Um conto ultra-romântico
UMA HISTÓRIA DE AMOR
(Eliason e Catherine)
As personagens principais:
Esposo Eliason;
Esposa Catherine;
Filho Christopher;
Nora Lorrane;
Sogra: Glayce
Neta Kathelyn Cristine.
Catherine, uma adolescente muito bonita e muito simpática... Mas mesmo tão jovem, tinha um semblante triste e ao mesmo tempo o rosto de uma pessoa muito responsável, devido ao sofrimento que faz o ser melhorar e considerar algumas coisas de valia...
Era muito amável para com os amigos e familiares. Catherine procurava esconder a tristeza e a angústia que tinha em seu coração, pois teve uma infância bastante aflita e dolorosa; quando sua mãe se separou de seu pai e ela passou seu tempo de criança com seus três meio irmãos e com sua genitora, que quase todos os dias dizia que ela era culpada por seu pai as ter ABANDONADO, além de outras coisas críticas que dizia.
Sua mãe sempre a maltratava e dizia que Catherine nunca seria feliz na vida, nem alguém iria amá-la nunca. Muitas vezes ela acreditava nestas palavras e chorava...
Catherine sempre procurou saber o porquê de não ser amada por sua mãe e constantemente pensava o quanto teria sido feliz com pais que a amassem e a protegessem dos perigos da vida, que a consolassem e dissessem coisas boas e que servissem para ela ter uma boa personalidade, e ser forte para a vida.
Mas infelizmente em seu coração só existiam mágoas e amarguras profundas.
Procurava meios de estudar em uma faculdade bem conhecida, Harvard, era uma mocinha muito inteligente e aplicada, por isso esse objetivo talvez algum dia fosse alcançado.
Quando completou 18 anos foi trabalhar em uma gráfica. Tinha muitos sonhos em seu viver e o primeiro era se formar em enfermagem.
Estava trabalhando muito, era uma moça muito ESFORÇADA e colocava dinheiro no banco aos poucos para seu futuro estudo, pois, tinha que ajudar também sua mãe, porém, sempre com um objetivo: o de ser uma enfermeira padrão.
Às vezes fazia dois horários na gráfica, seu trabalho já mencionado, para poder ganhar um pouco mais no final do mês. Por isso, quase não tinha tempo para sair e divertir-se, nem conhecer pessoas diferentes... Nem gostava quando a convidavam para festas e coisas assim...
Certo dia, nos seus raros dias de folga, quando passeava sozinha no Washington Square Park, encontrou um rapaz.
Ele tinha passado por ela primeiro e olhou um pouco, e alguma coisa lhe chamou a atenção. Talvez porque ela parecia triste e sozinha. Ou por que uma moça tão bela estava assim? Deixou-o curioso por saber isto, e ao mesmo tempo com vontade de falar com aquela mulher diferente, muito diferente. Depois se sentou ao seu lado no banco do jardim, e apresentou-se a ela, dizendo que seu nome era Eliason, e qual seria o nome de uma menina tão atraente?... disse muito prazer em conhecê-la quando ela respondeu sobre o seu nome... Ela riu, e ficou sorrindo, mas gostou da sua ousadia... Normalmente, os homens são temerosos da reação da mulher que não conhecem... querem dizer algo, mas ficam como tímidos e assustados... e muitas vezes não dizem NADA para uma pessoa que talvez fosse a pessoa dos seus SONHOS... talvez parada num lugar, só esperando um príncipe encantado, que nem sempre precisa ter todas as qualidades necessárias, mas o amor simples no coração já o faria nobre...
Era muito simpático, alto e seus olhos eram azuis. Com todas estas qualidades, sua simpatia, sua meiguice, e carinho, ela se simpatizou por ele e conversaram sobre muitas coisas. Ao se despedirem, ele a convidou para jantarem no sábado às 19h30min.
Catherine ficou surpresa e ao mesmo tempo ficou bastante FELIZ...
Ela aceitou o convite sem receio de nada, porque ele mostrou-se muito respeitoso... e se despediram, já com certa saudade nos olhos de ambos... mesmo tendo conhecido ainda tão pouco um sobre o outro...
A semana passou voando e ela estava muito ANSIOSA com este jantar. Na verdade, tendo ela apenas dezoito anos, ainda nunca tinha sido cortejada assim e convidada a um jantar... Será que ele continuaria sendo aquele rapaz cativante do banco do jardim, ousado para chegar e falar, sem medo do seu próprio encanto?
Bem, na quinta-feira, Eliason ligou para Catherine no trabalho dela, pois ela tinha deixado o número do telefone de lá, da gráfica, e, assim, ele falou que queria saber como ela tinha passado a semana e se ela iria mesmo jantar com ele... e que ele tinha gostado dela de verdade...
Realmente eles tinham se falado tanto no jardim, que até mesmo ela tinha se esquecido de que deu o número do seu telefone de trabalho, pois ela não tinha em sua residência... e além do mais, passava mais tempo trabalhando do que em casa... mas ele brincando disse para ela que tinha suas fontes, e que a acharia mesmo que tivesse de dar a volta ao mundo. Então, Catherine, sorridente e alegre, confirmou o jantar e amou ouvir a voz dele.
Despediram-se e ela desligou o telefone mandando-lhe um beijo bem carinhoso... O rapaz conseguiu a sua atenção, até o momento estava sendo bem galante.
Já na sexta-feira, quando Catherine foi trabalhar, mal podia se concentrar no serviço, e só pensava em como seria o sábado... como seria aquele jantar, o que ele diria para ela...
Às 12h30min, Catherine foi almoçar, retornando à gráfica às 13h30min...
Ficou SURPRESA ao ver em sua mesa um buquet de rosas vermelhas (elas simbolizam o amor), enormes, com um cartão ao lado. Com receio de ser para outra pessoa, ela não o abriu, nem olhou para quem era mesmo direcionado o cartão e assim as flores juntamente...
No primeiro instante, de fato, achou que não era para ela, e que poderia ser um engano, ou que talvez fossem aquelas lindas flores para a Cássia, sua amiga de trabalho ali perto, da mesa ao lado, pois esta era paqueradora, e tinha alguns fãs. Porém, até aquele tempo, ninguém também tinha lhe enviado flores. Possivelmente os fãs dela não eram tão ROMÂNTICOS assim.
Então foi rapidamente perguntar à moça que o trouxera, e ela disse que eram realmente para a senhorita Catherine... e estavam neste nome, era só ver no cartão...
Catherine foi correndo assim pegar o cartão para ler. Nele continha o seguinte escrito: “Catherine, minha querida, pego-te no sábado, amanhã, às 19h, mal vejo a hora de rever a moça mais linda do mundo!!!! Beijos, Eliason.”
Ela ficou muito emocionada em certos momentos e não acreditava no que estava acontecendo, era tudo tão novo e tão romântico, que ela nem cria que fosse possível, porque sempre fora tão judiada, e os moços que a conheciam tinham receio de chegar perto dela ou de dizer algo mais ousado, próprio de quem se encanta tanto... capaz de expressar sentimentos sem perder a compostura. Mas Eliason não conhecia seu endereço de apartamento, nem ela o tinha dado. Ficou pensando nisso, mas deixou que ele procurasse por si e achasse.
No sábado, às 19 horas em ponto, Eliason chegou ao apartamento dela com seu lindo BMW e descendo, depois subindo algumas escadarias, foi apertar a campainha...
Assim, Catherine sentiu que era ele mesmo e veio abrir a porta toda ANSIOSA, já pronta com um vestido preto e sandálias douradas.... Ele disse:
_Boa noite, Catherine. Mas que vestido mais maravilhoso!!! Já te disseram que você é a moça mais linda do mundo?
Ela respondendo disse:
_Boa noite. Obrigada pelo elogio. (E cautelosamente, pois ainda estavam se conhecendo, continuou dizendo:) Você também está muito bem, Eliason. O telefone do meu trabalho eu havia esquecido de que tinha lhe dado, mas agora o endereço?!... Como encontrou?
Ele disse: _ Para lhe fazer SURPRESA de vir buscá-la em seu lar, eu perguntei à sua colega de trabalho, por telefone, aliás, tive de implorar, senão ela não me daria! E ela disse que me deu somente porque escutou você mencionar o meu nome depois das flores que recebeu, senão de jeito algum ela daria...
Eliason, depois, abriu a porta do seu carro bonito e ela assentou-se no banco macio da frente...
