FIM DE QUEM AMA

Ao adentrar a sala Cindy logo percebeu algo estranho pairando no ar. Estava tudo em seu devido lugar, apenas a louca sensação de que estaria sendo observada. A calmaria ao redor de sua casa, o clima ameno propiciaram para que tivesse tal sensação. – É apenas um devaneio de minha mente.

Seguiu lentamente para o banho, tirando de si a roupa que usara durante todo dia de trabalho, ficando completamente nua perante o espelho, não se dando por si para alguns minutos e fica a observar os mínimos detalhes de seu corpo de frente ao espelho. Sua pele morena, cabelos cacheados de tom castanho em perfeita sintonia com sua face angelical. Observando a si mesma, marcas de expressão impressa pelo tempo. Vinte e dois anos não é tanta coisa assim. Mas sentia o peso dos dias compenetrar em seu corpo a cada novo amanhecer. Percebendo o que há tempos não perdia alguns minutos de seu dia a se observar, tal como imaginava que ninguém lhe observava. Ao observar o contorno de seus seios, discorrendo um olhar detalhado e critico por sua barriga, bunda, pernas, acabou por ver que realmente era linda. Sentiu-se intimidada a observar sua intimidade, a sensação estranha de que estava sendo observada. O medo proliferava a ansiedade. Seguindo para o box para um banho relaxante. – Acho que estou ficando louca... . Pensava consigo mesma. Ao ligar a ducha sentiu o calor da agua mesclando com seu corpo, uma ótima sensação de alivio que de fato há tempos não sentia.

Como sempre, seguiu para seu quarto, vestindo apenas um conjunto de peças intimas de cor branca, pegando um livro qualquer para se distrair ao som do Come As You Are do Nirvana.

O silêncio dominava o momento, não era capaz de ouvir a abertura da porta de sua casa, nem tampouco passos pelos corredores. Ele adentrava vagarosamente, não poderia dar o luxo de ser pego em um momento como o que estava disposto a fazer.

Passando pela cozinha lentamente, com todos apetrechos que trouxera contigo, alguns detalhes não poderia faltar, pegou uma faca deixando-a em uma posição de fácil acesso para quando adentrasse no quarto. Seguiu lentamente com algumas coisas na mão, o pensamento dilacerante em seu EU interior. Sabia que poderia se arrepender posteriormente por cometer tal atitude, porém estava com grandes intenções em cometer tal ato.

Robert abre a porta lentamente, Cindy estava com seu corpo de lado, sangue espalhado pela cama, Come As You Are do Nirvana tocava no rádio, ausência de impressão na face de Cindy. Ele ficou inerte tentando entender o que ocorrera, o sangue atormentava a mente sua mente, ficando tremulo, deixando tudo que estava em suas mãos no criado mudo, a faca veio a cair pelo chão e seu tintilar sobressaiu ao som do rádio e pega-a rapidamente, o sangue espalhado lhe dava medo, sem reação, apenas o arrependimento de não chegar antes. Dá mais alguns passos rumo a cama, Cindy se levanta assustada, Robert achou estranha a situação, e foi rapidamente para próximo de sua amada.

– Você me mata do coração, esse sangue escorrendo, destacando sua calcinha banca e o lençol claro..

– Eu te mato do coração? Acho que não sou eu que estou invadindo sua residência. Que sangue? – Disse ela espantada com a citação.

– Tudo bem, também estou errado.

– Somente você está errado. Hi minha menstruação desceu e nem vi, peguei no sono...

– EU TE AMO! – Foi fazendo declaração de amor e se aproximando com os mimos que havia trago para se redimir.

– O que é isso que trouxe....

– Espera só um minuto... – Trazia consigo flores, um champanhe e um bolo... Ia se esquecendo da faca que pegou na cozinha para cortar o bolo. Também estava faminto.

Um travesseiro estava jogado no chão, Robert não o percebeu, tropeçando e caindo com a faca apunhalando o coração de sua amada. Agora sim, o sangue vertia incontrolavelmente. Ficou sem reação. Apenas ouviu sussurros de Cindy segundos antes de desfalecer: - Eu te AMO desculpa por TUDO... Chegando óbito instantes depois.

A culpa tomou conta de Robert, não conseguindo se controlar. Com a mesma faca que dilacerou sua amada, acabou por dar um fim em sua medíocre vida. Onde na tentativa de reatar o romance acabara levando ambas as vidas ao fim, sem antes viver um grande amor...

Renato D Oliveira
Enviado por Renato D Oliveira em 08/04/2011
Código do texto: T2896581
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