Conflitos Ardentes

Em uma favela do Rio de Janeiro, morava Júlia e sua mãe Maria. Ambos trabalhavam todos os dias vendendo maçã do amor na rua, conseguindo apenas menos de 10 reais por dia para sobreviver. Muitas vezes chegam a passar fome; Julia sempre reclamou da vida que teve e tinha esperança de um dia oferecer um futuro melhor para sua família.

A casa em que elas moram, é parcialmente delas; porque no passado nem casa elas tinham para morar... Foi através de ''Esperança'' sua vizinha que conhecera elas vendendo maçãs na rua, e com pena ofereceu-lhe abrigo por tempo indeterminado.

A casa é muito fragilizada constituída por madeiras que já estar empodrecendo, devidas as chuvas que ocorreram constantemente na cidade. Dentro, não apresenta nada de interessante, apenas uma colchonete cheio de mofo num canto da parede, e uma televisão bastante velha na estrutura da parede que já não funciona corretamente.

Julia tinha acabado de acordar; levantou-se lentamente do colchonete, vendo sua mãe te observando sentada na cadeira.

- Bom dia! Mãe. - Disse Júlia dando um beijo em seu rosto.

- Bom dia! Filha, você tem que se apressar... Já está na hora de irmos vende as maçãs. - Disse Maria olhando no relógio.

- Já estou cansada dessa vida mãe. Até quando termos que ficar vivendo nessa miséria? - Perguntou Julia com lágrimas nos olhos, já insatisfeita com seu cotidiano.

- Só nos livraremos dessa vida, se ganharmos na loteria! - Sorriu meio sem graça. - Nossa situação estar se complicando cada vez mais, as pessoas não gostam muito de maçã do amor.

- E o que a senhora pretende fazer? - Perguntou Julia enquanto trocava de roupa.

- Nada. Teremos que continuar vendendo mesmo assim... Agora vamos trabalhar que já perdemos tempo demais conversando. - Disse já apanhando as maçãs do amor, que estavam expostas na mesa.

Mais uma vez saíram para tentar vender o maior número possível de maçãs... As ruas estavam movimentadas, a todo tempo as pessoas passavam para irem ao seu trabalho. Maria gostou do que via, acreditou que aquele dia as vendas seriam muito grande.

Já no farol, se preparavam a espera do sinal vermelho. O movimento dos carros era muito grande, porém não era certeza que as vendas seriam altas.

O farol fechou; rapidamente se movimentaram oferecendo as maçãs a cada carro parado, mas os motoristas ignoravam a presença delas, ninguém estava interessado em ajudá-las... A frustração era grande, o sinal abriu e voltaram para calçada.

- Acho que não vamos conseguir vender nada novamente... Será sempre assim. - Disse Julia decepcionada.

- Calma! Estamos apenas começando o dia julia, terão muitos carros que irá parar aqui. - Respondeu positivamente.

Mais uma vez o farol fechou. Um homem que estava a frente dos outros carros observou Julia oferecendo as maçãs para o motorista ao lado, e lhe chamou, mostrando interesse em ajudá-la.

- Vai querer maçãs moço? - perguntou apanhando uma maçã da cesta. O rapaz antes de responder, fixou seu olhar naquela mulher. Seus olhos brilhavam.

- Vou querer todas moça! Te pago 500 reais. - Tirou a carteira de seu bolso, folheando as notas de 50 reais, até chegar ao valor pretendido. - Aqui estar! - disse colocando o dinheiro em sua mãos. Ambos não paravam de se olhar.

- Muito obrigado moço! O senhor já garantiu meu dia... Agora tenho que ir o farol já vai abrir.

- Espera! Aceita lanchar comigo na lanchonete ao lado?

- Ah! moço! Não sei... Tudo bem vamos!

Sua mãe já estava distante... pois sua decepção era notável, visto que sua filha estava se deixando levar por aquele rapaz, que não lhe agradou nem um pouco, com sua simpatia...

Quando era mais jovem, Maria ficou deslumbrada com um rapaz que conheceu na rua, no momento em que vendia suas maçãs. Ele fazia promessas encantadoras, e um certo dia lhe deu a esperança, que iria mudar seu futuro assim que pudesse... mas infelizmente isso não aconteceu, depois da primeira noite em que passaram juntos, num hotel que na época era muito luxuoso, Maria nunca mais teve a oportunidade de vê-lo novamente.

