Decreto

Arg! Que raiva dessa fantasia! Pode parar pele de ficar se arrepiando, pode parar cabeça de ficar viajando. Eu não quero esse tipo de coisa. Isso me irrita, isso vai me machucar. Sinto informar: isso não existe! Ele não é o que eu sonhei, nem eu sou o que ele sonha. Eu estou lúcida, estou aqui sozinha, por isso, acho melhor ligar e acabar com essa palhaçada por telefone mesmo. Melhor para mim, claro, com a vida que eu levo, preciso selecionar bem os problemas que vou ter que enfrentar. E, definitivamente, eu não tenho forças para lutar contra o amor, por isso, tô correndo. Vai ser o papinho de sempre, o lero-lero que deixa dúvidas, mas dá certo. Vou dizer que podemos ser amigos, mas não agora, daqui a dois meses ou nunca mais, quem sabe? Eu gosto do sereno, ele é um carnaval. Não vai dar certo nunca. E eu não tô preparada para o vício do amor, todo vício machuca e todo viciado insiste em correr atrás. Tô ficando sozinha. É, pra ele, eu sou covarde. Não quero arriscar, não quero aventuras, nem quero ficar com ele. Quero, assumo. Mas a paz de uma vida cômoda me faz deixá-lo ir. Não quero julgamento. A vida é minha, posso me arrepender, mas nem só de amor viver uma mulher. Morri.

Batisthay
Enviado por Batisthay em 28/12/2010
Código do texto: T2696578
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