado às pressas.
__ Você lembrou-se disso com uma cara, que Deus me livre!
__ É porque estou lembrando que, se o Joãozinho não tivesse nascido tão rápido, a gente podia ter aproveitado mais... Farreado mais mais, você não acha?
__ É, meu velho! Mas que foi bom foi, não foi?
__ Se foi, minha velha!
Neste momento uma hesitação tomou conta do velhinho, que, resmungando ofegante, virou o corpo e se aconchegou de concha nas costas da velhinha, que insatisfeita, resmungou:
__ Se fosse nos velhos tempos, você alisaria minha barriga até... Morderia minhas orelhas até...
Neste momento, vendo o grande amor de sua vida toda só pra ele, o velhinho solta um suspiro, joga a coberta no chão e sai da cama correndo quarto afora, feito jovem no ápce da sua virilidade. E a velhinha, rapidamente, questiona:
__ Vem cá meu amado, não sai não... Ta correndo da raia é? Assim eu me sinto ofendida. Aonde você pensa que vai?
__ Te sossega mulher... Vou até a cozinha pegar a minha dentadura!
Diz a senhora história, que nessa noite, o velho casal quase infartou de tanto amor.