Depois de algumas semanas começou a sentir tonturas e enjoos. Ficou desconfiada daqueles sintomas que aconteciam constantemente, e resolveu fazer um teste de gravidez. Depois veio o resultado, e teve a certeza de que sua vida iria se complicar ainda mais... não teria a capacidade de criar uma criança, devido a suas condições financeiras que eram muito baixas.

Nunca passou em sua mente em abortar a criança... ela era contra a quaisquer coisas desse tipo, e preferiu enfrentar a situação de frente mesmo prevendo as possíveis consequências...

As vendas das maçãs cresceu rapidamente; as pessoas compravam cada vez mais, e o dinheiro que recebia ajudou a transformar a dificuldade em felicidade. Isso porque passou a ganhar 50 reais por dia, totalizando 350 no fim da semana.

[...]

Chegando em casa, Maria deitou-se em seu colchonete todo rasgado, e pensou como seria se o passado de sua história, voltasse a se repetir com sua filha... seus olhos já estavam a derramar algumas lágrimas. Seria horrível para ela se isso acontecesse, a situação já estava difícil, e um neto agora complicaria ainda mais.

Em seguida Julia chegou em casa batendo a porta forte, demonstrando para sua mãe que não gostou nada do modo em que ela tratou aquele rapaz, que apenas estava querendo ajudá-las. Maria ignorou sua presença... não quis discutir com sua filha e continuo deitada...

- Está satisfeita mãe pelo que você fez? - disse Julia decepcionada enquanto apanhava um copo para beber água.

Maria revirou lentamente do colchão, em direção a Julia e disse:

- Eu fiz o que era certo... se demorássemos mais um pouco ali, era capaz de ele te chamar para sua casa e você ir. - disse ela brava, apontando o dedo para sua filha.

Julia ficou pasma com as palavras de sua mãe, e se defendeu de forma justa.

- Por acaso está me chamando de vagabunda? - questionou sua mãe, esperando por uma resposta. - A senhora sabe muito bem que sempre fui uma pessoa juizada, você não tem motivos para desconfiar de mim. - concluiu, deixando as coisas bem clara a sua mãe.

- Não estou te ofendendo, só quero te alertar dos perigos da vida... não quero que cometa o mesmo erro que eu cometi, se envolvendo com um homem que não lhe mereça.

Julia responde num tom irônico:

- Não se preocupe mãe... não serei aproveitada pelo primeiro homem que aparecer, que nem você foi...

Maria a interrompeu, dando uma bofetada em sua cara... Julia foi acertada em cheio, estava com todos os dedos de sua mãe estampado no rosto.

- Nunca mais, diga isso! ainda sou sua mãe e exigo respeito... você não sabe o quanto eu me arrependi de ter me envolvido com ele.

– Pensasse antes... assim você não me teria, e sua vida não seria um peso! - disse palavras frias, olhando bem fundo nos olhos de sua mãe com raiva.

Maria começou a sentir um mal-estar... encostou suas mãos na cadeira tentando se equilibrar das tonturas, mas infelizmente as dores eram mais forte, e naquele exato momento, desmaiou sendo segurada por Julia. O desespero tomou conta de Julia... era horrível presenciar sua mãe ali caída no chão, sem ter a ideia de quem chamar...

Pensou na sua vizinha que mora ao lado... ela teria telefone e assim poderia ligar para a ambulância para levar sua mãe o mais rápido possível. Julia bateu na porta desesperada chamando por ela... a vizinha abriu a porta assustada, perguntando o motivo daquele desespero.

– Minha mãe estar desmaiada... preciso usar o telefone urgentemente, para ligar na ambulância! - disse nervosa, com o rosto todo avermelhado.

– Claro! Entre... enquanto liga fico lá com sua mãe.

Julia estava perdida... por um momento até esqueceu o número da ambulância, mas logo ficou mais calma e lembrou-se do número.

– Alô. - Disse um homem com uma voz grossa.

- É uma emergência! Minha mãe está desmaiada aqui em casa, e eu não sei o que fazer! Por favor, mande uma ambulância o mais rápido possível, senão minha mãe pode morrer! - Dizia desesperada no telefone.

