AS CORES LÁ FORA

AS CORES LÁ FORA

Cheiro de mato, de solo molhado

Vento soprando em minha varanda

As tardes de outono me deixam mais pálido

No sol ofuscado de minhas lembranças

Será que nosso amor ficou naquele verão?

Será que o sonho foi tão passageiro?

Que não conheceu a troca de estação?

Que não se tornou real e perfeito?

Se minha visão não se contorcesse

Imagens turvas não me aprisionassem

Se a flor em meu jardim jamais morresse

E as cores lá fora, de forma nenhuma cessassem

Mas um dia o relógio do tempo parou

No momento, na hora errada

Minha vida presa aqui dentro ficou

Trancada nessa velha, fria e solitária casa

Mas as cores lá fora, permanecem vivas

Quanto a mim, quando quiser, abro as janelas e busco por elas

Liberto-me da angústia de estar distante de mim

Ou morro por dentro sem saber qual o meu fim

DANIEL GUIMARAES
Enviado por DANIEL GUIMARAES em 02/05/2011
Reeditado em 02/06/2018
Código do texto: T2944131
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