Partiram assim para o restaurante e ao chegarem lá, Eliason, CAVALHEIRO como era sempre, puxou a cadeira para Catherine se sentar e pediram o menu.
O restaurante era muito aconchegante, havia velas vermelhas acesas em cima das mesas com toalhas lindas e esplendorosas, talheres que pareciam ser de ouro, taças que pareciam ser de cristal, lustres belíssimos, uma meia-luz, nem escuro totalmente, nem bastante claro; e músicas clássicas, ao violino, tocadas em baixo tom, para não atrapalharem a conversa dos que jantavam, clientes sempre de boa índole e requintados...
Jantaram e conversaram muito sobre muitas coisas...
Conversaram sobre o emprego de ambos, sobre os amigos e familiares, isso tudo é normal para quem está se conhecendo, mas ele queria dizer sobre a beleza dela, seu charme e coisas que estavam surgindo cada vez mais dentro de seu coração sonhador... Achou que deveria dizer isso na próxima vez, porém...
Ela admirou-se de sentir em seus olhos um brilho que era silencioso, mas dizia muito sobre o que havia em seu coração, e percebeu que tinham muitas coisas parecidas e que já tinham alguma afinidade...
Dançaram algumas horas e às 23 horas ele pediu a conta, enfim, e foram embora, levar Catherine para o apartamento dela...
Ao chegarem ao apartamento, ele desceu do carro e abriu a porta para ela (Parece que hoje até estas coisas SIMPLES muitos homens esquecem para as suas damas, um gesto que diz muito sobre a pessoa)...
Ela, afastando-se dele e do carro, sem muito o que saber fazer no momento, abriu o portão de seu prédio, e disse tchau para Eliason. Acenando com sua delicada mão direita... Com os seus olhos encantados, ela já tinha falado que agradeceu o jantar, a atenção e tudo mais... embora não tenha conseguido nem se lembrar de expressar-se assim com palavras, mas ele sentia isso no seu coração, no seu jeito de ver, e sabia pelo tom de voz dela, mesmo lá no jantar, pelas conversas que tiveram, que ela gostava de sua presença...
Assim, FELIZ E CONTENTE com sua querida, foi embora, ao que ela olhando o carro partir, fechou a porta de seu apartamento, pensando até em ter convidado para ele entrar, mas seria muito cedo esta ousadia, e que algo tão romântico não acontece de um dia para o outro... e o primeiro encontro sempre é especial...
No dia seguinte, ela passou o dia todo pensando na noite anterior, que achou fascinante e romântica e até mesmo luxuosa... Pensava também na estrela que tinha iluminado nos olhos de Eliason... que só uma mulher sensível consegue enxergar...
Portanto, Eliason e Catherine tiveram vários encontros assim, cada um com um tom diferente no ar, como uma nova melodia que era orquestrada ao luar...
Ele sempre a convidava para jantar, almoçar e até mesmo para cafezinhos de vez em quando...
Na maioria das ocasiões, ele a surpreendia com flores de diversas cores e bombons importados e deliciosos...
O encontro deles foi de nove meses, mais ou menos, desejando-se e cortejando um ao outro... Afinal, Catherine também aprendeu a ser romântica, nos seus gestos e em cada palavra...... pois não sabia como ser romântica por aprendizado próprio, e, sim, só sabia seguindo seu próprio coração de mulher.
Mas algo ruim aconteceu. Eliason ligou para Catherine e disse que precisava vê-la com urgência e marcaram um novo jantar...
Catherine disse sim, mas ficou muito ansiosa e PREOCUPADA, mesmo quando viu Eliason chegando para pegá-la, pois via em seus olhos algo triste, algo diferente, algo sombrio...
Logo após o jantar, pois só foi depois dele que Eliason teve coragem de falar o motivo do diferente encontro, e disse:
_Sei que é uma notícia triste para nós dois, mas tenho logo de dizer...Estou sendo obrigado a mudar de cidade, para bem longe. (O que impediria de encontrar-se como estavam fazendo com frequência, e que talvez isso fosse como uma separação, entretanto, apesar de não saber quando iria vê-la de novo, faria o possível para voltar logo).
Acrescentando:
_Jamais te esquecerei dentro do meu coração e das boas risadas que demos, das palavras doces, da troca de olhares, das mãos carinhosas, e tudo o mais...
Mas Catherine ficou muito deprimida, porque ela gostava demais dele, que além de tudo eram amigos por confidenciarem-se um ao outro, segredos que só casais APAIXONADOS fazem, e que se o AMOR é um aprendizado, ela aprendeu a amá-lo muito. Tudo foi bastante novo e encantador para ela, e só agora prestes a perdê-lo talvez até para sempre é que ela pôde perceber o quanto o amava... Ela refletiu se isso tudo era assim para ele também, se ele a amava tanto deste jeito, assim como Catherine sentia no seu peito...
Então, num olhar triste, Eliason se despediu dela, dizendo:
_ Catherine, até breve, sempre te amarei, mesmo longe, mesmo que eu estivesse na lua, ou se fosse mandado para o último planeta do sistema solar... Mesmo que eu fosse abduzido ao monte Everest, ou que estivesse do outro lado da terra, prometo ver-te novamente...
E ela ficou com o coração partido, sabendo que seria um sonho vê-lo outra vez, sentia um aperto dentro de si, desejando no fundo do seu sentimento mais profundo, que tudo o que ele disse fosse verdade ou brincadeira ao mesmo tempo, que pudesse algum dia, em algum lugar lindo, voltar a vê-lo... mas por alguma razão temia muito a sua partida...
Eliason pediu também a Cath que ela nunca o esquecesse (Ele havia ganho uma bolsa de estudo numa cidade longínqua e seu pai tinha o sonho de que Eliason se formasse nesta universidade em medicina).
Bom, mesmo após um ano longo sem Eliason, Catherine sempre chorando, e pensando nele e recordando os momentos felizes que passaram juntinhos...
Continuava frequentando os mesmos locais em que iam constantemente, só que agora, sozinha... sem seu querido amor, sem saber dele, porque por algum desastre da natureza, nem notícia tinha mais do seu maravilhoso amor, o que se passava, e como estava em seu novo lugar de viver... (Será que ele ainda pensava nela? Será que não tinha se envolvido com outra e achado um novo amor? Tudo passava pela cabeça de Cath, será que foi uma desculpa também partir e que deixou de amá-la?)...
Apesar de tudo, um sentimento FERIDO e ainda esperançoso, Catherine seguiu em frente, trabalhando e se esforçando ao máximo para realizar seu sonho profissional, talvez sendo este seu primeiro sonho, pois ainda nem tinha conhecido seu amor quando tinha este alvo, que era ser enfermeira... o mesmo ramo de estudo que Eliason desejava também, área da saúde... um dos motivos pelo qual podia-se dizer que tinham certa afinidade... Mas não era realmente por isso somente...
Ela sabia que Eliason tinha sonhos também, que além de ser médico, e que fora estudar com este fim, queria uma boa esposa no futuro, para juntos formarem uma linda família... Ter filhos, e viver feliz...
Após alguns anos trabalhando na gráfica, conseguiu também uma bolsa de estudo em uma faculdade, onde faria enfermagem, pagando somente metade do valor nas parcelas... Catherine não tinha as mesmas possibilidades que Eliason tinha, pois os pais dele eram mais abastados e a mãe de Catherine era mais humilde neste sentido...
Sua vida era trabalhar, das oito horas da manhã até às seis da tarde, e estudava das sete às dez horas da noite, era uma vida corrida quase todo dia, nem dava tempo de nada, só do necessário, e nunca deixar de sonhar com Eliason, mesmo outros vendo sua beleza, seu charme, e tentando conquistá-la, era uma muralha, ninguém convencia seu coração de seu amor por aquele rapaz que o roubara eternamente, com seu jeito nobre de ser, o ser simpático, meigo, carinhoso, romântico, e lindo.
Assim, estudou bastante, e mais tempo se passou e, por fim, tornou-se uma enfermeira padrão... Recebeu seu certificado.
Continuou trabalhando no seu trabalho rotineiro, até que em oito meses depois de formada, foi convidada a trabalhar de enfermeira, sua profissão dos sonhos, num hospital em Oklahoma, bem longe também de sua cidade de origem... devido que sua faculdade recomendou-a por ser muito PRESTIMOSA e DEDICADA... Suas notas sempre altas valeram demais...
Pedindo a conta no emprego anterior, a gráfica, onde fez muitas amizades boas, boas companhias, partiu para uma nova vida, bem longe e num mundo divergente do seu. Como seria cuidar de pacientes agora, e ser mais responsável pela vida de vários clientes num hospital grande, famoso e de boa categoria?
