Preto e branco

Só mais um segundo, só mais um segundo. Seria o suficiente para, assim, alcançar o inalcançável?

Ele aproximara-se. Ela, distraída, não percebeu. Aquele olhar penetrava sua alma a ponto de fazê-la tremer.

Tinha medo. Amava, sim. Mas não era amor. Certo?

Beijou sua boca como quando da primeira vez em que estavam na praia, vendo estrelas junto com o quebrar das ondas. Era a sintonia perfeita. Em completa harmonia, também.

Tantas interrogações. Ela não parava de se questionar. Ele não se cansava de amar.

Ele tinha expulsado toda racionalidade. Ela, não, expulsou a emoção, em contrapartida.

Ela sentiu aquele abraço tomando conta dos seus sentidos. Era a (in)segurança que sempre desejou.

Horas e horas passaram.

Ela, então, foi morrendo aos poucos... em meio ao preto e branco de sua alma.

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 04/02/2011
Reeditado em 22/05/2013
Código do texto: T2770839
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.