– Calma! Senhora! A ambulância já esta a caminho... - tentou acalmá-la - qual o endereço?

– Fica na favela, perto da Barra da tijuca.

– Tudo bem! Sei onde fica estamos a caminho.

Terminando de falar com o homem, Julia colocou o telefone no gancho, e voltou em sua casa a fazer companhia a ela, enquanto esperava a ambulância. Maria estava sentada na cadeira, com a cabeça virado por lado. Não tinha nenhuma reação o que preocupava mais ainda Julia.

Ela e a vizinha ficaram o tempo todo ao lado dela, Julia deixava cair algumas lágrimas arrependida de ter discutido com sua mãe... mas ela não esperava que isso iria acontecer, sua mãe sempre teve uma ótima saúde... era raro ela ter esses desmaios. O que ela sentia constantemente era fraqueza;

A ambulância estava demorando a chegar... Julia impaciente, andava por todos os lados da casa, e sempre dando uma olhada na janela acreditando que já haviam chegados... 25 minutos depois sua paciência esgotou. Pediu pela segunda para usar o telefone, e ela fez sinal de positivo, dando um sorriso largo.

Pensou em ligar para César... dá ultima vez que se falaram ele deixou bem claro que se ela precisasse de alguma ajuda, ligasse o mais rápido possível para ele. Julia tirou o cartão do bolso, mas antes de ligar pensou nas palavras que poderia ouvir daquele homem... não tinha a certeza se estaria disposto a ouvi-la novamente.

Sem mais demora digitou os números que estavam naquele cartão, e depois do segundo toque, atendeu uma mulher com uma voz irritante.

– Estabelecimento Empresarial, com que eu falo?

– Oi, eu nome é Julia - disse gaguejando – Por favor, eu posso falar com o César?

– senhora, ela estar muito ocupado no escritório dele, poderia ligar mais tarde?

– Sim, mais tarde eu ligo. - respondeu desanimada.

No momento em que a secretária iria desligar o telefone, Cesar saiu da sua com aquela elegância de encantar qualquer mulher... e a secretaria logo informou a ele que tinha uma Julia que queria falar com ele. Abriu um sorriso enorme e pediu para que Zoraide transferisse a ligação para sua sala.

– Oi Julia tudo bem? É o Cesar que estar falando...

–Oi Cesar, você estar muito ocupado? - fechou os olhos depois que perguntou, esperando ansiosa a resposta dele.

– Não, só tinha algumas coisas para eu fazer, mas é coisa rápida, por quê?

– É que estou precisando muito da sua ajuda... minha mãe de repente desmaiou aqui em casa. E eu não sei o que fazer... já chamei a ambulância, mas até agora ela não chegou.

– Eu vou pra ir agora! Mas onde você mora?– – Moro na favela perto da Barra da Tijuca... sabe onde fica?– – Sei sim, mas fica na porta de sua casa... assim fica mais fácil para eu te localizar, já que tem várias casas uma colada na outra.– – Tudo bem! Então vou te esperar! - disse sorrindo.

Minutos depois, ele chegou com seu vectra preto na casa de Julia, e ela se apressou mostrando o caminho de sua casa... Cesar observou com pena o estado em que Maria se encontrava, e pegou Maria no colo, que ainda estava desacordada.

Abriu a porta de trás do carro, colocando Maria sentada com todo o cuidado... ela estava acordando aos pouco, estranhando estar dentro daquele carro. Julia percebeu sua incomodação de estar presente ali, e lhe disse que estavam indo pro hospital, e que ficasse calma.

Depois que Cesar tinha colocado ela, Julia entrou no banco de trás do carro, mas Cesar pediu para que ela fosse no banco passageiro. Ela ficou um pouco envergonhada com o pedido, mas aceitou ir no banco da frente.

O caminho até o hospital estava sossegado... nenhum dos dois pronunciavam alguma palavra... Julia como sempre envergonha diante do homem que só vem te ajudando, sem pedir algo em troca. E Cesar com medo da reação da mãe dela, preferiu ficar calado.

O Rio de Janeiro, realmente é muito bonito... as paisagens verdes deixavam transparecer um ambiente calmo e agradável. Julia observava com admiração o que se via em sua volta. E Cesar sempre em que parava nos faróis a observava com atenção. Sem que ela percebesse.

