INSENSATEZ

Chovia, sentia as gotas finas e gélidas deslizarem em meu rosto, minha pele se contraiu, senti frio.

Ignorei as pessoas apressadas em busca de abrigo, fugindo para não se molharem. Sequer desviei as poças formadas em tantos buracos da calçada, meus pensamentos tumultuavam em meio as buzinas e a correria dos pedestres na cidade fria.

A cada passo lento e mecânico mais culpada e nua me sentia. A chuva aumentava na mesma proporção da minha angustia e das minhas lágrimas confundidas com água fria da implacável chuva de inverno.

O meu corpo estremeceu não pelo frio da minha pele gélida, mas pelos sentimentos sombrios que me dominavam.

Os olhares indagativos das pessoas sequer me surpreendiam, o mundo seguia seu caminho. Quem se importava? A curiosidade mórbida, mas humana do sofrimento alheio.

Não sei ao certo quanto tempo andei, estava realmente cansada. O frio então dominou-me e a brisa tornou-se quase insuportável.

O amor que outrora sentia por ele se findou com a chuva, brusca, fria e repentinamente.

A memória será meu algoz de um amor insano e da minha insensatez.

Drica Love Barreto
Enviado por Drica Love Barreto em 25/02/2011
Código do texto: T2813924
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