O ENCANTADOR DE CAVALOS E AS MULHERES QUE O ENCANTARAM

Vivia a vida normal, quase que uma rotina. A única diferença entre os peões da fazenda, era a de ser filho único do dono da fazenda. Simples. Não fosse um pequeno detalhe. Quando pequeno tivera uma dor de ouvido sem tamanho. Coitado chorava que dava dó. E uma velha benzedeira falou para a mãe do então nenê: Pinga leite de égua parida, nos ouvido dele que sara. Voltaram para a fazenda e não é que tinha três éguas recém paridas. Uma delas mansa que deixava tirar o leite. As outras duas meio chucras davam um pouco de trabalho, mas se conseguia um pouco de leite. Na realidade eram gotas a serem pingadas nos ouvidos. E não é que deu certo? Já nas primeiras horas a dor desapareceu. Dormiu a noite inteira. Foi preciso acordar para mamar. Bendita benzedeira. Mas voltando ao assunto do pequeno detalhe. Todos os animais ao redor da casa tinham uma verdadeira atração pelo menino. As primeiras palavras foram: Arara-Arara. A mãe ficou um pouco triste, mas entendeu. Coração de mãe entende de tudo. E foi crescendo, um cachorro aqui, um quati ali, duas araras coração de boi mais acolá. Não gostava de passarinho preso. Construíra um tipo de comedouro em cima de um pé de pequi. E ali colocava de manhã e a tarde, frutas, pedaços de pão, milho quebrado e semente de girassol. Não precisa dizer que na fazenda além de bois e vacas, tinha porcos, marrecos, galinhas, patos e plantavam milho, girassol, soja e um pomar variado.

Outro detalhe que chamava a atenção era como conseguia ser entendido pelos animais. Vaca parida no pasto não avançava. Ficava meio de longe só olhando o peão curar o umbigo. Cavalo chucro ficava um tanto desconfiado, mas não dava problema quando era época de vacinar contra um montão de doenças, não colocavam resistências maiores. E para trocar ferraduras, aparar os cascos era como se estivessem sendo alvo de muita atenção e carinho. O que na verdade, eram.

Cresceu, estudou, ficou moço. Rosto curtido pelo sol. Alto. Um metro de noventa e dois de altura. Cabelo loiro. Puxou a mãe. Não gostava de usar chapéu. Só boné. Cabelo cortado curto. Não gostava de cabelo comprido. Nos bailes pouco se dava ao desfrute das moças faceiras e cheias intenções não muito boas e de desejos reprimidos. Pois tinham que confessar para o padre e então vinha a tal penitência. A vida sexual foi a mais natural possível. Vivia no meio da peonada. Levava as éguas para serem cobertas pelos garanhões da fazenda. Apartava touros para e época de reprodução. Fazia Inseminação Artificial. A peonada com as revista de mulher pelada, bailecos nas vendas e um dia quase que perde a virgindade. Quase porque na hora do vamos ver a moça se arrependeu e ele elegantemente entendeu. Ficou a ver o que não se sabe, mas a moça pelada é que não viu.

O vizinho de fazenda um baita de um alemão, grosso e sem educação, um dia apareceu com potro para ser domado. A peonada ficou toda assanhada. Seria uma festa ver peão montar e cair. E o coitado do potro se escafeder todo. Não houve a tal festa. O jovem cavalo ou o cavalo jovem estava com um cabresto e uma corda de nylon. Uns 8 metros de corda. Entrou no curral e ficou olhado para o potro. Pegou a corda e fez o potro correr em círculo. Primeiro no sentido anti-horário. Depois no sentido horário. Repetiu umas dez vezes. E cada volta diminuía a distância entre ele o potro. Ia encurtando a corta. Quando o potro já estava bastante suado e cansado, largou a corda no chão e ficou de costa para o futuro garanhão. Aos poucos ele foi chegando, chegando e parou a uma distância de uns três metros. O silencio era total. Dava para escutar a respiração do animal. Não virou para encarar o potro, sem antes colocar a mão no bolso e desenrolar um pedaço de rapadura. E então olhando firme nos olhos do cavalo, estendeu a mão e o cavalo comeu o pedaço de rapadura. Começou a andar em zigue-zague e o cavalo o acompanhava. Chegou à cerca, pegou um bacheiro de lã de ovelha e colocou no lombo do dito cujo. Depois tirou e deu para ele cheirar. Voltou a colocar o bacheiro e colocou a sela. Puxou o cavalo para o centro do curral e o fez andar calmamente. Largou a corda e foi para o centro. O cavalo estacou a não menos de um metro. Desta vez ao invés de dar mais um pedaço de rapadura, afagou-o, falou ao ouvido, passou a mão na cabeça e então deu mais um pedaço de rapadura. E então colocou o freio. Já se passavam mais de uma hora, nesta lida e a peonada quieta e boca aberta. Colocou o pé esquerdo no estribo para sentir o cavalo. Não reagiu. Montou e o cavalo então, começou a andar devagar. E assim andou em círculo, zigue-zague, reto e parava. Continuava a andar e parava. Ambos se entendiam. E o alemão não acreditava. Apeou, tirou o freio, a sela e o bacheiro. Mais um pedaço de rapadura. O senhor o deixe aqui por uns cinco dias. E depois pode vir buscar. E então a fama do peão domador de cavalo se alastrou. Cobrava e bem. Toda semana tinha um cavalo, uma égua para serem domados. Mula e burro eram os mais fáceis. Com isto tirou a alegria da peonada que assistir tombos e caídas.

