Um pouco de solidão
É manhã, bom dia sol. Estico meus braços e lembro que estou sózinho. Rodeado pelos móveis de minha falecida avó, ela sempre me disse para acreditar no amor. Amor? Eu amei. Amei a uma libertina como nunca mais amei ninguém. Lhe entreguei todas as juras de amor. Eu, que nunca havia chorado, nunca sequer hesitado por amor; hoje volto todos os meus passos, buscando encontrar no caminho um restinho de você. E todas as manhãs são iguais, entorpecido de tanta dor. Será que ela escuta meu choro? Será que em outros braços imundos mergulhas com o mesmo amor que mergulhara nos meus? E se não lhe restar mais vida? Mulher dos lábios cor de vinho tinto e olhos da cor do verão, consegue sentir meu coração partir?