Ao chegar, em primeiro impacto, foi procurar um local para permanecer, procurar um hotel para se hospedar, até achar um bom apartamento para alugar, mesmo talvez pequeno, mas que a abrigasse em sua nova cidade e novo ambiente de viver...
Pensava agora, que estando num local distante, seria ainda muito mais difícil encontrar-se mais uma vez com Eliason, com quem sonhava de dia e de noite... Parecia que ele simplesmente desapareceu, e perderam contato por muito tempo, sem cartas, telefonemas, enfim, só pensamentos rodeavam e viviam na mente sonhadora de Catherine...
Depois de três dias, tempo que deu para ela se ajeitar na cidade, mas no dia marcado, apresentou-se ao hospital, em que seria seu novo emprego e trabalho árduo... lá no distante Texas, Catherine realizava um dos seus sonhos!
Trabalhava das 14 às 22 horas, não tinha realmente tempo para nada, pois continuava sempre aperfeiçoando seus estudos na parte da manhã, além de cuidar do seu apartamento e de suas roupas, queria ser uma ótima profissional, contudo, dentro e lá no profundo do seu sonhar morava a figura de um rapaz: Eliason, onde ele estaria neste instante? Por que sumiu para sempre? Isso passava por seu coração a toda hora, nem por um minuto sequer deixava de sonhar com ele... (Se não o encontrasse nunca, quem sabe ela morresse solteira! Apesar de ser linda, e outros terem tentado lhe ganhar...)
Era, portanto, muito eficiente e gostava demais do que fazia, afinal, sendo seu sonho cuidar de idosos, crianças, e todo tipo de gente necessitada, carente muitas vezes de uma palavra de consolo na dor, por estarem num hospital ao se cuidarem... ela era gentil e prestimosa, confortava a muitos com seu sorriso terno e dizeres reconfortantes...
Após dez meses de trabalho, Catherine já estava bem financeiramente, pois nos Estados Unidos uma enfermeira padrão ganha super bem, e ela ainda para passar seu tempo e ajudar mais nas finanças fazia horas extras, trabalhava bastante mesmo, para ajudar a esquecer a dor dos sonhos e da saudade, e ajudar a pagar o aluguel de um apartamento perto do seu trabalho, e ainda auxiliar enviando algo para sua mãe em outro estado distante...
Seu novo apartamento ficava numa rua com um nome brasileiro, rua Amazonas, number 58, duas quadras do hospital onde era seu emprego... Uma certa vez, em suas leituras, ela soube do Brasil, e da América do Sul, mas pensou que o país mais bonito de lá era o Brasil, vendo suas lindas praias, seus bosques, e suas variedades, e de certa forma aquelas variedades de raças e de culturas, além do território imenso, lembrava bem seu país também...)
Um dia, um dia rotineiro, já acostumada em sua vida nova, sem novidades quase sempre, viu de relance e de costas um médico louro, alto, mas o mesmo teve de entrar num escritório do hospital e ela tinha que seguir sua rotina com seus pacientes, por isso, não pôde saber direito, mas teve alguma intuição, algum desejo, algum sonho oculto lá dentro de si, se poderia ser seu amado, tão distante no tempo...
Na mesma hora todas as lembranças vieram em sua mente feminina, apegou-se à hipótese de que poderia ser talvez Eliason, pois ele era com certeza um médico em algum lugar neste momento... fazia sentido estar de branco num hospital...
Apesar de tudo, teve de desviar seu olhar devido às suas obrigações de enfermeira, e pensando se era ou não, raciocinava que podia bem ser que não, porque não seria possível num país tão grande encontrar o ser mais apreciado por sua querida alma de mulher...
Seria um milagre poder encontrar alguém num país tão grande?
Naquele dia Catherine foi embora exausta, pois teve que fazer dois plantões em seguida e mal teve tempo para um minuto sequer ir constatar quem era aquele médico...
Pois quem sabe Deus a presenteara com a volta do seu amor...
Ainda estavam contratando novos médicos e enfermeiras, por isso, havia muito trabalho a fazer, para ajudar a salvar vidas.
Ao chegar ao seu apartamento, banhou-se, pois era uma mulher vaidosa, perfumou-se, mesmo que ninguém pudesse admirar seu charme, sua beleza, sua fragrância, e, sozinha em seus pensamentos, sentou-se no sofá e pôs-se a refletir... tomando o seu café, não pôde evitar de pensar se não era aquele médico que por um só vislumbre seu amado Eliason, lá num hospital movimentado, apesar de tudo, naquele relance, ela sentiu algo familiar no jeito, na mesma altura, na mesma cor de cabelos, enfim, mas tudo poderia ser um engano, e sonhar nunca é demais...
Mesmo cansada, não conseguiu dormir, tamanha era sua ansiedade, ao pensar se seria Eliason aquele médico que entrou num escritório do diretor do hospital, um ser misterioso, com as mesmas características do seu grande amor...
Na manhã seguinte, ela saiu bem cedo para seu trabalho, pois fora mudado seu horário em certo tempo e agora ela entrava de manhã às vezes, sonhando em investigar melhor as coisas relacionadas com seu sonho, ela no fundo sabia que bem poderia ser mesmo ele... queria crer nisso fortemente...
Ao chegar ao hospital, estando com o palpitar de seu coração acelerado, ansiosa, queria ter notícias do novo médico misterioso, afinal quem era? E como saber quem era?
Mas tanta era sua ANSIEDADE, e seu setor era em outro ponto, que não sabia como perguntar para outra enfermeira sobre o médico novo do hospital, da noite anterior... era como se quisesse crer que era ele até o último momento, como querendo manter um sonho acordado, uma vela acesa de esperança... E se fosse Eliason, depois de tanto tempo longe, sem notícias, como ele estaria amorosamente? Ainda gostava e amava Catherine? Tinha talvez achado outra pessoa, pois o tempo era longo, e as circunstâncias mudam muito... Somente para Catherine as coisas não mudavam em seu sentir, ela prosseguia amando do mesmo jeito que amava anos antes, como anteriormente, sentia a paixão dos adolescentes...
Outra coisa. Ela era reservada, sempre foi assim ao conversar com as pessoas, sempre respeitosa e carinhosa...
Porém, no fim das contas, não mais suportando o pulsar de suas próprias veias, correu em passos largos e decididos, até saber quem era o médico loiro, alto, e foi deixando sua timidez e receios e perguntando à enfermeira do outro setor, em que havia visto o homem, se ela sabia o nome do doutor novo ali, que ela viu numa noite anterior...
Se ele estava trabalhando naquele plantão, enfim, qualquer pista seria preciosa...
Portanto, a outra enfermeira disse que era um médico residente de outro hospital (mas que talvez viesse posteriormente trabalhar ali realmente) e que tinha se formado naquele ano, mas não lhe perguntou, nem soube do seu nome ainda, para não parecer indiscreta, e confessou que era um homem muito bonito, e que conversou com o diretor do hospital.
Catherine agradeceu e suspirou por sua própria valentia de momento, sua ousada maneira de saber, de procurar pelos seus sonhos... e retornou ao seu trabalho no seu próprio setor... respirou fundo, e mantinha-se pensante...
Mas mesmo após ter ouvido todas as explicações não concisas ainda da outra enfermeira, Catherine se agarrava às forças que vinham lá do fundo do seu coração, quase que sussurrando ao seu ouvido, que haveria de ser Eliason sim.
Teria ainda de sofrer calada, sempre com a ESPERANÇA de um dia poder vê-lo de novo.
Passaram-se mais nove longos meses do acontecido, tanto para se manter ocupada e não pensar muito em Eliason, às vezes ela se lamuriava em achar que nunca mais veria Eliason... nem viu mais aparecer aquele médico por lá no hospital...
Ainda nos tumultos da vida, e das coisas, e das pessoas que vêm e que vão, nas dúvidas e perguntas que fazia para si... ela se apegava ao sonho de um dia reencontrá-lo...
