REFLEXIVO
Hoje eu sei muito do outrora não sabia. Sei que em uma traição conjugal há no mínimo um engano compartilhado por no mínimo três pessoas. Que existe realmente diversão em outros corpos, mas apenas um será o que te absolverá de toda culpa imputada. E lhe trará aconchego, prazer verdadeiro.
Hoje sei que o amor que nutrimos não deve gerar arrependimentos ainda que não seja recompensado pela outra pessoa. A recompensa desse amor está em sua própria existência.
Hoje sei que o altruísmo é algo inerente a esse amor, pois o contrário de amor não é o ódio, mas o egoísmo, o egocentrismo.
Sei o bem que me faz dizer pra pessoa que tenho por perto o quanto sua presença é significativamente especial em minha vida. Há pessoas que se foram e não terei mais oportunidade de externar essa minha experiência. Arrependo-me imensamente por isso.
Hoje sei que nada levo dessa vida e a única coisa que deixarei ao partir (e que valha a pena) será minha contextualização dos meus textos e dos meus gestos nobres. Continuo temendo a mim mesmo, meus erros. Desconfiando das minhas “bondosas” ações “a troco de nada”. Mas pretendo amar a despeito da minha miserabilidade íntima da alma, apesar de ser alguém que insiste em ilhar-se e sabotar os próprios planos.
Sendo assim, querendo, posso lhe entregar meu falho e humano coração, já que ele ainda pulsa.