Primeiro dia na faculdade...

Esfuziante, alegre, eufórica. Assim é que posso definir meu estado de espírito naquele primeiro dia na faculdade. Apesar de eu já ter mais de dezoito anos e ter passado da idade em que geralmente as meninas estavam iniciando o curso superior, eu, estava, tão entusiasmada quanto elas.

No dia anterior eu cheguei ao campus e fui conhecer o quarto que me alojaria por mais de 5 anos... Eu teria uma colega de quarto, mas esta ainda não havia chegado. Disseram na secretaria que ela provavelmente estaria vindo depois de algumas semanas, pois tinha contraído uma doença viral e teria que passar o período de quarentena.

Tive um sono atribulado, dada a ansiedade do início de uma nova vida. E nem havia conseguido comer nada. Antes de sair pra aula inaugural eu apenas bebi um copo grande de iogurte. Peguei todas as coisas que precisava e dirigi-me ao anfiteatro. Os veteranos estavam felizes por reencontrarem os colegas e os calouros felizes apenas por estarem ali.

Sentei numa das primeiras fileiras pra ter uma boa visão dos professores, que seriam ali apresentados. O reitor deu início à aula e um a um os professores fizeram sua apresentação. A maioria dos professores era de meia-idade, tinham cara de poucos amigos. Penso que isso faz parte, botar medo, em primeiro lugar. Apenas um professor ainda não havia sido apresentado e eu, olhava com curiosidade aquele homem barbado, alto, branco, mas que ao contrário dos outros, exibia um belo sorriso em seu rosto. Dentes perfeitamente enfileirados, olhos profundos e porte altivo. Mesmo quando tento negar que não me apaixonei por ele, sei que foi ali, naquele momento, que a essência daquele homem começou a me penetrar...

Quando peguei o programa de aulas fiquei surpresa ao ver que o primeiro professor a nos dar aula seria ele. Anatomia Humana e Fisiologia Aplicadas. Nossa. A disciplina que mais me botava medo, e aquele professor que seria nosso mestre... Pensei que teria que ter muito cuidado pra não me cortar nas aulas práticas, pois olhar pra ele era inevitável, quase hipnótico.

A voz dele, de pertinho, era ainda mais profunda. Seus olhos passeavam pela sala, observadores, dominava o ambiente sem nenhum sacrifício. E poderia dominar as alunas que quisesse, pois todas pareciam hipnotizadas por sua aura.

No intervalo olhei pra mim mesma no espelho e percebi que não conseguiria chamar a atenção dele com aquelas roupas sóbrias, sérias até. Para a próxima aula eu trabalharia num outro visual... Quem sabe ele olharia um pouco mais pra mim?

[Continua... Não sei quando...rs]

Milena Campello
Enviado por Milena Campello em 09/03/2011
Código do texto: T2838178
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