Chegaram no hospital. Julia desceu do carro primeiro, já abrindo a porta de atrás ajudando a sua mãe a descer.

Dentro do hospital transmitia-se um lugar maravilhoso... logo Julia pensou como seria se estivesse levado a sua mãe ao pronto socorro, com aquela correria dos pacientes passando de um lado pra outro, e de pessoas muito doentes tendo que esperar a boa vontade dos médicos.

Já nesse tudo acontece de uma maneira diferente... os pacientes são bem atendidos. Em poucos minutos já se atendem os necessitados... era como se não fosse um hospital.

Cesar pediu o R.G de Maria, para que a recepcionista pudesse fazer seu cadastro, para sempre que elas precisassem marcar uma consulta, sem precisar falar com Cesar.

Depois de ter realizado o cadastro com sucesso, ele perguntou se o doutor Otávio estava livre na sua sala... ela respondeu que sim e eles foram ate sua sala.

Na sala dele se encontra muitos recursos... máquina para ser feitos os exames de radiografias, e muito mais...

Ao entrarem, Doutor Otávio cumprimentou eles de uma maneira muito educada, e pediu para elas sentarem nas duas cadeiras que tinham na sala.

– Elas são minhas amigas Doutor... Estão em suas mão, faça o preciso para ajudá-la.

– Tudo bem com vocês? - perguntou o Doutor sentando-se na sua cadeira.

– Estamos indo. - Responderam juntas.

– Quem é a paciente? - perguntou olhando rapidamente para as duas.

– Eu! - respondeu Maria levantando a mão. O Doutor sorriu.

– Então Maria o que você anda sentindo?

– Sinto muita fraqueza, dores abdominais, perco peso de repente... o que será isso Doutor? - perguntou, já se sentindo um pouco mais a vontade na sala.

– Você se alimenta bem?

Antes de responder, olhou para sua filha com os olhos cheios de lágrimas...

– Não muito... não é sempre que se tem comida em casa.

– Bom! Precisarmos fazer vários tipos de exames... Poderia vim aqui amanhã cedo umas 8:00 horas para fazermos esses exames?

– Claro! - respondeu Julia – Amanhã cedo estaremos aqui!

– Perfeito! Maria tenho minhas suspeitas, mas para confirmá-las preciso dos exames. - explicou preocupado.

– E o senhor poderia me dizer quais seriam essas suas suspeitas?

– Me desculpe, mas só posso te dizer mesmo depois dos exames, tudo bem?

– Tudo bem então! - respondeu com um sorriso.

– Bom... então até amanhã! - disse o Doutor se levantando da cadeira.

– Até! - disseram se retirando da sala.

Doutor Otávio chamou Cesar em sua sala para uma conversa particular. Ate então ele estranhou, pois já sabia que não vinha coisa boa.

– Como está Maria Doutor? - seu olhar estava preocupante.

– Então Cesar, são apenas suspeita, mas tudo indica que ela possa estar com câncer do intestino! Espero que eu esteja enganado, mas pelo sintomas estar parecendo ser isso. - Finalizou lamentando.

– Putz! Essa doença é gravíssima... se Maria estiver com isso mesmo, precisará se tratar. - Disse balançando a cabeça. - Mas você não disse isso pra ela não foi?– Não... claro que não! Marquei os exames para amanhã. Amanhã mesmo já estaremos com o resultado!

– Bom... preciso ir Doutor! Senão daqui a pouco elas irão estranhar minha demora aqui!

– Tudo bem! Amanhã irá trazer elas? - fez uma pergunta um pouco indiscreta.

– Claro que sim! Amanhã estarei de volta!

Saiu da sala do Doutor Otávio, e chamou Julia que estava sentada no banco com sua mãe a tua espera... Maria olhou pra ele envergonhada, e depois desviou-se do seu olhar.

Entraram no carro, e seguiram o caminho de volta... Dessa vez o silêncio estava bem longe do carro... Cesar puxou assunto, perguntando o que elas acharam da consulta. Na momento em que Julia iria responder, sua mãe te interrompeu respondendo em seu lugar.

