A Mais Amada Peça

Quando te conheci, tive a breve certeza de que era uma atriz; uma dessas garotas distintas de quem não se sabe absolutamente nada, nem como existem; só sabemos que estão lá a nossa espera. Prontas, para quem sabe, o homem de suas vidas. Prontas, para largar tudo e vir de encontro com você para a insuperável aventura do amor.

“Amo o amor” ela suspira deitada no meu colo na gelada grama onde um dia viríamos a fazer nossa casa.

“Não te conheço, e não reconheço o amor.” tomo um fôlego... “Estou a tempos de mais sozinho, perdi minha alma; me sinto envergonhado.” olho-a nos olhos “Tanto tempo sem amor. Fui aprendendo a viver; sem vida, sem vontade... Só viver.” ... “De fato, sobrevivo a tempos sem ninguém, e as vezes não sei ao certo por quanto poderei manter este teatro. Minhas cortinas já estão por demais empoeiradas; e meu palco, é um mundo nojento que não mais me reconhece seu ator.” ... “Não sei se saberei ser seu.”

“Você sabe” e me segurou em sua mãe como a mãe segura o filho arredio... “Você vai saber.”

Neste momento, nos beijamos, e sua boca, por um instante; foi minha.

Julio Crepaldi
Enviado por Julio Crepaldi em 10/03/2011
Código do texto: T2840144
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.