Bom dia. A senhora é a dona da fazenda? Olha acho que sim. Mas não sou só eu. Tem o meu marido e o meu filho. Os dois tem o mesmo nome. O senhor deseja o quê? Quero falar com o seu filho. Olha ele chegando. Que tal? Tudo bueno? O senhor não é daqui, né? Não sou do suuul. O que deseja o senhor?

Pois é. A minha patroa, dona da fazenda, viúva do finado, pediu que eu viesse aqui para assuntar com o senhor (chamar aquele rapazola de senhor...) se podias dar uma chegada na fazenda, para domar um garanhão que veio lá do suuuul. Bicho danado de ruim. Não respeita nem o meu rebenque de couro de anta. Mas por que o senhor não traz o cavalo aqui para a fazenda? Pois é. Não temos viatura para carregar o cavalo e tenho medo que ele escoceie toda a carroceria de uma viatura de alguém que se disponha a trazer o tal bagual. E então o que o senhor acha? Eu? Não acho nada. Vou falar com o meu pai. Ele está colhendo girassol e logo vem para almoçar. O senhor fala com ele, almoça com a gente. O que ele disser está dito.

Uma semana se passou e o tal capataz, apareceu para buscar o jovem domador. Não sabia ele que daquele momento em diante a sua via iria se transformar...

Bom dia. Então o jovem é que estão chamando de Encantador de Cavalos? Meu nome é Tereza Cristina, viúva do falecido Lupércio Aragonez de Silva e Silva, mais conhecido no sul, por “seu Lupércio”. Nunca vi viúva de que não é falecido, pensou em responder. Conteve-se. Pois é. Se encanto cavalos não sei, mais dou umas domadas e tem dado certo. Vamos entrar. Um suco, refrigerante, café? Por favor, água sem gelo. A nossa funcionária vai lhe encaminhar ao seu apartamento e depois vamos conversar um pouco a respeito deste belo cavalo, que veio do sul. Conversa vai, conversa vem e eis que chegam uma bela moça e um jovem, cabeludo, bermuda, chinelo de dedo e um monte de tatuagens. Eram namorados. Ela sobrinha. Ele? Sabei-me lá.

No jantar a conversa rodou sobre cavalos, fazendas, peões, domas e por fim o que seria feito no dia seguinte. Por que o senhor não foi ver o nosso cavalo na cocheira? Não gosto de invadir o espaço dos outros. O melhor é respeitar o seu meio, sem provocar algum tipo de reação. Mas como assim? O meu cheiro é estranho. Deve estar acostumado com o cheiro de quem lida com ele. Prefiro amanhã nos apresentarmos.

Estranhou a cama. Mas conseguiu dormir. Achou estranho os olhares da moça para ele. Bom dia. Aceita um mate? Obrigado. Cavalo no curral. Cabresto, laço comprido. Peonada curiosa. Por favor, tirem os cachorros para bem longe e façam silêncio. Não fumem, não se movimentem. Fiquem longe da cerca do curral. E o ritual então começou. Era na verdade uma fera. Já se passaram três horas e os dois nada de ceder. Não aceitou o torrão de rapadura. Abriu a bolsa e tirou uma porção de açúcar demerara. O cavalo aceitou. Largou o laço no chão e ficou de costas para o garanhão. Relinchou. Urinou. E se postou de frente para o jovem domador. Olhos nos olhos. Aproximou-se e mais um pouco de açúcar. Acariciou a cabeça, não passou as mãos nas orelhas. Afagou o pescoço. Apalpou o lombo. Sentiu uma pequena contração. Retirou rapidamente as mãos. Como sempre fazia, colocou o bacheiro no lombo do cavalo, que antes preparara.