Já eram meados da primavera que se aprontara com flores novas e brotos por todos os campos e praças com arvoredos, e naquela semana ela tirara cinco dias de folga, voltando à sua cidade natal, Washington, e foi justamente também almoçar no mesmo restaurante, que anos antes frequentava, com Eliason em sua companhia, a fim de recordar bons momentos com ele, para do mesmo modo relaxar a mente, voltar no tempo, sonhar sempre, pois tinha trabalhado tanto, para distrair sua mente e coração, tentar suportar saudades inimagináveis... Por que será que aquele moço ficara tão profundamente guardado dentro de seu coração? Nem ela saberia responder, são coisas que a vida traz e às vezes o vento leva embora... Não seria uma paixão casual, que acontece com muitos, não era um amor fraco, sem vínculos algum, ou poucos, daqueles que se desgarram como colas ineficientes, não, era um amor louco, desesperado, ansiado, sublime, e por que não dizer altamente sonhador e nobre? Poucas pessoas amam alguém assim...
Os dias foram poucos em sua folga, porque seu trabalho era duro e exigente, sendo assim, voltou ao hospital em que trabalhava, e não falavam em outra coisa, senão no novo médico contratado agora de modo permanente, louro, alto, de olhos azuis, que atraía os olhares das pacientes e das trabalhadeiras do local... por seu sorriso belo, cativante, e por sua boa educação...
O nome do doutor-diretor que o contratou era Richard Williams, que só contratava médicos peritos, que eram eficazes em seus afazeres de medicina, e que passavam em testes exigentes apenas... Cada funcionário lá, tinha que fazer uma prova difícil...
Seria Eliason?
Mesmo sabendo de todas as coisas que se falavam e que corriam pelo hospital, Catherine ficou meio que sem perguntas, na verdade até com MEDO de ser realmente Eliason... porque mais coisas eram características dele, como o jeito e a aparência que descreveram... como seria sua REAÇÃO ao reencontrá-la, pois não saberia qual seria seus novos gestos, seu novo olhar, sua nova situação, seu novo coração a pulsar, e tinham se passado muitos anos, muito tempo mesmo... tudo poderia ter sido esquecido por ele, aquelas promessas de amor sem fim, aquele olhar com brilho de quero mais, aquele sorriso de menino saudoso, enfim...
Passaram-se mais duas semanas e nada de ver ainda o tal médico, seu setor distante dificultava, seu trabalho corrido, e os plantões que poderiam não coincidir, simplesmente parece que a sorte não queria que Catherine visse e comprovasse por meio de seus próprios olhos...
Chegando logo um novo sábado, porque o tempo voava, ela se deu conta de que já era fim de semana...
Então, ao chegar segunda-feira, foi somente neste dia que ouviu concisamente uma voz firme de diretor, mencionar o nome dele: _Poderá começar a trabalhar hoje mesmo, Doutor Eliason Teodore Junior... Faça sempre seu melhor.
Ela ouviu de longe, mas seus ouvidos estavam tão atentos, que parecia que ela tinha dons especiais...
O coração parece que parou, o dela, e era ele realmente, e não a tinha visto ainda, será que ainda a conheceria pelo menos, se recordaria dos tempos idos, quando o amor vencia barreiras, obstáculos caídos ao chão, espelhos quebrados, olhos que iriam se entreolhar, sim, ficou mais branca, estarrecida, percebendo que era o homem dos seus sonhos... Ele estava por ali...
A pessoa que ela conhecera nove anos antes, e que agora só de escutar o seu nome completo, e confirmar que era ele mesmo, seu coração parecia saltar pela boca...
Teve que ir lá na varanda do hospital, respirar fundo, olhar para as nuvens brancas, sentir seu coração voltar ao normal...
Somente então pôde saber por si mesma que amava da mesma maneira que sempre o esperou, que sempre mantinha acesa as chamas dentro do seu peito de mulher... ainda o amava demais... E suas esperanças de revê-lo os próprios sonhos deixaram ela realizar...
Mas, contrário ao que se poderia imaginar, em vez de ir rumo ao médico novato, olhar em seus olhos, enfim, ela correu rua afora, tão contente que parecia uma criança que ora tinha ganho um presente que desejava bastante...
Ao retornar ao hospital, ficou RECEOSA, pois qual era e seria a reação de Eliason? Ao vê-la, o que ele sentiria?
Por que sumiu e nunca mandara notícias?
Deixou de amá-la ou permaneceu em seu sentimento um sonho semelhante ao de Catherine de rever um amor tão forte como aços mais firmes?
Apesar de tantas dúvidas que ela tinha no seu coração, ela tinha realmente de voltar e realizar suas atividades, e esperar a oportunidade de cruzarem olhos com olhos, rosto com rosto, pessoa com pessoa, homem e mulher...
No horário de almoço, ela ouviu ecoar a voz de Eliason no fundo do corredor. Pois sua voz ainda era inconfundível a ela. Ela não esqueceu como era.
Assim, criando aquela coragem feminina, começou a atravessar corredores, passar por pessoas, e finalmente, deparara-se com Eliason, homem maravilhoso para ela, alto, loiro, olhos azuis e muito forte, agora vindo em sua direção...
Então ela se sentiu como se fosse a mesma menina, moça frágil e sonhadora, que o viu partir anos atrás...
Eliason a reconheceu quase que imediatamente, mas era o mesmo ardor, o mesmo brilhar de estrelas no horizonte, o mesmo encanto...
Catherine estava ali em sua frente, olhando em silêncio, só olhando diretamente em seus olhos, vendo de baixo para cima, pois ele era alto, e ela era bem menor que ele... queria decifrar algo, e ela, tão linda ainda, mesmo nos nove anos que se passaram, agora com seus 27 anos, continuava tão jovial como antes, como na primeira vez que chamou a atenção daquele cavalheiro romântico, voltando ao tempo do seu primeiro amor...
Quando Eliason viu ali em sua frente Catherine, ficou muito FELIZ e com uma felicidade estonteante... Um oi era sussurrado quase inaudivelmente, olhares e sorrisos que havia, entre um balbuciar de lábios e outro, quase que hipnotizados um pelo outro... não havia ainda palavras nas suas bocas, era uma saudade de nove longos anos... Aquelas promessas que ficaram marcadas no coração, aqueles dizeres para nunca esquecer...Mas afinal, continuava as dúvidas na mente de Cath: por que Eliason não mandara notícias, nem ligara, nem dera satisfação de sua nova morada, suas situações, e por que só agora era médico formado?
Catherine ainda nos seus sussurros balbuciados disse então:
_Tudo bem? (Como se quisesse entender motivos que se mantiveram em segredos, mistérios ocultados do seu conhecimento de mulher apaixonada...)
Eliason disse por fim:
_Quanto tempo, Catherine!!!
Ela disse então:
_Você fugiu de mim, Eliason?! (perguntou Catherine).
Ele respondendo com carinho e saudade disse:
_Claro que não!!! Desde que pude, eu só pensei em você...
Ela:
_Como assim? Desde que pôde?
_Sim, eu tive um acidente de carro já na primeira viagem que fiz à cidade longínqua em que fui fazer a universidade e, devido a bater a cabeça bem forte, por um tempo eu perdi a memória, e muitas coisas desapareceram de minha mente, como endereços, telefones, e até pessoas em geral... Foi também por isso que demorei um pouco mais a me formar como médico... Quando nos meus sonhos, eu gritava por seu nome, ouvia seu dizer de longo acenando um tchau para mim, e por meses e meses eu queria saber quem era aquela que aparecia no meu sonhar toda noite, mas estava obscurecida ainda, e demorou para vir todas as lembranças... e quando, por fim, fui te procurar em sua cidade, você já tinha desaparecido daquele apartamento, e ninguém sabia direito onde era que você estava, ou não queriam dar o endereço, eu não sei, exceto que disseram o nome da cidade, Oklahoma... é por isso que estou nesta cidade... não é mera coincidência... eu te buscava sem saber se iria encontrar... me sentia como que culpado, apesar das circunstâncias, como tendo abandonado, mas eu fiquei debilitado por muito tempo... e mesmo assim eu prossegui estudando, e me recuperando... hoje já estou bem., já me lembro de tudo, e parece que nem sofri um acidente tão sério. Aquele primeiro BMW estragou todo.
Catherine, com lágrimas nos olhos, disse:
_Que lindo teu dizer, eu não entendia teu desaparecimento... Pensava ter encontrado um outro amor, nova paixão, novos beijos, novos olhares, novas mãos...
Ele:
_Nunca esqueci de você... mesmo não lembrando totalmente, eu sofria por dentro, e a saudade corroía meu coração... Pensei que nunca mais a veria também...
_Eu também não te esqueci um só instante!!!
Então, Eliason perguntou:
_Catherine, você trabalha aqui também?
