OI, JESUS, EU SOU O ZEZINHO.

Foi um susto e tanto quando ele entrou pela primeira vez na igreja, correndo com se estivesse fugindo da polícia, depois ajoelhando, se benzendo e deixando o lugar tão rápido como quando entrara. Padre Paolo não conseguiu abordá-lo tamanha a pressa do sujeito, e isso o angustiou. Depois a cena se repetiu por várias vezes, sempre ao meio-dia. Cansado daquela correria diária na sua paróquia, o vigário preparou uma "armadilha" a fim de pegar aquele sujeito desrespeitoso e fazê-lo falar sobre os seus maus modos. Fez assim e obteve êxito - fechou a porta da igreja assim que o "maluco" entrou - depois perguntou o porquê daquela pressa de todo dia.

_ Seu padre, desculpe-me. Meu nome é Zezinho e eu trabalho numa fábrica um pouco distante daqui. Só tenho uma hora de almoço, logo minha reza se resume a um simples: Oi, Jesus, eu sou o Zezinho. E depois é correr de volta pra não perder a hora e o emprego.

O padre, a princípio se comoveu, depois pecou pelo orgulho de ter tão devotado fiel frequentando sua igreja. Contudo, houve certo período em que Zezinho se ausentou deixando o pároco ansioso e preocupado, e muito mais quando recebeu a notícia de que o mesmo havia sofrido acidente e encontrava-se hospitalizado.

_ Mas pasme, seu padre. Tão dizendo que assim que Zezinho se hospitalizou, os doentes da enfermaria estão se curando muito rapidamente e aquele lugar parece mais com um circo do que com um hospital de tanta alegria que ele transmite.

Curioso, padre Paolo resolveu visitar o amigo acidentado e, lá chegando, perguntou a Zezinho sobre os motivos de tantas graças e alegrias que pairavam sobre aquele lugar de dor e convalescênça. Ao que, prontamente, Zezinho lhe respondeu:

_ Sabe, seu padre? Todo dia ao meio-dia aparece na porta da enfermaria um homem barbudo, vestido com roupas simples, que me olha e diz: Oi, Zezinho, "Eu sou Jesus."

Autoria desconhecida.