O amor em uma pétala de rosa (1° Capítulo)
Hoje o dia amanheceu nostálgico em meio a lembranças que me fizeram lembrar quem um dia eu fui e o que parte daquilo ainda vive em mim. Em mãos, minha primeira câmera fotográfica, um presente ganho por uma pessoa muito especial que marcou momentos muito intensos em minha vida. Há tempos eu não a via, estava toda empoeirada e em meio a lembranças e enquanto eu cuidava dela, ao abri-la, vi cair um rolo de filme, algo que eu não lembrara ter deixado ali, imagens ainda não reveladas que em meio à luz vermelha, vi ressurgir momentos que me fizeram viajar no tempo e reviver cada um deles. Lá estava minha primeira imagem, o meu primeiro click e nele, lá estava ela... a musa de todas as minhas inspirações com uma rosa em mãos, os traços que inconscientemente procurei nesses anos todos em cada imagem, me peguei sonhando um dia talvez reencontrá-la.
Em meio a um mar de lembranças e sentimentos, fui até uma antiga gaveta, onde ali havia uma caixa trancada a sete chaves onde guardei todas as cartas escritas a ela, mas que nunca cheguei a enviar... Mil e oito cartas mais precisamente guardando diversos momentos e sentimentos sentidos e vividos por nós, mas que nunca compartilhados… Eram como um diário que marcavam todos os nossos momentos. Eu amava escrever pra ela e enquanto mexia nas cartas, me deparei com uma pétala de rosa e nela havia uma pequena declaração minha escrita com uma caneta preta… Lembro bem desse momento, na época dos estudos, como não podíamos nos ver sempre por conta das aulas e por ficarmos em salas diferentes, eu sempre escrevia algo em alguma flor e deixava sempre no mesmo lugar no objetivo de lembrá-la sempre de que existia alguém que a amava muito. Lembro que quando lhe dei essa pétala, ela me olhou com uma expressão de desaprovação, me acusando de ter matado a pobre rosa, sabendo que ali não havia tantas assim e eu podia acabar com todas, mas ao ler a mensagem ela sorriu e me abraçou forte… a rosa de fato morreu, mas deu vida a um momento que vive em mim até hoje e a partir dali, jurei plantar uma mudinha pra cada rosa arrancada por mim… E foram muitas… Reli cada carta e tudo aquilo me despertou uma enorme saudade e sem pensar muito, deixei as cartas sobre a minha cama e parti rumo aquele mesmo lugar e chegando lá, tive uma grande surpresa... o lugar estava coberto de rosas que ao longo dos anos, foram dando forma aos pontos exatos onde passávamos os nossos momentos juntos, onde floresceram mantendo vivos os sentimentos e as lembranças por nós vividas.
O amor em uma pétala de rosa (2° capítulo)
Às vezes, nem tudo o que planejamos sai como desejamos, então procuramos de alguma forma algo que nos ajude a entender tudo isso, algo que acalme nossas frustrações e que não nos permita sentir culpados. Às vezes é mais fácil acreditar em alguma fantasia, algo que criamos em nós no objetivo de santificar nossos erros e dessa forma, tentar seguir em frente de alguma forma, mas a verdade sempre será uma só e não podemos fugir disso.
Em meio às rosas, uma viajem ao passado, o perfume me trás lembranças que ainda se fazem presentes... me rasgando o peito. Em meio ao jardim ainda não tão colorido, eu podia observá-la, sorrindo e correndo sobre o parque com seu vestido branco que voava e dançava em meio aos teus saltos e passos. Teus cabelos escuros e levemente ondulados voando sobre a brisa que me trazia o teu perfume e que guiava os nossos olhares que nunca se perdiam. No chão uma rosa solitária, me fazendo lembrar uma realidade que eu não conseguia aceitar, eu ia abandoná-la e eu não sabia como lhe dizer isso e eu nem tinha escolha, o destino me pregou uma peça me fazendo escolher entre o teu amor e uma vida que precisava de mim, mas pra isso eu precisaria partir para longe. Eu era novo, estava assustado, estava perdido e a ultima coisa que eu queria era lhe partir o coração… o meu já estava em pedaços. Lembro do nosso primeiro beijo… foi atrás de uma árvore onde ali sempre nos encontrávamos, onde em um momento muito especial, cavamos um buraco em meio às suas raízes e ali mesmo plantamos duas pétalas de rosa, onde havia mensagens com juras eternas. Ali então decidi lhe dar a notícia, onde vi cair sobre os teus olhos lágrimas de dor, onde pela primeira vez vi nossos olhares se desencontrarem e nunca mais se cruzarem.
