Ei, já tá na hora de voltar...

Pode parecer estranho mas hoje à noite está tudo vazio.

A cidade está fria e os becos mais sombrios.

Os caminhos parecem diferentes, mais estreitos.

E eu não encontro ninguém nas ruas.

De tão silêncio que está, até consigo ouvir meu coração bater.

Mas eu até que gosto disso.

Gosto dessa paz. Dessa escuridão. Desse silêncio. Dessa solidão.

Continuei vagando por aí, durante horas.

A fumaça do meu cigarro já estava atrapalhando minha visão.

Não sei ao certo, mas ouvi meu nome se perdendo em um eco qualquer...

Fui burra de pensar que tu tinha voltado.

Eu já não tinha mais celular.

Optei pelo meu violão.

Parei e sentei ali mesmo, no chão.

Comecei a tocar a nossa música,

Na esperança de tu ouvir.

Ou pelo menos sentir.

Foi então que eu senti tocarem o meu ombro.

Meu coração acelerou e olhei para cima...

Fui burra de pensar que tu tinha voltado.

Quando me dei conta, tinham levado meu violão.

E agora eu estava ali. Sozinha. Sem comunicação. Sem música. Sem amor. Sem você.

Só me restou as lembranças de um passado próximo.

E eu que pensei que gostava da solidão,

Estava mais uma vez errada.

Eu já estava sem forças para levantar.

Decidi ficar por ali mesmo.

Não consegui mais segurar e comecei a chorar, lembrando que tu se foi.

Eu já estava sem esperanças, com a certeza de que tu não voltaria.

Quis abandonar a realidade.

Quis acabar com a minha dor.

Quis poder viver sem pensar em você.

E foi aí que eu senti dois braços me envolvendo,

E um susurro em meu ouvido:

"Tu foi burra de pensar que eu não voltaria".

Fernanda Destefane
Enviado por Fernanda Destefane em 02/05/2011
Reeditado em 03/05/2011
Código do texto: T2945452
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.