PASSEIO À VIDA !

PASSEIO À VIDA

Eram-se passados alguns anos, em algum lugar de uma grande cidade,distraído,caminhante eu,sem rumo certo, sem hora certa pra chegar...simplesmente, caminhava. Ia prestando atenção nas pessoas,apressadas,calmas,distraídas,atentas com o transito louco da capital,sons, barulhos de buzinas,apitos de guardas de transito,aglutinação de pessoas,em cada esquina, esperando os semáforos abrirem, atravessando correndo,onde deveriam andar...préssas,eu, a caminhar observando a vida passar...cheguei a uma praça,o nome não sei...continuei meu andar,e ,quando por mim dei...ví, em alguma vereda,uma construção diferente...éra nada mais nada menos que uma construção que destoava em tudo o que a circundava.Mais parecia um hospital, ali, em meio à praça...foi-me deixando curioso, o fato de ser um prédio muito grande,e, situado em meio a uma praça pública...estranho...mas continuei meus passos em direção ao mesmo,quando ouvi chamarem-me pelo nome.Engraçado que ali estava por acaso.Não lembro-me de conhecer pessoa alguma por aquélas paragens. Voltei-me e avistei um senhor, aparentava um médico, avental branco, óculos sob um nariz adunco que o mantinha levemente curvo, mas, aparentava dono de uma aura muito especial, pois olhava-o contra um sol forte, e sua silhueta tampava minha visão dos raios do sol...impressionou-me sua brandura de voz,sua maneira gentil de estender-me a mão para cumprimentar-me.Em tudo o via como pessoa para mim,ainda desconhecido,apesar de chamar-me pelo meu nome. Parei, estendi-lhe a mão e o cumprimentei.Como se adivinhasse meus pensamentos, falou-me de conhecer-me a longo tempo,que era-lhe conhecida a minha vida,desde minha infância,e perguntou-me se gostaria de entrar naquele magnífico prédio,a fim de descansar do sol,beber, quem sabe, uma água reconfortante...o que aceitei. Ato contínuo pegando-me pelo braço, entramos porta a dentro, e foi, como adentrássemos em um local completamente quieto...não ouvia-se sons advindos da porta que acabávamos de cruzar.Ouvia-se sim, muito suavemente uma música que deixava-me enlevado, de tão suave sua sonoridade.Quebrando aquele encantamento,foi-me conduzindo a uma ante sala, na qual ofertara-me sentar-me em amplo safa, enquanto providenciava a água prometida.Fiquei a observar, pessoas que por mim passavam, algumas com papéis as mãos, outras,como se em oração,braços ao longo do corpo,em toda minha volta, uma amplitude totalmente alva,longos corredores,não atinava-se tal grandeza, pelo lado de fora do edifício...

Mas eis que retorna a minha companhia, aquele que deixou-me intrigado, em saber-me o nome, trazendo-me de volta,interrompendo meus pensamentos...Demorei-me? Perguntou ele...não o quis deixar com sua dúvidas,onde estás ,que lugar é este, e quem sou...acertei?Nada poderia tornar-se ainda mais misterioso para mim, tudo o que estava presenciando...como aquele senhor saberia o que estava pensando? Como saberia ele de eu estar querendo lembrar-me de quem ele era, de onde o conhecia,que lugar era aquele e onde encontrava-me...Passou-me a falar, era como se estivéssemos só nos dois, de tão quieto o lugar...olhava ao meu interlocutor,ao mesmo tempo que olhava ao redor...nada reconhecia...não avistava rosto algum conhecido...nada que pudesse pensar.Dando uma leve tossida, como a interromper meus pensamentos,falou-me...Sou o que em teu mundo o chamam de guardião, sou-te o guardião da luz, da vida, do dia e da noite,das estrelas,da chuva...enfim,sou o zelador de seus passos.Nada podes sem antes eu o saber, e como o conheço desde seu nascimento,mesmo antes,o trouxe a esta casa, que a tenho,para que possais refletir seus próximos passos...sei-te homem honrado,sei-te bom pai de família que fostes.Dei-te então, a oportunidade que saibas o que o futuro o espera...não deixei que outro caminho andastes,e eis-te aqui...em minha companhia...ao sairdes por aquéla porta, compreenderás o que te digo.Após estas palavras,junto a ele, apareceram diversas pessoas,todas vestidas de batas brancas,e caminharam ao meu lado, até que encontrasse a porta que abri...Ví-me então deitado a uma maca, no interior de um pronto socorro,envolto por médicos,que davam-me atendimento de emergência...fiquei sabendo que ao atravessar uma rua, fora atropelado por um veículo em velocidade, que evadira-se do local, e para ali fora socorrido.Imediatamente,lembrei-me do prédio, da água ingerida,da sede contida,da paz.

Julio Piovesan