Ter você já basta
Vendo coisas no passar dos dias e percebo que sempre ou quase sempre, quando acontece alguma coisa, é a mesma resposta e mesmo gesto. É como se algo que chega ao fim depois de horas ou até dias para se resolver a “coisa” pendente, que tudo acontece. Você chega num local onde as pessoas ali presentes te conhecem e “sabem” o que aconteceu pelo qual te fez estar nesse mesmo local. Ai vem um amigo que se dirige até você perguntando por que sabe o que se passa naquele momento em sua consciência. Você olha pra ele e diz “não! Tudo bem. Acho que posso cuidar disso sozinho”.
Então você encontra um local onde pode sentar-se e pensar no caso ou deixar que seus pensamentos passem varias vezes diante de seus olhos até encontrar um meio em que possa reagir. É “tudo” igual. Quando você está lá, sentado. Olha sempre para o chão, para evitar o encontro de olhares ao que parecem te bombardear de perguntas, vindo das pessoas que ali também estão. Cruzam as mãos onde seus polegares começam a passar um por cima do outro de uma forma que eles fiquem num movimento de rotações constantes. Enquanto isso, as pessoas que continuam te bombardeando com aqueles mesmos olhares e parte para COMPARTILHAMENTO DE SUPOSIÇÕES do que pode ter acontecido realmente. Se o que você realmente falou, do qual é verdade, eles podem entender.
Você conhece por acaso, uma pessoa que senta ao seu lado, dividindo o local onde escolheu para pensar. Isso acontece em instantes. Segundos para ser bem exato. Conhece o nome dela e por fim diz apenas um “oi” antes que ela levante-se e vá embora.
E depois de quase não aguentar mais aquilo dentro de você, de repente algo impulsiona o seu olhar para o exato local para onde está aquela pessoa do qual você deseja muito dizer aquilo que ela tem que saber. Alguém cochicha para ela, algo que a faz olhar direto para você, dando isso como um “momento certo para agir” do qual está preparado para colocar aquilo em prática.
Levantando-se e começando a andar na mesma direção que ela está tomando, talvez fazendo isso para que possamos ficar longe das paredes, onde paramos no meio do local, distantes das paredes. Pois já diz aquele ditado “paredes tem ouvidos”. E quando você está perto da pessoa pronto para falar ai vem a maldita dúvida: Mas... Falar o que? O que realmente dizer? E quando se sabe, como começar a falar? Por onde devemos começar? Ser direto? Contar como uma conversa que a faça acreditar naquilo do qual está sofrendo e quer de uma vez acabar com isso?
E ao olhar para a pessoa, você inicia com aquele tom de que seus olhos já estão prontos para fazer, do qual você está segurando ao máximo para que não aconteça de lágrimas rolarem seu rosto. Puro machismo se segurar para chorar. E finalmente começa: Olha! Er... se....”. E como resposta você recebe um olhar que diz “eu sei o que aconteceu realmente; Não precisa falar nada, pois sei o que está sentindo, e sei o que você sabe”. Junto com uma mão aberta em um sinal que simboliza PARE, de repente aquela pessoa começa a deixar cair aquilo do qual você está segurando com todas as forças, ajudando-o involuntariamente a derrotar as suas forças e você faz o mesmo.
E tudo o que você está passando, tudo aquilo que você teve que viver de uma forma que fez ter uma experiência que jamais deseja passar novamente, acaba com um abraço de conforto. Um abraço do qual você está precisando apenas daquela pessoa. A pessoa que você quer que saiba que, realmente você precisa dela.