Caminho sobre as rosas procurando aquela mesma arvore e logo me deparo com ela já não tão viva, mas me fazendo reviver um momento de muita dor e arrependimentos. Sentei sobre as raízes e me deparei com um sinal que deixamos onde havíamos cavado o buraco... Aquilo mexeu muito comigo e com as chaves do meu carro comecei a cavar e foi onde tive a minha maior surpresa… não encontrei as pétalas, mas ali havia uma caixinha de madeira e aquilo me intrigou. A caixa estava fechada com um laço vermelho que a contornava, então abri e ali me deparei com inúmeras cartas, todas assinadas e dedicadas a mim. Eu li cada uma delas com muita atenção, o que só aumentou a minha frustração… ela enterrou ali todos os sentimentos e momentos que um dia quis compartilhar comigo, em cada carta uma revelação, cartas escritas antes e depois da nossa despedida... as de antes eram mais suaves, com declarações de amor, escritas a lápis e cheias de corações e desenhos carinhosos… Já as de depois, estavam escritas a caneta e em cada palavra pude sentir no relevo do papel a forma como forçava a caneta sobre ele e como suas palavras se perdiam em meio a tristezas. Uma carta em si me chamou mais atenção, era como se ela soubesse ou desejasse muito que um dia eu voltasse e encontrasse as suas tristezas:
“Você partiu… Partiu e levou com você o que de melhor havia em mim, partiu tão de repente que o amor que ainda havia em mim demorou a acreditar e a começar a desmoronar dentro de mim. O que me dói não foi a sua partida, pois sei que foi por algo nobre… o que me dói é você apesar do tempo, nunca ter voltado ou mandado qualquer sinal de que ainda existia esse amor. Você partiu… Partiu e sem olhar para trás, não percebeu que havia alguém lhe esperando… Essa é a minha hora de partir e não mais olhar para trás... Adeus”.
Ela esperou por mim e em meio a tantas desculpas e culpas, esqueci do que realmente valeu à pena, esqueci de valorizar o amor e acabei valorizando a frustração. Ela foi o amor e eu… Eu fui à perdição.
(Felipe Milianos)
Imagens via Google/Tumbl
Hoje o dia amanheceu nostálgico em meio a lembranças que me fizeram lembrar quem um dia eu fui e o que parte daquilo ainda vive em mim. Em mãos, minha primeira câmera fotográfica, um presente ganho por uma pessoa muito especial que marcou momentos muito intensos em minha vida. Há tempos eu não a via, estava toda empoeirada e em meio a lembranças e enquanto eu cuidava dela, ao abri-la, vi cair um rolo de filme, algo que eu não lembrara ter deixado ali, imagens ainda não reveladas que em meio à luz vermelha, vi ressurgir momentos que me fizeram viajar no tempo e reviver cada um deles. Lá estava minha primeira imagem, o meu primeiro click e nele, lá estava ela... a musa de todas as minhas inspirações com uma rosa em mãos, os traços que inconscientemente procurei nesses anos todos em cada imagem, me peguei sonhando um dia talvez reencontrá-la.
Em meio a um mar de lembranças e sentimentos, fui até uma antiga gaveta, onde ali havia uma caixa trancada a sete chaves onde guardei todas as cartas escritas a ela, mas que nunca cheguei a enviar... Mil e oito cartas mais precisamente guardando diversos momentos e sentimentos sentidos e vividos por nós, mas que nunca compartilhados… Eram como um diário que marcavam todos os nossos momentos. Eu amava escrever pra ela e enquanto mexia nas cartas, me deparei com uma pétala de rosa e nela havia uma pequena declaração minha escrita com uma caneta preta… Lembro bem desse momento, na época dos estudos, como não podíamos nos ver sempre por conta das aulas e por ficarmos em salas diferentes, eu sempre escrevia algo em alguma flor e deixava sempre no mesmo lugar no objetivo de lembrá-la sempre de que existia alguém que a amava muito. Lembro que quando lhe dei essa pétala, ela me olhou com uma expressão de desaprovação, me acusando de ter matado a pobre rosa, sabendo que ali não havia tantas assim e eu podia acabar com todas, mas ao ler a mensagem ela sorriu e me abraçou forte… a rosa de fato morreu, mas deu vida a um momento que vive em mim até hoje e a partir dali, jurei plantar uma mudinha pra cada rosa arrancada por mim… E foram muitas… Reli cada carta e tudo aquilo me despertou uma enorme saudade e sem pensar muito, deixei as cartas sobre a minha cama e parti rumo aquele mesmo lugar e chegando lá, tive uma grande surpresa... o lugar estava coberto de rosas que ao longo dos anos, foram dando forma aos pontos exatos onde passávamos os nossos momentos juntos, onde floresceram mantendo vivos os sentimentos e as lembranças por nós vividas.