Catherine respondeu:
_Sim, já faz algum tempo que trabalho aqui, era um dos meus sonhos ser enfermeira e consegui com muita luta e esforço... Já o outro sonho você deve imaginar qual seria...
_Formei-me em medicina recentemente, mas por fim, este é meu primeiro emprego formal... após todos estes anos nunca a esqueci realmente... eu só fiquei longe sem notícias pelas coisas que lhe contei, senão sempre manteria contato, até podermos realizar mais outros sonhos, que todo homem e toda mulher sempre quer e anseia... Vou todos os anos naqueles lugares em que íamos, no restaurante chique com violinos, pensando em vê-la, achá-la novamente... mas não a encontrei mais... nunca mais... até agora, e o presente momento tão emocionante e resplandecente...
Então Catherine diz:
_ Esperei por você por todos estes anos, nove longos anos, numa esperança quase irracional de ver você de novo e ouvir estas palavras lindas e cativantes... De encontrar explicações, de entender os motivos...
Eliason diz para ela:
_Precisamos jantar fora como antes, e voltar a reencontrar e reencontrar até acreditarmos que nunca mais nos perderemos!
Catherine sorri e se despedem, concorda com ele, mas Eliason, também demasiadamente ANSIOSO, segue-a até seu apartamento, que afinal é ali pertinho mesmo... escrevendo o endereço em sua agenda, e ao chegar a primeira noite de encontro, pois se encontraram naquele dia mesmo, ele manda um buquet de flores rosas, vermelhas, com um cartão e uma caixa de bombons, assim como antes fazia...
Dizendo-se no cartão:
“Catherine, para relembrarmos os nossos grandes momentos de amor. Assinado, Eliason.”
Ela, ficando surpresa, feliz, extasiada ainda, foi uma espera enorme e intensa, mas recompensadora...
Catherine ainda muito ansiosa naquele final de semana, pois havia reencontrado seu AMOR, que deixara de viver romances que não se comparariam a este, e que sacrificou seu tempo, suas energias, suas esperanças, seus sonhos, seus pensamentos, mas rindo de si mesma pela alegria que a tomava, sabendo que o veria outra vez no domingo...
Assim, chegando o domingo, levantou-se às 7 horas da manhã, tomou seu banho perfumado, vestiu seu MELHOR uniforme, e foi ao trabalho ALEGRE. Agora seus dois sonhos se realizaram!!!
Catherine, por ser RESERVADA e tudo mais, ainda ficava ANSIOSA ao pensar em ver Eliason, o tempo não apagou nada, mas pelo contrário, fez-se valorizar mais, ter mais apreço por algo que havia por muitas sido considerado perdido!
O hospital estava um caos, com vários pacientes em estado grave inclusive...
Eles mal puderam se cumprimentar direito, meio que desajeitados ainda, apertaram as mãos e beijaram no rosto, por mera timidez ainda...
Naquele dia, tanto ele como ela, trabalharam intensamente das 7h30min até 22 horas. Cada qual em seu setor distante um do outro.
Quando Catherine foi no almoxarifado bater seu cartão e pegar seus pertences, sendo também a hora do Dr. Eliason partir, ele foi ao seu encontro...
Não tiveram tempo de quase nem dizer um oi durante o dia todo... nem de sorrir um para o outro...
Cansados fisicamente, mas não cansados emocionalmente por causa do amor, foram até a porta de saída de mãos dadas, e lá estava ele, um homem loiro, alto, olhos azuis, forte tanto no olhar como fisicamente...
Catherine ficou estarrecida pela beleza que irradiava aquele ser tão AMADO por ela, para ela era o homem mais lindo do universo... e estava ali em sua frente...
Eliason, finalmente, pega-a pelos braços e a beija ternamente... sem mais timidez, só pela ousadia que os apaixonados sentem, pela esperança sempre mantida desperta, pelos segredos que só os amores eternos compreendem...
_Vamos jantar e dançar? (Diz Eliason)
_ Não está cansado por demais? (Diz Catherine)
_Não estou, por você dou mil voltas pela terra e ainda tenho forças para te levar no colo até a lua, a lua-de-mel...
Aquela noite foi maravilhosa, assim como diz na música, essa noite foi maravilhosa, uma noite mágica para os dois, tudo como sonhos, que pesadelos antigos deixaram de existir, e Catherine tinha medo que acordasse e não fosse realidade, e sim apenas um belo e encantado sonhar...
No entanto, não era sonho... era REAL, ALEGRE, SURPREENDENTE, VERDADEIRO, e o ILUSÓRIO era só um fantasma que de vez em quando queria assustar a FELICIDADE de ambos... ISSO POR TRAUMAS PASSADOS...
Ela estava estonteantemente linda, com aquele brilho nos olhos de menina ainda, com sorrisos genuínos, que fariam uma outra mulher sozinha invejar tamanho contentamento num ser feminino!
Passaram tanto tempo na noite, e ela voava, pois quando se está se alegrando, o tempo passa veloz, mas era como se fosse a primeira vez novamente...
O primeiro encontro... o mesmo amor... o mesmo ardor de outrora...
Depois do jantar e danças que tiveram, e as músicas lindas que ouviram, e as conversas agradáveis e a boa companhia que se felicitaram um ao outro...
Eliason a levou até seu apartamento, acenou com um tchau e foi embora...
Catherine estava ESPLÊNDIDA E LINDA, o amor faz assim com as pessoas que amam sinceramente, deixam as pessoas belas, com um vestido vermelho, sandálias e blusas pretas...
Ela entrou em seu apartamento e ainda não havia se dado conta do que tinha acontecido naquela noite tão inesquecível...
Sentia-se com os seus dezoito aninhos de idade, embora o tempo já tivesse corrido um tanto mais... tanto para ela como para Eliason...
Cath foi ao seu quarto, mudou de roupas, e as sandálias, o vestido, e foi banhar-se com seu perfumado banho de mulher que sabe encontrar a felicidade, e que sonhou até o fim...PÔS SUA ROUPA DE DORMIR... E TEVE LINDOS SONHOS EM SUA PAZ MENTAL...
Ao amanhecer, tomou seu café da manhã e foi feliz trabalhar...
Chegando no hospital tinha uma surpresa para ela...
Em sua mesa, recordando-se também de idos dias muito antes ainda na gráfica, ela vê flores e bombons, e um cartão que dizia assim:
“Ao meu grande e verdadeiro amor, eterno e sincero, e vívido, Catherine, e pela noite maravilhosa que passamos eu lhe agradeço por você ser a mulher que faz um homem rir sem saber os motivos, sorrir como menino, pular, e por fim gritar aos quatro cantos da terra porque ama de todo o coração a mulher mais amada deste viver... Com amor, Eliason Teodore Junior...”
Assim, como era de esperar, ela fica toda FELIZ...
Mas os bombons ela ainda divide com as amigas, para não engordar, coisa das mulheres, sempre querendo manterem-se lindas para seus amados...
Ainda se precisava de mais médicos no hospital e mais enfermeiras, porque a correria do trabalho era grande, e lá não se podia paquerar, ou buscar o olhar do amado...
E embora tendo mais uma vez terminado o expediente, e o plantão de ambos, que coincidentemente ou por favores especiais concedidos pelo diretor amigo, era o mesmo, Eliason convida Catherine para ir ao seu apartamento...
Catherine queria ir, mas por charme e querer ser mais valorizada, porque ainda fazia poucos dias do reencontro, achou cedo para as intimidades que os homens buscam mais muitas vezes e pedem mais... Porém, Catherine deixou a vontade de lado de ambos, e foi embora ao seu lar... sabendo que no dia seguinte seria folga de ambos, e que ela iria buscá-lo de repente NO APARTAMENTO DELE, sem ele esperar ou saber...
Foram ao parque da cidade, sempre conversando agradavelmente, ambos APAIXONADOS por declarações afáveis de amor eterno, ambos poetas na alma, apesar das profissões serem humanas e da área da saúde...
Cath estava com uma calça jeans, um suéter azul, com tênis sport... Eliason usava muitas vezes azul marinho quando estava de folga, e ela, também sem esperar, ao irem ao seu apartamento, recebeu dele uma caixa dourada, e dentro dela havia um perfume muito cheiroso e de fragrância doce...
Como não gostar de presentes? Ainda mais dados com amor e carinho!!
Agradeceu com seu jeitinho muito feminino e atraente, que cativaria o homem mais frio e gélido do pólo norte, ou atrairia como um ímã o ferro mais duro, mais insensível aos afagos da mulher querida, nos olhos meigos e suaves que puxariam como a gravidade da terra a própria lua em seu vigor, seu esplendor, sua fulguridade...
