Mirante do Leblon - Laura e Cris

Domingo triste, cidade sem vida, e do outro lado alguém muito interessante disposto a conversar e mostrar suas qualidades.

Laura era uma mulher muito assediada, mas ninguém conseguia despertar algo novo.

Bastou escutar bela canção de Cris para que pudesse sentir novamente paixão... Nossa, como uma voz seria capaz de trazer vida para seus dias. A partir daquele dia, todos os dias eles se falaram...

Apesar da distância, eles conseguiram preencher um vazio que existia em ambos, durante os domingos intermináveis, madrugadas e até mesmo durante o rápido horário de almoço...

Após três meses o encontro...e num lugar que não poderia ser melhor: o Mirante do Leblon. Antes disso, marcaram na Rua Vinícius de Moraes.. lindo. Apesar de ser julho, naquele dia o sol estava radiante.

Nossa, só um ser sensível seria capaz de levar uma mulher para um lugar como aquele.

Naquele momento nada era mais importante, aquela bela manhã foi cenário de um breve, mas intenso e tórrido amor. Puderam apreciar aquela linda paisagem.

Sim, amor, embora ela tentasse de todas as formas disfarçar, aquele não foi um mero encontro, mas foi um dia de amor.

Talvez Cris não saiba, nem nunca saberá, mas trouxe luz para os dias de Laura, nada era mais importante.

Com a distância perderam o contato, mas Laura nunca esqueceu aquele dia.

Foi entrega total, de corpo e alma, literalmente. Pela primeira vez, ao abraçar Cris, Laura se sentiu preenchida, como mulher, parecia que ele sempre fez parte de sua vida.

Por instantes trocaram confidências, relataram angústias, responsabilidades e fatos sobre o cotidiano.

Talvez tal entrega tenha assustado Cris. Talvez Laura tenha fugido com medo desse sentimento tão intenso e explosivo.

Alguns meses passaram, e Laura foi para o Rio novamente, desta vez, só, foi aí que a canção fez sentido:

"No dia em que fui mais feliz

Eu vi um avião

Se espelhar no seu olhar até sumir.

De lá pra cá não sei

Caminho ao longo do canal

Faço longas cartas pra ninguém

E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu

Onde foi exatamente que larguei

Naquele dia mesmo

O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino

Sempre me quis só

No deserto sem saudade, sem remorso só

Sem amarras, barco embriagado ao mar

Não sei o que em mim

Só quer me lembrar

Que um dia o céu reuniu-se à terra um instante por nós dois

Pouco antes de o ocidente se assombrar." (Adriana Calcanhoto).

Com saudades, ela partiu...

Partir
Enviado por Partir em 04/01/2011
Reeditado em 04/01/2011
Código do texto: T2707908
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