orgia das almas - quatro

Seu crânio arde, arde com a ferida que ele sente em seu couro cabeludo, passa a mão e sente o rasgo minando sangue, tenta andar mas cai e rola na caverna meio ingrime, seu corpo se precipita até a fogueira, o cheiro de pelo queimado e dor o faz novamente recobrar os sentidos e num pulo desajeitado foge das brasas, agora seu corpo jás inerte no fundo da gruta.

Seus olhos vão abrindo mansamente, ele percorre seu olhar por todo o recinto em penumbra conseguindo identificar varios corpos extirpados, ensanguentados e cabeças espatifadas pela caverna, mas ao longue, perto da fogueira, distingue um ser, peludo, cabeludo que amassa ervas eu uma cuia de cránio de animal. ele procura sua arma, um femur pontiagudo de algum animal, mas novamente perde a consciência.

Uma dor aguda o faz voltar à realidade, sente que mãos manuseiam seu ferimento, com certa estupidez deixa aquele caldo verde escorrer pelo seu ferimento e sua cabeça é levantada e aquele caldo amargo desce como lava queimando sua garganta. Agora ele consegue descrever aquele vulto peludo, é uma fêmea desajeitada e cabelos desdenhados jogados pelo rosto, mas ele consegue ver seus olhos, e apesar de apenas grunirem seus olhos se comnunicam.

Ao ver os corpos espalhados pela gruta, a fêmea com gestos e urros o faz entender que ali dedencadeou uma luta feroz e ele matou um a um seus oponentes. E ainda o fez entender que o prêmio por sua vitória era ela, que ele protegia e ao mesmo tempo a ususpava daquele bando.

Escorado na parede ao fundo da caverna ele vê ela com uma ferramenta de pedra, estirpar um pedaço da coxa de um dos cadáveres mais perto e jogar na fogueira, logo um cheiro de carne queimada recende todo a gruta. Em seguida ela tira aquele naco queimado das cinzas e leva à boca dele, fazendo o entender que se não comer morrerá. em seguida com fúria e gula também dilacera em seus dentes um naco de carne. Canibalismo ou sobrevivência? Quem pode julgar essa atitude no limiar da humanidade?

A noite cai, ela se aninha ao lado dele para seus corpos se aquecerem mutuamente, mas o frio é intenso, ela então arrasta os cadâveres para jogá-los sobre sí e assim conseguirem aquecerem naquela noite da aurora dos homens.

Agora ele acorda, sufocado, seus olhos esbugalhados vêem seu quarto limpo, seu computador, sua farda negra e seu "pau-de-fogo três-oitão" de lado.

_ Merda, merda, merda!... Era só um sonho, erá?

_ "Meu protetor eterno". Ele ouve a voz suave e melosa dela. Será que nossas almas estão unidas num elo atraves dos tempos e de reencarnções, desde a surgimento da humandade, pensa ele.

Um barulho tira sua atenção ele vai até a vidraça quebrada e por um buraco vê que ela corre, estava lhe espiando, e quando olha para trás ele vê os mesmos olhos que o protegia na caverna.

Quem protege quêm? Pensa ele.

Será destino?

Ele não a esquece hora nenhuma, ela não o perde de vista em nenhum momento...

( ... continua... )

Menelau
Enviado por Menelau em 19/04/2011
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2918739
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