Cath lhe deu um beijo no rosto... Ele sorriu, porque beijos na boca significam algumas vezes menos verdade do carinho do que tais beijos admirados...
Por fim, Eliason sentado no sofá dentro do apartamento de Catherine, e ela fazendo mistérios de voltar já já... mas foi buscar sua bolsa... Voltou em alguns segundos com uma bolsa dourada, ele nota isso porque fica imaginando por que as mulheres amam tanto o brilho das coisas!
Foram ao cinema... Depois, lanchando, conversaram sobre diversas coisas, mas ela não aguentando tanto quanto ele já se conformado de esperar... no final da tarde o convida a ir ao seu lar de novo, estava ansiosa para que chegassem, porém, eles só se abraçam e dão beijos apaixonados no sofá, e ele vai embora FELIZ, porque o amor é feito de carinho, e não somente de desejos...
O dia seguinte, sempre ansiosa de reencontrar Eliason, não se enjoaria jamais de vê-lo todos os dias que se fosse possível, todas as horas, cada minuto, cada segundo...
O tempo juntos os faziam mais encantados um pelo outro, e não esmorecia o coração de ver sempre, de tocar as mãos, de abraçar carinhosamente, de dar um beijo, de continuar sonhando, e de viver o amor como se fossem dois, mas fossem na realidade um só, um só amor, um só querer...
Certo dia ao chegar ao hospital, Eliason teve uma grande surpresa.
Mas não uma boa surpresa, ou feliz, porque seria transferido para outro hospital, do mesmo diretor, então, ficando sem ação e PENSATIVO, já ficara remoendo palavras em seu coração para não parecer que estivesse fugindo novamente da sua querida e amada namorada, a bem dizer a noiva que tomou tanta chuva na vida, ouviu trovões, e viu relâmpagos a esperar ansiosamente por ele, e agora outra vez, mas nem como da primeira vez, era uma coisa triste, pois não se veriam mais todos os dias...
Parecia que estava voltando no tempo em que se despediu dela, quando foi lhe falar, e que a história se repetia... era um pesadelo menor um pouco?
Ela e ele ficaram DESCONSOLADOS, depois que ele desabafou sua tristeza... pois amava a companhia de Catherine, e os olhos encheram-se lágrimas, porque lembraram que uma destas despedidas o tempo foi grande demais para se reencontrarem...
Embora ele não soubesse como ela iria reagir, e ter ficado até sem ação por uns instantes, eles sabiam por experiência própria que a vida tem dissabores algumas vezes, e algumas coisas amargas acontecem...
Mas seu jeito meigo e compreensivo de dizer:
_Querida Catherine, tenho uma notícia que de princípio já sei que será muito triste, pois serei transferido agora, quando nos acostumamos a nos ver quase sempre... vai ser mais difícil nos ver, mas não será como da outra vez que parti para outro lugar, outra cidade, agora não vamos nos perder, só vamos nos ver possivelmente em fins de semana, ou em dias que coincidem nossas folgas... pois lá é outro ambiente e novas regras, e novos horários... Estão precisando mais de médicos por lá do que mesmo aqui, que necessita de mais profissionais...
Catherine, como era de se esperar, ficou angustiada, dizendo a ele:
_O seu chefe lhe transferiu de hospital, mas não do meu coração!!!!
Então, se abraçaram mais fortemente que o normal, e se beijaram, ficaram mais envolventes... e deixaram algumas lágrimas molharem seus olhos...
Ainda naquela noite, foram jantar juntos... Ela estava como sempre bela, com um vestido preto e a bolsa dourada... como ela preferia muitas vezes...
A noite, repleta de estrelas, um jantar ao ar livre, a lua a cintilar, irradiar a luz de um sol que estava do outro lado do mundo... mas mostrando estar presente no calor dos seus abraços, e apertos fortes, de atração, de carinho, de fervor, de querer a pessoa amada a todo instante, e pensar que cada minuto é tão valioso ao lado da pessoa que se ama, que o tempo se curva, e o nada é tudo para os que estão tão envolvidos um com o outro...
Dançaram após o jantar... sempre sorrindo, rindo de palavras bobas, de palavras românticas, de dizeres que só os apaixonados entendem com o coração...
Após tanto carinho no jantar, e depois do dançar, Eliason a levou para seu próprio apartamento... E ela se deixou levar...
Agora ela esperando a cortesia dele, que trouxe uma bebida para ela, a qual ela não estava acostumada, mas por tamanha gratidão nem sentiu o uísque descer por sua garganta esbelta e traços finos de seu pescoço... mas pediu que não desse mais este beber para ela, estava acostumada apenas com bebidas mais fracas... Ele se desculpou... pois são coisas do costume de classe dele...
No sofá, sentados juntinhos, conversaram sobre o amor dos dois, e nunca repetiam a mesma coisa, porque havia eternas juras de amor nos seus lábios...
Depois de duas semanas chegou o dia de Eliason realmente ser transferido de hospital... E assim fizeram uma festa surpresa para ele, tanto os médicos, como as enfermeiras e todos os que trabalhavam lá... Ela fez ali em público uma declaração para Eliason, que, por sua vez, comoveu-se muito com a atitude dela... Vendo sua dedicação carinhosa...
Na festa surpresa correu tudo muito bem, mas Cath no fundo estava aflita e melancólica, porque já no dia seguinte não veria no hospital o seu amado...
No dia seguinte, que chegou tão veloz, Cath olha para as flores, e os bombons, costumeiros de Eliason, com um cartão:
“Não se passaram doze horas ainda que não nos vemos, mas a saudade já bate forte no meu coração... estou morrendo de sentir sua falta, daquele que te amará para sempre, Eliason...”
Catherine, visivelmente triste em seu olhar, talvez traumatizada por uma antiga despedida quase sem fim, trabalha na rotina do seu dia-a-dia no hospital, e naquela mesma noite Eliason ligou para ela, convidando para assim que puderem ir ao cinema.
Eles combinaram o dia e foram, ela RADIANTE, ele EXTASIADO, comendo pipocas defronte a tela grande e iluminada de um filme romântico...
Depois, foram a uma lanchonete tomar um suco, pois a pipoca estava muito salgada.
Então, Eliason levou Cath para casa, e ela convidou para ele entrar, e sem perceber o dia amanheceu, tiveram uma noite linda, e de manhã Catherine levou um café para ele, afinal agradar quem se ama sempre é um prazer...
O sonho demorou mais ou menos uns nove anos até chegar, mas quando chegou veio como os tufões, como os furacões que invadem ilhas e montanhas e praias e bosques...
Catherine por mais um momento não acreditava no seu sonho acordada, mas se sentia feliz e isto já era bom para sua vida...
Algumas pessoas às vezes guardam no coração a noite mais maravilhosa que tiveram, foi assim que Cath fez com seu sentimento...
Tomaram o café juntos, tomaram um banho, e foram ao trabalho de cada um...
Ele a levou até o trabalho dela primeiro, depois foi ao seu, que ficava bem longinho dali...
Na hora do almoço, Cath comprou uma revista de modas, coisas das mulheres, numa banca de jornal, e teve que dar uma passada rápida em seu apartamento, e vendo sempre surpresas porque havia rosas vermelhas e brancas repletas do portão até a porta de entrada do prédio, só poderia ser Eliason, era costume dele, um hábito que muitos homens hoje já deixaram de fazer...
Ela ficou emocionada por demais, logo, como se adivinhasse que ela estaria ali naquela hora, Eliason chega em seu carro chique, um outro BMW, e a pegou pelos braços e deu-lhe um beijo intenso e longo...
Catherine percebeu que mesmo eles já não trabalhando juntos, o AMOR e a SAUDADE demonstrada era ainda maior...
À noite, ele aparece lá em seu lar mais uma vez, olhos alegres, não se desgrudariam nunca mais... ERA COMO SE QUISESSE RECUPERAR O TEMPO QUE SE PERDEU...
De manhã, um café gostoso, o sol que entra pelas frestas da janela, o sono repousante, a voz um pouco mais grossa do homem por causa das cordas vocais em repouso, a ansiedade de Catherine em querer agradar mais e mais, procurar algo novo para dizer, algo novo para fazer, ou simplesmente delirar ao lado de quem se quer tanto, que se esperou tanto, fazer brincadeiras com as palavras que dizem e dizer sempre de algo do amor, REAFIRMAR que ama, pois quantas vezes ouvir, quem ama não vai se lastimar...