O amor em uma pétala de rosa (2° capítulo)
Às vezes, nem tudo o que planejamos sai como desejamos, então procuramos de alguma forma algo que nos ajude a entender tudo isso, algo que acalme nossas frustrações e que não nos permita sentir culpados. Às vezes é mais fácil acreditar em alguma fantasia, algo que criamos em nós no objetivo de santificar nossos erros e dessa forma, tentar seguir em frente de alguma forma, mas a verdade sempre será uma só e não podemos fugir disso.
Em meio às rosas, uma viajem ao passado, o perfume me trás lembranças que ainda se fazem presentes... me rasgando o peito. Em meio ao jardim ainda não tão colorido, eu podia observá-la, sorrindo e correndo sobre o parque com seu vestido branco que voava e dançava em meio aos teus saltos e passos. Teus cabelos escuros e levemente ondulados voando sobre a brisa que me trazia o teu perfume e que guiava os nossos olhares que nunca se perdiam. No chão uma rosa solitária, me fazendo lembrar uma realidade que eu não conseguia aceitar, eu ia abandoná-la e eu não sabia como lhe dizer isso e eu nem tinha escolha, o destino me pregou uma peça me fazendo escolher entre o teu amor e uma vida que precisava de mim, mas pra isso eu precisaria partir para longe. Eu era novo, estava assustado, estava perdido e a ultima coisa que eu queria era lhe partir o coração… o meu já estava em pedaços. Lembro do nosso primeiro beijo… foi atrás de uma árvore onde ali sempre nos encontrávamos, onde em um momento muito especial, cavamos um buraco em meio às suas raízes e ali mesmo plantamos duas pétalas de rosa, onde havia mensagens com juras eternas. Ali então decidi lhe dar a notícia, onde vi cair sobre os teus olhos lágrimas de dor, onde pela primeira vez vi nossos olhares se desencontrarem e nunca mais se cruzarem.
Caminho sobre as rosas procurando aquela mesma arvore e logo me deparo com ela já não tão viva, mas me fazendo reviver um momento de muita dor e arrependimentos. Sentei sobre as raízes e me deparei com um sinal que deixamos onde havíamos cavado o buraco... Aquilo mexeu muito comigo e com as chaves do meu carro comecei a cavar e foi onde tive a minha maior surpresa… não encontrei as pétalas, mas ali havia uma caixinha de madeira e aquilo me intrigou. A caixa estava fechada com um laço vermelho que a contornava, então abri e ali me deparei com inúmeras cartas, todas assinadas e dedicadas a mim. Eu li cada uma delas com muita atenção, o que só aumentou a minha frustração… ela enterrou ali todos os sentimentos e momentos que um dia quis compartilhar comigo, em cada carta uma revelação, cartas escritas antes e depois da nossa despedida... as de antes eram mais suaves, com declarações de amor, escritas a lápis e cheias de corações e desenhos carinhosos… Já as de depois, estavam escritas a caneta e em cada palavra pude sentir no relevo do papel a forma como forçava a caneta sobre ele e como suas palavras se perdiam em meio a tristezas. Uma carta em si me chamou mais atenção, era como se ela soubesse ou desejasse muito que um dia eu voltasse e encontrasse as suas tristezas:
“Você partiu… Partiu e levou com você o que de melhor havia em mim, partiu tão de repente que o amor que ainda havia em mim demorou a acreditar e a começar a desmoronar dentro de mim. O que me dói não foi a sua partida, pois sei que foi por algo nobre… o que me dói é você apesar do tempo, nunca ter voltado ou mandado qualquer sinal de que ainda existia esse amor. Você partiu… Partiu e sem olhar para trás, não percebeu que havia alguém lhe esperando… Essa é a minha hora de partir e não mais olhar para trás... Adeus”.
Ela esperou por mim e em meio a tantas desculpas e culpas, esqueci do que realmente valeu à pena, esqueci de valorizar o amor e acabei valorizando a frustração. Ela foi o amor e eu… Eu fui à perdição.
(Felipe Milianos)
Imagens via Google/Tumbl