Desabafos de Marina
Hoje acordei tarde, olhei no espelho e assustada, percebi como tinha chorado a noite passada. Será que valia a pena? Olheiras, o rosto avermelhado e aquela sensação de cansaço? Acho que não!
Olhei em volta, roupas espalhadas pelo chão ou em cima de móveis, restos de uma comida num prato em cima da pia, aquele cheiro de ambiente fechado como se o mundo lá fora fosse uma ameaça e eu tivesse que me proteger.
Estava mais gorda, mais chata, reclamando de tudo. Cadê aquele sorriso que iluminava o meu rosto, que agradava a... Ele... Lembrei! Foi embora quando Luis me abandonou, quando disse que tinha que seguir em frente e realizar tudo o que tinha planejado! Que imbecil!
Nem sequer teve a coragem de olhar nos meus olhos, de me encarar, de mostrar um pouco de respeito! Aos poucos vou lembrando tudo. Chegou depois das nove, pisando devagar no tapete com aquele sapato engraxado, mãos nos bolsos, olhando pra parede... Até parece que algum dia prestou atenção naquele quadro idiota que estava ali há tanto tempo! Nem sei por que comprei aquilo!
Começou com aquela conversa fiada de... A gente se conhece há tanto tempo... Eu gosto de você... Mas sabe... Lembrou de um acontecimento do passado e blá blá blá... E eu pensando no tempo que levei para escolher uma roupa só pra estar bonita pra ele! O telefone tocou, ele pediu desculpas e atendeu, falando baixinho, como se eu não soubesse quem estava do outro lado da linha. Odeio homens! Por que tanta palhaçada só pra dizer que eu não era importante? Que eu não cabia mais dentro dos sonhos dele! Droga!
Podia fazer como uns e outros que simplesmente param de telefonar ou deixam o fone na secretaria eletrônica, estão sempre viajando, sei lá... A gente acaba entendendo o recado! Não! Ele tinha que me humilhar! Tinha que vir de novo na minha casa... Olhá-la como se disse: “é muito simples! Ou É muito pouco pra um cara como eu! E daí? A casa é minha! É o que eu tenho! É meu refúgio secreto! Dane-se! Até parece que mora na zona sul!
É por isso que eu gosto de relacionamentos sem compromissos, sem esse lance de me levar em casa, entrar e sentar no sofá! O último cara foi mais cretino ainda! Chegou com aquela conversa de: gostei muito de você! Quero compromisso sério! E você? (como assim? Me perguntei. Nos conhecemos há dois dias!) Mas deixei ele falar, sabia que o miserável só queria “outra” coisa!
Depois, começou com aquela “pesquisa de mercado”: Onde você trabalha? Como se sustenta? (Hum?)... Comecei a ficar com medo! Quer filhos? Vai ao cinema? Você é crente? (Tá de sacanagem! – Pensei). Senti como se minha vida tivesse sido invadida por um Hacker! (Quer meu CPF, Identidade, título de eleitor? – Aí meu Deus! Da onde surgiu essa peça?).
Tá rindo! O pior vem agora: depois de inúmeras perguntas (a maioria sem respostas plausíveis), o idiota me fala: Agora eu vou embora, tenho que visitar uma amiga! Como? Uma amiga, ela é noiva, mas a gente se fala de vez em quando! Mas com você é compromisso sério! (Tá bom!)
Tudo o que queria era tirar aquela criatura de dentro da minha casa! Sorri! E aí veio outra tacada de mestre: Quando a gente vai se vê? Eu te ligo! Respondi com outro sorriso de boa anfitriã. Beijinho no rosto e Tchau! Ufa! Que pesadelo! Medidas a tomar: sumir por uns dias, desligar o celular e mudar a fechadura da porta! Palhaçada!
Será que minha mãe estava certa: Que eu só atraio porcaria? Será que é de família? Maldição hereditária? Bem que eu ouvi uma história que minha bisa rogou praga pra minha avó! Será que é isso? Eu é que não vou passar pelo “corredor de fogo”! Nem pensar! Pelo menos estou sorrindo agora que me lembrei do carro de som de uma igreja, anunciando o tal corredor de fogo! Marina, Marina! Deixa a religião dos outros!
Sabe o que vou fazer? Vou abrir as janelas, colocar um som maneiro e limpar toda essa bagunça! Eu não mereço viver assim! Qual é? Depois vou tomar um bom banho, trocar de roupa e sair, ver o mundo lá fora, passear na praia, sentir o vento no rosto! Dane-se aquele imbecil que me alugou por dois anos! Dane-se Luis! Ops! Acho que um vizinho me ouviu... Desculpa! Tudo bem? Haham!
Kkkkk! Pareço uma maluca! Que nada! Já chorei demais! Pensando bem... Eu também podia mudar o visual, cortar o cabelo, comprar roupas novas! “Espelho, espelho meu! Tem alguém mais bonita do que eu?” Não!
É isso aí Marina! Chega de sofrer! O mundo não é feito só de cafajestes!
