A.S.A.P

Acordei, levantei da cama e corri pro banheiro. Saciei algumas necessidades fisiológicas, tomei banho e fui em direção à cozinha, detendo-me apenas para contemplar Sarah dormindo com o rosto inexpressivo que lhe era característico. Coloquei algumas colheres de leite em pó dentro do copo do liquidificador, coloquei água e deixei ligado enquanto colocava ração no pote da gata. Ao ouvir o barulho da ração se chocando com o pote, ela surgiu pela janela da sala. Miou dando bom dia, deu uma roçadinha no meu tornozelo e foi comer. Desliguei o liquidificador, joguei o leite na caneca e acendi o fogo. Acendi um cigarro, também. Quando o cigarro acabou, apaguei o fogo. Sarah aparece na porta esfregando os olhos. Abre os braços se espreguiçando. Os mantém abertos e caminha em minha direção, querendo um abraço. Abraçamo-nos. Ela estava com o corpo quente. Aquela pele lisa e quente. Aquele bafinho matinal. Fomos pro quarto e trepamos com a gata em cima do pedestal, observando com indiferença. Depois que acabamos, voltei pra cozinha e ela foi pro banho. Quando ela saiu, de calcinha e enxugando a cabeça, a mesa já estava posta. Comemos e conversamos um pouco. Escovei os dentes enquanto ela tirava a mesa. Me troquei enquanto ela escovava os dentes. Fumei dois cigarros, li três páginas de um livro, arrumei a cama e limpei a areia da gata enquanto ela se trocava. Pegamos o Metrô. Encostei na porta e Sarah encostou em mim. Puxei seu quadril pra sua bunda ficar mais colada em mim. Beijei-lhe a nuca e depois dei uma mordidinha, observando a penugem de seu antebraço ficar eriçada. Ela mordeu meu queixo antes que a porta se abrisse e saíssemos. Fomos ao cinema. Chorei no meio do filme. Sarah bocejou o tempo todo. Saímos do cinema e ficamos durante horas botecando ao ar livre. Paguei a conta e então andamos de mãos dadas durante um bom tempo, um tanto quanto alterados pelo álcool. Discutimos por bobeira no Metrô. Chegamos em casa já em paz. Brincamos com a gata e pedimos pizza. Fumamos um cigarrinho diferenciado, trepamos no chuveiro e depois fomos dormir de conchinha com a gata nos nossos pés.

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 21/02/2011
Código do texto: T2806424
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