Espera.

Na Ilha de Creta, a maior no mar Egeu, no palácio do Cnossos, o mais belo da ilha, havia uma moça muito formosa de cabelos longos cor de mel que combinavam com os olhos castanhos chamada Dória.

Dória tinha estatura mediana e um corpo invejável.No entanto esses atributos físicos não eram seu maior atrativo, pois ela, além de bela era sábia, bondosa, meiga, rõmantica, letrada, artesã e única herdeira de todo o palácio.

Mas como nada é perfeito, Dória vivia sob a tutela do seu perveso e ambicioso tio, que planejava casá-la com seu filho Asper, para torná-lo dono da fortuna da sobrinha, a qual só receberia a herança quando estivesse devidamente casada.

No palácio Dória era mantida prisioneira, ou seja numa gaiola de ouro ela tinha tudo menos a liberdade de sair para fora dos portões, e isso a deixava muito infaliz, sonhando com um grande passeio nas ruas da ilha e de mãos dadas com um lindo jovem, Dória vivia buscando saidas dentro do palácio.

Certo dia, quando ela já estava desistindo da fuga, na parte de baixo do palácio ela viu um quadro que a sua mãe havia pintado, assim ela se aproximou e tocou na imagem e a parede se deslocou do lugar abrindo uma passagem.

Dória entrou no espaço aberto e continua a andar, chegando a cidade, sentiu-se uma criança, correu cantarolando por todos os locais, mais algo lhe chamou a atenção no armazém havia um lindo jovem tocando harpa com uma melodia fascinante.

Dória ficou horas apreciando o rapaz quando de repente seus olhos se encontraram, foi como se uma corrente elétrica lhe atingisse, e saiu correndo de volta ao palácio, levando consigo a imagem daquele rapaz de olhos preto, rosto bem feito e corpo perfeito, e pensou: amanhã irei vê-lo novamente.

Assim na manhã seguinte Dória fugiu novamente e ao chegar ao armazém o rapaz estava a sua espera, a acompanhou e abordou:

_Posso levá-la a um passeio no lago?

Ela acenou afirmativamente e foram navegar, assim o amor nasceu no coração de ambos, que passaram a se ver todos os dias., até que o tio malvado descobriu as fugas da sobrinha e fechou a saída do palácio.

Dória sofrendo a ausencia do amado parou de comer, beber e recusou-se a casar com o primo, esperando que seu amado viesse busca-la daquela prisão.

Lá no armazém as coisas não eram diferente, o belo rapaz a esperava pois não sabia onde encontra-la, não sabia nem mesmo seu nome, e já não tocava mais, estava muito fraco, pois parou de alimentar-se.

E assim ambos morreram no mesmo dia, na mesma hora, um esperando o outro, próximos, porém separados por muros e portões.

Carmem Lacerda
Enviado por Carmem Lacerda em 04/05/2011
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