Música
: Somewhere Only We Know
Banda: Keane
Composição: Tim Rice-Oxley / Tom CHaplin / Richard Hughes


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             Eu andei por uma terra desabitada

Terrivelmente uma tempestade chegou. Sentada em minha cama derramando minhas últimas lágrimas tomei a decisão de sair de casa e caminhar pela chuva. Não sei ao certo para onde irei o que farei e se meu mundo irá acabar no instante em que um raio tocar o chão e me tirar a vida. Andando por estas ruas desabitadas imagino o que fazer.

  Eu conhecia o caminho como a palma da minha mão

Estou deixando meus pés me levarem a algum lugar, porque de cabeça não tenho a menor idéia para onde prosseguir. Só não posso continuar enfiada em meu quarto chorando por este amor sem nada fazer. Este será meu objetivo. Olhando estes enormes prédios que agora parecem peles envelhecidas percebo uma coincidência. Eu conheço este caminho, como a palma da minha mão eu o conheço. O fiz tantas e tantas vezes para encontrar minha felicidade, como não reconhecer por trás destes tantos borrões aquele enfeite pendurado na sacada cantarolando nossa canção do entardecer deitados na sua cama. Para seu apartamento meus pés levavam-me. Traidores e salvadores. Mesmo a mente não querendo, meu coração vai suportar o sofrimento de revê-lo depois de tantos dias, e de alguma forma encontrar a cura para esta dor desatinada. Livrar-me desta cicatriz e ficarmos bem novamente.

                Eu senti a terra sob meus pés

Na portaria do seu prédio estou. Ensopada, cansada, desnorteada. O porteiro me olhando como se eu fosse uma louca. - Quero falar com o Gabriel, informo o senhor do outro lado da barreira de vidro. Por um momento pude perceber o receio em seus olhos antes de apertar o botão para interfonar no seu apartamento. - Anda, digo para apressá-lo.
Aqui estou de volta, neste espaço tão acolhedor e tranqüilo. Sob meus pés a terra que semanas não tocava, não sentia, não via. Ao canto do parquinho das crianças o balanço que várias e várias vezes estivemos trocando beijos apaixonados e juras de amor. Do outro lado os bancos que guardam nossos segredinhos íntimos. Em qualquer direção que eu olhar vou lembrar-me dos nossos momentos perfeitos. Mas para onde será que foi todo este amor? Como pude deixar cair nosso amor?
A resposta não chegou a tempo. O porteiro acaba de me interromper informando que ele pediu que eu subisse. De súbito uma brisa forte da tempestade lá fora me atinge e um borbulhar passa pelo meu estômago. Mau ou bom?


                                                                                    Continua
NaFrancine
Enviado por NaFrancine em 15/03/2011
Reeditado em 27/03/2011
Código do texto: T2850375
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