Combinaram tirar férias juntos após algum tempo de trabalho. E foram visitar os pais. Ao chegarem da viagem longa, primeiro visitaram a mãe de Cath, e sua mãe ficou contente com a visita, apesar de chegarem cedo, quase 7 horas da manhã... Coitada, ela costumava acordar mais tarde...
Depois se despediram e foram para casa dos pais de Eliason, já bem idosos e orgulhosos do filho formado médico...
Eliason já havia enviado um cartão postal aos seus pais avisando quando chegaria o dia de sua visita e chegada...
Ao entrarem portão adentro, sua mãe já bem desperta, e na espera, veio correndo abraçar o filho querido com sua noiva, namorada, e futura mulher, e assim conversaram bastante, até o jantar, quando Eliason disse para eles que iria alugar um quarto de hotel, para não dar trabalho aos pais velhinhos, mas sua mãe Glayce fez questão que eles permanecessem ali em seu lar, perto dela, pois ela e seu esposo, não viam o filho há algum tempo... Ficaram felizes de saber que sua futura nora, também trabalhava em hospital, assim como o filho... e por causa da doçura de Catherine, ela conquistou os pais de Eliason que passaram a considerá-la como filha...
Passando o anoitecer e a chegada de um novo dia, um novo café da manhã em outra cidade, num lar repleto de coisas antigas, saíram para rever a cidade, foram ao Shopping local, almoçaram em self-service desta vez, mas o melhor da cidade... restaurante frequentado por boas pessoas... muita música linda no ar...
Após o almoço, foram ao Washington Square Park, onde tudo começou, com um simples olhar, um simples olá, um simples sorriso nos lábios que queriam dizer mais, enfim... recordaram de dias alegres e como tiveram sorte de se encontrarem... Beijaram-se ternamente, como se fosse a primeira vez...
Ficaram ali a tarde toda, até o pôr-do-sol, vendo as cores alaranjadas no céu, sabendo ambos que essas coisas aparentemente comuns todo dia, e simples também, são emocionantes quando se está ao lado de uma pessoa amada...
Já anoitecendo, voltaram para a casa dos pais de Eliason. Eles mostraram fotos de Eliason quando era menino, e como era sapeca, e travesso... jantaram, dormiram, e desponta um novo amanhecer no dia seguinte...
Desta vez foram a uma cachoeira enorme e linda, cartão postal daquela cidade vizinha... passaram o dia todo lá, mas na realidade já se tinha passado alguns dias, e eles precisavam retornar à longínqua cidade em que moravam...
Fizeram as malas, foram rumo à estrada, sempre conversando, rindo e alegres...
Mesmo quando um queria brigar por uma coisa boba, o outro ria e acabava tudo na brincadeira...
Voltaram aos seus respectivos trabalhos, cada qual em seu hospital, e continuaram namorando, se cortejando, por uns dois anos...
Um certo dia, ao chegar em seu lar, Catherine abriu o portão já avistando as flores vermelhas e brancas, até a entrada do prédio em que morava, como se fossem um tapete de rosas... Ela poderia se enjoar disso, mas por isso ela chegou a esperar nove longos anos, e então por que se enjoar do amor?
Mas sempre que havia coisas assim, os planos de Eliason eram expressos e ela ficou ansiosa em saber o que seria desta vez...
No trabalho, Cath ficou o dia todo ansiosa...
Ao chegar em seu prédio, Eliason a esperava no portão. Ele estava muito bonito com um smoquing preto e um buquet de flores na mão.
Assim, sem pedirem licença, sem perceberem, sem notas ou anotações, se beijaram com amor, e ele a puxou para ir a um novo jantar...
Catherine nunca dizia que não iria, por isso sorriu somente para ele para dizer sim...
Porém, ela pediu um tempinho para se arrumar, e entraram um pouco no seu apartamento. Colocou um vestido vermelho bem sensual e uma sandália prata com um coque nos cabelos...
Durante o jantar, Eliason tirou do bolso uma caixinha preta em formato de coração com anéis de ouro dentro, sendo um deles de brilhante, e disse simples e diretamente:
_Cath, quer se casar comigo?
Ela respondeu:
_Qual seria a resposta da mulher mais amada e apaixonada que existe?
A resposta sempre será sim para você, te amo!
Depois do jantar, passaram mais uma noite de delícias de quem está encantado apesar dos dias irem passando, apesar do tempo, apesar dos cansaços físicos e emocionais, apesar de irem ficando cada vez mais velhos..
Passaram-se alguns meses e eles estavam fazendo os preparativos para o casamento, inclusive a data dele estava ainda meio indecisa... por outros fatores, relacionados mais com os afazeres de trabalho e tudo mais...
Mandaram os convites um mês antes do evento, estavam trabalhando muito e também muito ocupados com os afazeres do casamento...
Catherine, com seu bom gosto, escolheu um vestido lindo, maravilhoso, com certeza a noiva mais linda existente...
Ao chegar o dia, estavam ambos nervosos, a mãe de Eliason veio uns dias antes do casamento, para ajudar com as coisas relacionadas.
Após os votos de casamento, fizeram uma festa num salão muito bonito cheio de glamour.
Logo, mesmo antes de terminar a festa, os dois partiram em voo num belo avião em caminho à Alemanha, ficando lá durante um mês inteiro... Sentiram um frio que não estavam acostumados, andaram de teleférico, e subiram montanhas, dormiram em chalés e visitaram museus e locais antigos... Quando lá alguém não sabia falar inglês como eles, então tentavam com gestos explicar a algum alemão ou alemã o que queriam do menu, ou onde ficava certo lugar bom para se visitar...
Ao retornarem, compraram uma casa linda e aconchegante.
E tiveram que voltar ao trabalho de cada um, mas Eliason teve uma boa surpresa:
Fora promovido de médico comum para médico-chefe de certo setor importante... ele era ótimo profissional, não tratava seus pacientes com descaso, ou com alguma pressa, e sim mostrava-se prestativo e usava sua inteligência para resolver cada caso, cada doença, cada coisa. Por isso, devido ao esforço contínuo e prestimoso foi promovido. Ele daria um bom exemplo aos seus subordinados.
Por Eliason ganhar bem mais que antes, e Catherine ter visto alguns descasos de certos profissionais, e ter se decepcionada algumas vezes no trabalho, e cansar de ouvir o som de uma criança chorando de dor, e muitas vezes não poder fazer muito. Ela amava ser enfermeira, mas tinha se enjoado de ver sofrimento humano, pura dor, que causava aflição a quem é sensível ao sofrer alheio... Então, pediu para Eliason umas férias permanentes, pois não tinham necessidade de dinheiro, e nem faria falta alguma o seu salário... Mas ele perguntou a ela o que ela iria fazer com o tempo agora livre... Ela respondeu: _Vou aprender e me aplicar à arte.
Depois de cinco anos, ela já estava com seu próprio estilo no pintar, jeito dela mesma, e apesar de rejeitar o salário de enfermeira que tinha e o trabalho com seu ganho para si só gastar, pois estava até sobrando, começou a ganhar ainda mais como pintora, mesmo sem intencionar isso, pois iniciou a exportar seus quadros. De tão diferentes e lindas que eram suas telas, ficou conhecida internacionalmente... Havia quadros seus na Bélgica, França, e muitos lugares da Europa... além de mesmo em muitos outros continentes, como na Ásia, especialmente no Japão... Como ela importou muitas fotos de paisagens do Brasil, que ela achava um país que tinha lugares belos, pintava estas paisagens também, de bosques, florestas de flores, riachos, cachoeiras, o Amazonas (que era antes o nome de sua rua), e outras coisas bonitas...
No entanto, foi depois de anos, e tendo vitórias em sua vida, que ela engravidou, e deu à luz um menino forte e saudável que deram o nome de Christopher Teodore. Ele mais parecia com a mãe do que com o pai, pois era mais moreno, e sua personalidade também era mais semelhante à de sua mãe.
Christopher era uma criança muito inteligente, e antes dos sete anos já estudava, jogava golfe, xadrez, andava a cavalo nos fins de semana, criança privilegiada, nascida em berços de ouro... aprendeu outros idiomas, como o japonês e o russo...
