A Echarpe Violeta
Alana, a pura e delicada Alana.
Uma jovem cadeirante, com sonhos de amor nunca despertados mas que tinham uma intensidade tamanha que fazia vibrar sua alma a cada suspiro.
Garota forte, determinada, conseguiu com muito empenho realizar seu desejo mais urgente, aquele que fazia girar como um redemoinho sua mente incessante.
Estudou muito, sempre foi a melhor em tudo que se dispunha a fazer. De sentimentos fracos e situações dúbias nunca quis saber e com muita luta se fez reconhecer. Um grande emprego, um belo salário e por certo muito trabalho diário.
Mas a verdade ela sabia e a vida seguia com grande maestria.
Tanto fez que foi transferida para outra cidade bem longe de tudo que a deprimia em noites frias e de pouca sintonia.
- Você não vai conseguir se virar sozinha – diziam todos eles com bocas cheias de palavras vazias.
Mas ela sabia, seu coração reconhecia que a felicidade ela merecia.
La foi ela toda serelepe para a cidade das ondas macias.
Mal sabia ela que seu maior sonho lá se realizaria e ah como esperou por esse dia em cada tarde vazia. ... mergulhando no trabalho achava que não via mas sua alma sabia e sempre repetia: Um dia vais encontrar o teu grande amor guria.
Belo dia, estava Alana contemplando o mar do jardim de seu edifício, pensando na vida, em tudo que conseguira ate ali e em suas noites tão vazias de amor.
Entre seus dedos dançava uma linda echarpe violeta, presente de sua querida mãe... em dado momento, devido a uma traquinagem do vento, a echarpe escapou festeiramente de suas mãos e sairia dançando por ai se não fosse a manobra exata de um gentil estranho que a apanhou no momento exato.
Seu coração bateu tão forte que ela achou que ele poderia ouvir... que estranho mais lindo gritava seu coração e seus olhos confirmavam a afirmação calorosamente.
Ah que olhos tão azuis... como deve invejar o céu esses olhos... um olhar petulante de gato invocado.
- Maureen, minha adorada gata persa ia adorar ver esse olhar de gato selvagem –pensou ela.
Ao capturar a echarpe fujona, o nobre estranho pode sentir o aroma de lavanda, baunilha e morango do perfume daquela adorável mulher. - Que perfume marcante e adocicado, adoraria sentir mais de perto, mas, não seja afoito homem, pode assustá-la e talvez nunca mais a veja. Não, isso não, não pretendo perder de vista este olhar por um momento sequer – pensava ele.
Perdida em seus pensamentos, não notou a aproximação do gentil estranho com sua echarpe nas mãos.
Mãos? Ah até as mãos dele são lindas, dedos longos e fortes mas ao mesmo tempo tão gentis.
Cabelos negros, lisos e longos – Epa, minha gata também ia gostar muito disso porque ela é assim, mas tem olhos verdes não azuis. Bom, de qualquer forma, tem olhar de gato arisco também, mas é um arisco tão gentil.
- Sua echarpe moça – disse ele entregando o tecido fino e macio nas mãos dela sem no entanto, tirar os olhos azuis dos dela.
Seus dedos tocaram os dela no mesmo instante em que duas almas enfim se reencontravam na roda viva da vida.
Sem desviar o olhar do olhar dela, os pensamentos dele também vagavam...
- Moça tão bela, presa assim em um castelo sem paredes. Como sinto vontade de pega-la nos braços e levar comigo vida afora – pensou ele ao vislumbrar a jovem de olhos verdes e cabelos escuros como uma noite fria de outono, a contemplar solitariamente o mar.
Um suspiro ecoou pelo ar...fazendo cantar a mais sonhadora onda no mar.
Quem será que suspirou? Ah foi o amor, minha flor.
Amor não se explica, se sente. Não se sabe de onde vem e nem para onde vai, apenas se vive sem exigir nada mais.
Olhos nos olhos... sonhos nos sonhos...corações misturando-se pela vida rumo a eternidade sem limites de um sentimento sem fim.
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Versão sensual dos fatos em breve. Aguardem.