Xô frescura!
Hoje acordei tarde, olhei no espelho e assustada, percebi como tinha chorado a noite passada. Será que valia a pena? Olheiras, o rosto avermelhado e aquela sensação de cansaço? Acho que não!
Olhei em volta, roupas espalhadas pelo chão ou em cima de móveis, restos de uma comida num prato em cima da pia, aquele cheiro de ambiente fechado como se o mundo lá fora fosse uma ameaça e eu tivesse que me proteger.
Estava mais gorda, mais chata, reclamando de tudo. Cadê aquele sorriso que iluminava o meu rosto, que agradava a... Ele... Lembrei! Foi embora quando Luis me abandonou, quando disse que tinha que seguir em frente e realizar tudo o que tinha planejado! Que imbecil!
Nem sequer teve a coragem de olhar nos meus olhos, de me encarar, de mostrar um pouco de respeito! Aos poucos vou lembrando tudo. Chegou depois das nove, pisando devagar no tapete com aquele sapato engraxado, mãos nos bolsos, olhando pra parede... Até parece que algum dia prestou atenção naquele quadro idiota que estava ali há tanto tempo! Nem sei por que comprei aquilo!
Começou com aquela conversa fiada de... A gente se conhece há tanto tempo... Eu gosto de você... Mas sabe... Lembrou de um acontecimento do passado e blá blá blá... E eu pensando no tempo que levei para escolher uma roupa só pra estar bonita pra ele! O telefone tocou, ele pediu desculpas e atendeu, falando baixinho, como se eu não soubesse quem estava do outro lado da linha. Odeio homens! Por que tanta palhaçada só pra dizer que eu não era importante? Que eu não cabia mais dentro dos sonhos dele! Droga!
Podia fazer como uns e outros que simplesmente param de telefonar ou deixam o fone na secretaria eletrônica, estão sempre viajando, sei lá... A gente acaba entendendo o recado! Não! Ele tinha que me humilhar! Tinha que vir de novo na minha casa... Olhá-la como se disse: “é muito simples! Ou É muito pouco pra um cara como eu! E daí? A casa é minha! É o que eu tenho! É meu refúgio secreto! Dane-se! Até parece que mora na zona sul!
É por isso que eu gosto de relacionamentos sem compromissos, sem esse lance de me levar em casa, entrar e sentar no sofá! O último cara foi mais cretino ainda! Chegou com aquela conversa de: gostei muito de você! Quero compromisso sério! E você? (como assim? Me perguntei. Nos conhecemos há dois dias!) Mas deixei ele falar, sabia que o miserável só queria “outra” coisa!
Depois, começou com aquela “pesquisa de mercado”: Onde você trabalha? Como se sustenta? (Hum?)... Comecei a ficar com medo! Quer filhos? Vai ao cinema? Você é crente? (Tá de sacanagem! – Pensei). Senti como se minha vida tivesse sido invadida por um Hacker! (Quer meu CPF, Identidade, título de eleitor? – Aí meu Deus! Da onde surgiu essa peça?).
Tá rindo! O pior vem agora: depois de inúmeras perguntas (a maioria sem respostas plausíveis), o idiota me fala: Agora eu vou embora, tenho que visitar uma amiga! Como? Uma amiga, ela é noiva, mas a gente se fala de vez em quando! Mas com você é compromisso sério! (Tá bom!)
Tudo o que queria era tirar aquela criatura de dentro da minha casa! Sorri! E aí veio outra tacada de mestre: Quando a gente vai se vê? Eu te ligo! Respondi com outro sorriso de boa anfitriã. Beijinho no rosto e Tchau! Ufa! Que pesadelo! Medidas a tomar: sumir por uns dias, desligar o celular e mudar a fechadura da porta! Palhaçada!
Será que minha mãe estava certa: Que eu só atraio porcaria? Será que é de família? Maldição hereditária? Bem que eu ouvi uma história que minha bisa rogou praga pra minha avó! Será que é isso? Eu é que não vou passar pelo “corredor de fogo”! Nem pensar! Pelo menos estou sorrindo agora que me lembrei do carro de som de uma igreja, anunciando o tal corredor de fogo! Marina, Marina! Deixa a religião dos outros!
Sabe o que vou fazer? Vou abrir as janelas, colocar um som maneiro e limpar toda essa bagunça! Eu não mereço viver assim! Qual é? Depois vou tomar um bom banho, trocar de roupa e sair, ver o mundo lá fora, passear na praia, sentir o vento no rosto! Dane-se aquele imbecil que me alugou por dois anos! Dane-se Luis! Ops! Acho que um vizinho me ouviu... Desculpa! Tudo bem? Haham!
Kkkkk! Pareço uma maluca! Que nada! Já chorei demais! Pensando bem... Eu também podia mudar o visual, cortar o cabelo, comprar roupas novas! “Espelho, espelho meu! Tem alguém mais bonita do que eu?” Não!
É isso aí Marina! Chega de sofrer! O mundo não é feito só de cafajestes!
Xô frescura!