maria vadia - prólogo
Maria Vadia
Pequena esquecida
Nasceu de um estrupo
De um abuso do mundo.
Nasceu de uma mãe que nada tinha
Apenas com o corpo a vida mantinha.
Maria vadia, nasceu com a sina que Deus lhe deu
Ser orfã da vida que a vida lhe concedeu.
Maria Vadia, pequenina
Jogada na esquina
Sobreviveu...
Maria Vadia
Foi um brinquedo dos homens.
Um castigo lhe conferiu
Cada dia mais bela
Ficava aquela
Que só migalhas comeu.
Maria Vadia
Não teve boneca
Não teve berço
Não teve carinho
Não teve aconchego.
Quem disse que te amava
Somente te explorava
Te batia e sua comida comia.
Maria Vadia
Mais bela a cada dia
Sobrevivia...
Maria Vadia
Aos cinco aninhos
Já foi maliciada
Foi desejada
Mas não foi amada.
Maria Vadia
Foi sim, aliciada
Abusada, denegrida
Na mais tensa infância
Já os amores conhecia
Mas não foi amor que uma crianaça merecia.
Maria Vadia
Criança chorava
Choro de mulher, que só da vida apanhava
Como criança que só birra dava
A maldição continuou.
Apesar dos pesares
Maria Vadia
A cada dia
Mais bela ficava...
(... continua... )