O SILENCIO DE MARIA
Eu me chamo Maria e vivo a concluir que: “Não. O silêncio não existe. Mesmo no meio de uma sala fechada, sem móveis, enterrada há quilômetros da superfície da terra, há barulhos.
Escuto apenas os barulhos mais altos, como os dos carros passando rápido ao meu lado, cortando o vento. Ouço também os barulhos de dentro de meu corpo. Fazendo-me ouvir a própria respiração. Penso nas possibilidades da existência: Como se estivesse dormindo? E vêm sonhos, e com eles concluo que os sonhos fazem barulho por dentro das cabeças. Portanto, considero que o silêncio de Maria não exista. Muito menos quando está dormindo. Existe sim, um sonho de vida, sobrando angústias pelas ausências desse sonho. Desse jeito os barulhos abafados, são muito fáceis concluir que o silêncio de Maria não exista. São imaginários.
O Silêncio de Maria, é querer saber de um amor de luz do sol. Entrar no quarto com o calor do seu corpo ao meu lado. Esquentando a alma e o espírito.
A noite é uma tristeza no peito de Maria. Escura, sem lua a brilhar e muito menos estrelas brilhantes na terra. Só um aqui e um ali de saudade.
O coração de Maria resume no seu silêncio e se torna apertado, porque a metade dele se foi com um amor mal resolvido. Ficando só o sexo da lembrança de um adeus na cama.
Maria precisa resolver o que não foi resolvido e ela não quer o poder de chegar a um local desconhecido e cruel. Ela quer o silêncio de Maria de amor e paz.
O silêncio corta o horizonte de Maria e sua vida fica endurecida no peito que corre sangrando de amor. Nada justifica o silêncio de Maria.