– Primeiramente queria te agradecer Cesar! Cometi uma grande injustiça desconfiando de você, e lhe dizendo coisas que você não merecia ouvir – disse deixando cair algumas lágrimas mostrando sinceridade em suas palavras. - Eu ainda não sei porque você está fazendo isso por nós, mas o que eu posso te contribuir são apenas com os meus agradecimentos!

Não precisa agradecer! Faço isso com boa vontade... Por favor Maria nunca mais desconfie de mim; só quero o seu bem e da sua filha.

- Olhou pra trás sorrindo.

Chegando na favela, Julia e sua mãe desceram do carro, acenando para Cesar, que se distanciava rápido acelerando seu carro.

Julia gritou chamando sua mãe que estava um pouco distante. Enquanto o rapaz estacionava seu carro luxuoso em frente a lanchonete.

- Pronto filha! Infelizmente ainda não conseguir vender as maçãs... Já você pelo jeito conseguiu!

- Sim, graças aquele moço - disse apontando pra ele - Ele me deu 500 reais mãe. Esse dinheiro já dá para fazermos uma boa compra em casa. Vamos! ele quer conversar com a gente. - disse atravessando a rua muito sorridente.

Ele estava lá sentado, quando elas entraram, se levantou indo em direção a elas.

- Essa é a minha mãe! Que trabalha comigo todos os dias aqui nessa rua. - disse com um sorriso estampado no rosto.

- Prazer! Em conhecê-la senhora.

- Não posso dizer o mesmo de você. No que você está interessado? E esse dinheiro todo por quê? - olhou desconfiada, não simpatizado nem um pouco com o rapaz.

Julia beliscou sua mãe tentando chamar sua atenção para que não fosse tão rude com o rapaz.

- Desculpe senhora, não quis te ofender. Vir vocês lutando pelo dinheiro, e só quis ajudar. - explicou - Deixo me apresentar meu nome é César. E o seus?

- Meu nome é Julia! E o da minha mãe é Maria. - sorriu mais uma vez.

César chamou elas até uma mesa para tomarem um lanche. Maria não queria ir, mas acabou aceitando por sua filha. Logo eles sentaram-se e um garçom vinha atendê-los.

- O que desejam? - perguntou o garçom.

- Traga um suco de laranja pra mim. E vocês o que vão querer?

- O mesmo que você! - sorriu novamente - e você mãe?

- Quero apenas uma água. - respondeu friamente.

A lanchonete oferecia um ambiente agradável, exercendo um ótimo espaço com mesas espalhadas por todos os lados E os alimentos oferecidos são de primeira, portanto, sendo uma das melhores lanchonete da região.

O silêncio tomou conta de todos na mesa. Maria não disfarçava a sua infelicidade de estar conversando com aquele rapaz. Com Julia era diferente, ela se simpatizou com o moço e conversava sobre seu trabalho.

- Vocês trabalham por muito tempo na rua? - perguntou olhando meio sem graça para Maria.

- Sim, a mais de 20 anos! - respondeu Maria.

- Nunca tivermos uma vida melhor, geralmente ganhamos menos de 10 reais por dia. - Disse Julia revoltada.

César se comoveu com as dificuldades delas, e tentou oferecer mais ajuda.

- Eu fico muito triste quando vejo pessoas nas ruas arriscando suas vidas vendendo as coisas. Minha vontade era poder ajudar todo mundo que estar nessa situação, mas como não posso estou disposto a ajudar vocês. - Disse sinceramente, demonstrando interesse em ajudá-las.

Maria se levantou furiosamente da mesa derrubando a cadeira e disse:

- Olha aqui! Não precisamos de sua ajuda sempre nos viramos sozinha, e não é o primeiro que aparecer que já vamos aceitar. Você deve estar interessado em minha filha, pensa que não vir o jeito que você olhava pra ela? - Disse num tom elevado - vamos Julia não temos mais nada o que fazer aqui. - Disse se retirando.

- Me desculpe Cesar minha mãe é muito desconfiada, agora tenho que ir, obrigado pelo dinheiro.

Antes que ela se retirasse, Cesar retirou um cartão do bolso, com seu número.

- Esse é o meu número - disse dando o cartão - quando precisar me liga nesse número, que estarei a sua disposição.

- Obrigado! - Disse guardando o cartão no bolso de sua calça.

Fefetilo
Enviado por Fefetilo em 26/02/2011
Código do texto: T2816548
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