Christopher foi crescendo e aos dezessete anos já ajudava a exportar os quadros da mãe, ele mesmo também se arriscava a pintar muitas vezes, mas deixava esse dom maior para sua mãe. Ele mesmo ainda buscava seus objetivos na vida, e aos dezoito anos foi para uma faculdade, sendo um rapaz muito esforçado. Por isso, Eliason lhe deu de presente um carro novinho, do ano, pois ele já estava com carta de motorista recém tirada e já estava ANSIOSO para dirigir... Eliason também lhe deu conselhos de trânsito, aproveitando falarem de mais coisas da vida...
Christopher se formou rápido, e entrou em seu primeiro emprego como voluntário, mas era doutor como seu pai. Trabalhava meio período apenas, pois se distraía muito com várias coisas como natação, esportes em geral, especificamente o basquete, e era exigente com respeito a ter namorada... Muito seletivo e chato neste ponto, mas era jovem ainda, tinha tempo de sobra para escolher as coisas para ser feliz na vida... Tendo pais amorosos, nunca lhe faltou conselhos bons e atenção. Muitas vezes estava lá do lado mãe, observando-a pintar... e dando sugestões...
Porém, quando Christopher se formou em doutor, seu pai Eliason coincidentemente se aposentou. Catherine ainda pintava, fazia também trabalhos literários, e vivia no mundo das artes, variando entre uma coisa e outra, até escultura estava fazendo. Sentia-se FELIZ e REALIZADA, muito diferente do que disseram a ela quando era menina, que seria uma pessoa infeliz e nunca conseguiria nada do amor... Ela tinha seu esposo amoroso, cordial, e prestativo, e tinha seu lindo filho, tinha coisas boas, e fazia coisas que gostava de fazer. Comia e bebia do bom e do melhor. Tinha amigas que sempre a visitavam e a parabenizavam por um evento ou outro. Muitas vezes sentia falta de trabalhar num hospital para ajudar, (afinal foi um sonho ser enfermeira) mas lembrava de ver dores de crianças e de idosos especialmente, e achava que foi bom o tempo trabalhado, que auxiliou o que pôde e até mesmo lá encontrou o seu amado, mas descobriu na arte, uma coisa que não sabia que tinha algum dom escondido, que era oculto dela mesma, no entanto, nem ela soube os motivos que decidiram escolher este novo ramo de trabalho, que para ela era diversão, sentia-se feliz de que suas obras eram vistas, não tinha orgulho, era uma satisfação natural de saber que fez algo bem caprichado... Assim, Eliason e Catherine decidiram pegar umas longas férias e foram ao Canadá. Era uma nova lua-de-mel. Eles mantinham o amor mútuo, embora mais maduro, e com menos vigor juvenil, entretanto, seus olhos ainda brilhavam quando um admirava o outro, e sempre se recordavam das coisas que passaram juntos... viam fotos, tiravam fotos também, e ainda riam muito e sorriam, conversando agradavelmente e pacientemente, assim como era próprio da personalidade deles e até da profissão que escolheram na vida... Estavam bem no amor e nas finanças, quase nem tinham preocupações, o filho sendo responsável, nunca deu trabalho ou dor de cabeça. Podiam confiar mesmo de viajar longe, e deixar o filho a só, que ele cuidaria bem de si próprio. Já trabalhando e se distraindo com suas própria atividades. Ao retornarem, encontraram Christopher com uma nova namorada. Seu nome era Lorrane, uma moça recatada, apesar de ser admiradora de Christopher por muito tempo, ele era difícil, mas ela mantinha o carinho e a constância de desejar um rapaz tão repleto de qualidades... que seu carinho, por fim, convenceu Christopher que seria a mulher de sua vida... Ela não era tão bem de vida quanto Christopher, mas mesmo que ele não tivesse absolutamente nada, ela se entregaria ao seu amor... Após três anos, eles se casaram, e foram morar na distante Espanha. O porquê da escolha ninguém soube ao certo. Ele nem tinha curso de espanhol, apesar de saber um pouco por curiosidade própria. Ela muito menos. Catherine ficou triste de que seu filho estava longe, mas para ela o mais importante era a FELICIDADE dele e de sua mulher.
Voltavam para os Estados Unidos de dois em dois anos para reverem os pais e familiares. Christopher tornou-se médico na Espanha também, pois um diploma tirado na América do Norte tem grande valor no mundo em geral, e lá ele tinha o seu salário, não dependia dos pais, para sustentar sua nova família. Era alguém que imitava o pai em ser CUIDADOSO, PRESTATIVO e cuidar das pessoas como seres humanos realmente, e não como produtos ou objetos... Porém, as coisas alegres vêm, e coisas amargas também chegam, e certo dia Catherine ao retornar do seu ateliê, avistou aflitivamente Eliason desmaiado no sofá, deitado...de uma maneira diferente... Ela, ficando DESESPERADA, ligou ao SOS, 411, e o levaram ao hospital às pressas. Chegando lá constataram que Eliason havia sofrido um infarto. Ficou na UTI, e com o passar de alguns dias pôde retornar à consciência e saber que ficou debilitado. No total, ficou um mês todo lá no hospital, lugar onde tratou de tanta gente antes. Por alguma razão desconhecida, não conseguia mais enxergar, porque infartes não causam cegueiras normalmente... Assim, Catherine achou melhor se afastar do atelier para poder cuidar dele. Ele merecia ser tratado bem, e precisava da companhia dela, mesmo não a vendo mais com seus olhos azuis, podia ouvir sua voz compassiva, que tentava distraí-lo de diversas formas criativas, e ele agradecia sempre... Ele falava para ela ter CALMA, que tudo ia dar certo... Ao receber a carta e os telefonemas de sua mãe apreensiva, Christopher retornou para casa imediatamente. Com sua esposa amável, retornaram ao seu lar natural, onde o inglês era a língua oficial, pois já estavam se acostumando a se pronunciar bem em castelhano. Queria também cuidar do seu amoroso pai.
Eliason, estava bem consciente, e ficara triste, porque sabia que estava dando trabalho aos outros, mesmo a seres queridos, que ansiavam ajudar o tempo todo... e lembrava que sempre cuidou de si, e quantas vezes ajudou outros, não pensava que iria ser ajudado um dia... Como Christopher ficava mais tempo com o pai ou revezava com a mãe, Catherine, que para distrair suas preocupações de vez em quando voltava a pintar e ensinou Lorrane nesta arte, pois ela muitas vezes quis aprender também. Depois de algum tempo, deu total liberdade a ela para continuar o seu trabalho.
Eliason, embora estivesse quase paralisado, tentava contar coisas engraçadas a quem estivesse cuidando dele. Levava na esportiva até seu próprio estado debilitado. Alguns com pena, não conseguiam rir de nada, apesar de que por educação, esboçavam um riso para dizer que entenderam o seu ponto de vista...
Eliason e Catherine viveram bons momentos juntos em suas vidas, e por isso as recordações boas deles ninguém as poderia tirar... Viram que tudo de valor que se pode ter neste existir, o mais importante é a FELICIDADE, o AMOR RECÍPROCO, e ter certa medida de saúde no viver... muitas coisas o dinheiro não pode comprar... senão a felicidade deles duraria eternamente... visto que eram ricos...
Apesar de tudo que havia acontecido nos últimos anos, a família mantinha-se esperançosa e feliz de certo modo... Lorrane era uma moça muito simples e paciente, tinha muito amor por Christopher e carinho por seus sogros, Eliason e Catherine, por isso não ficava irritada quando parecia que seu marido dava mais atenção ao pai do que a ela... Christopher recebeu muito amor deles, e agora sentia-se no dever de mostrar de volta tudo o que recebeu.
Lorrane para se distrair também e por gostar muito, pintava quadros excelentes, quase tão lindos como os de Catherine, e era também uma boa cozinheira. Semelhante à sua sogra, somente depois de tempo se engravidou, foi somente depois de oito anos de casamento. Eles não queriam ter filhos antes, para poderem ter mais tempo de se curtirem, e fazerem coisas pelos outros. Por fim, ela também deu à luz uma linda netinha a Eliason e Catherine, que puseram o nome de Kathelyn Cristine. Durante cinco anos, em que a netinha crescia muito, e deu alegria aos avós e aos pais, tudo corria razoavelmente bem. Entretanto, certo outro dia Catherine ligou DESESPERADA para Christopher, que no momento estava num hospital, porque ela viu que Eliason teve outro infarte. Ele veio voando, e ao chegar, examinou bem seu pai, e correndo levou-o ao hospital mais próximo, mas ele já sabia que seu pobre papai não iria resistir desta vez, e realmente ele veio a falecer, apesar de amar a vida e o amor. (Restante no E-livro)