Sinto falta de você...

... nos finais de semanas, principalmente no inverno quando subíamos à serra. Junto a lareira, na mesa de sempre, uma travessa de petiscos, acompanhada de um bom vinho, nos era servida.

O ambiente bem decorado e a boa música nos convidava a ficar horas conversando. Entre um gole e outro de vinho, alternados com os petiscos, sussurrávamos juras de amor e ao mesmo tempo trocávamos gestos de carinhos.

Assim, avançávamos noite a dentro, até que a madrugada chegasse e ouvíssemos o maestro tocar a música de despedida. Alíás, para nós, não era necessário avisar a hora de recolher, pois o encerramento era anunciado sempre com a mesma música.

Nem sempre ficávamos até o final da noite. A troca de carinhos, mais o nosso limite de álcool ingerido, impulsionávamos a recolhermos para o nosso aposento. Bendito o momento quando isso acontecia; entre as quatro paredes éramos livres para darmos asas aos nossos desejos.

Vivemos os bons momentos sem pressa! Sussurrávamos palavras e gestos de carinho, tentando esquecer que o outro dia estava apontando e sofrendo por saber que o próximo final de semana demoraria a chegar. Sensualmente, você me enfeitiçava, abraçando-me forte e cobrindo-me de beijos ofegantes, como se fosse o último encontro.

De repente, você partiu sem me dizer adeus, deixando-me confusa sem saber o porquê do seu silêncio. O vazio que sinto em Minh’alma faz parte de meus dias. A saudade, a dor do abandono, a solidão... deram espaço para a depressão fazer de mim, mais uma de suas moradas. Assim, vou vivendo:ora recordando os bons momentos vividos, ora a tentar entender o porquê de um sonho tão lindo que prometia vivermos a realidade, transformar-se em um forte pesadelo.

Por isso, vivo a lamentar a sua ausência e sempre a afirmar: “Sinto falta de você... “dos nossos encontros de amor.”