Quando o estavam trazendo para o curral, dirigiu-se a baia do cavalo, esfregou o bacheiro nas paredes, no cocho, no chão, rapidamente colocou sobre uma mancha de urina e então se dirigiu ao local onde deveria iniciar a doma. Razão pela qual podia se entender que havia um efeito psicológico, onde o animal se lembrava do cheiro da sua baia, onde se encontrava protegido e tranqüilo.

Por fim a sela e o gran-finale. Montou e cavalgou por um bom período. Todos estavam pasmos. Em pouco tempo o terror dos peões estava amansado.

O almoço transcorreu dentro da quase repetição do jantar.

O calor naqueles meses se fazia sentir de maneira muito intensa. O jovem casal de namorados aproveitava ao máximo as opções da fazenda. Piscina, cavalgadas, pescaria, churrasco e lógico a cama. Por sua vez a proprietária estava encantada com a facilidade e a docilidade com que aquele rapagão domara um dos cavalos mais indóceis que conhecera. Mas havia algo que extrapolava a razão e a normalidade. Algo inverso, em termos de sentimentos e entrega.

Saiu, entrou no galpão onde estavam as baias. Colocou o cabresto e o atou a um sovéu e saiu sem rumo, até encontrar um corredor ladeado de piquetes onde se encontravam as vacas, terneiros, novilhos, bois para engorda e alguns cavalos.

À medida que caminhava ia segurando o sovéu, para evitar alguma ação junto às éguas e cavalos nos piquetes, mas também experimentava soltar o cabo condutor, para ver a reação. Normal. Andavam lado a lado. Pareciam se conhecer dê há muito tempo.

E então o corredor apresentava um declínio suave e no final um rio. Um rio? Largo por assim dizer. Nas margens ainda permaneciam intocada a natureza. Areia fina e amarelada um verdadeiro ballet de borboletas. Pela primeira vez aquele cavalo estava em contato com um rio. O instinto o levou a beber com certo grau de precaução, aquela água. Sempre tomava água em bebedouro. O silencio era quase que total, não fosse pelos passarinhos. Mas então aguçou os ouvidos. Ouvira risos? Voltou à cabeça. E novamente risos. Conduziu o cavalo para a sombra de uma árvore e o amarrou firme. Abriu a porteira do piquete que margeava o rio e de onde provavelmente vieram os risos. Na mosca. Ali estava o casal de namorados tomando banho no rio. Pelados. Aos abraços e beijos, completamente nus. Uma harmonização com a natureza? E então viu com os olhos, que a terra há de comer. Saíram da água e deitaram sobre a toalha e então fizeram sexo de forma que combinava com o ambiente. Selvagem. Nunca antes havia visto tal cena. Acocorado a uma distância confortável dos olhos, acompanhava cada movimento, cada carícia e ouvia as exclamações de intenso prazer. Acocorado ficou ali até o casal voltar para o rio. Entendeu que seria prudente voltar. Fechou a porteira, desatou o sovéu da árvore e voltaram para a sede. Na retina ainda guardava aquele corpo de mulher. Quanto ao do rapaz, esta imagem fora apagada. Quando resolveram voltar o namorado foi na frente puxando os cavalos e para abrir a porteira. Ela então notou algo no chão. Um canivete. No cabo de osso, escrito Carlos. Guardou no bolso da bermuda. Mas ainda para se certificar que alguém por ali estivera não sabia se antes ou durante o banho de rio e o que mais havia acontecido. Notou então que havia uma mancha recente e úmida no chão e a terra pisoteada. Sinal que um cavalo por ali estivera. E o nome ligava ao cavalo e o cavalo ligava ao nome. Havia visto e curtido aqueles momentos?

E então o jantar foi servido na varanda da casa. Terminado o jantar se deslocaram para um pequeno jardim com um caramanchão, onde um excelente manjar branco era servido, acompanhado de um não menos magnífico vinho do Porto. Aproveitou um momento em o peão domador de cavalos se distanciou dos demais e foi direto ao assunto. É seu este canivete? Ficou vermelho e sem ação. Sim é meu. Onde o achou? No piquete perto do rio. O que você viu? Vamos diga o que você viu? Ora, vi o que você e o seu namorado estavam fazendo. Gostou do que viu? Eu lhe dou o canivete com uma condição. Não feche a porta do seu apartamento, com a chave esta noite. E saiu em direção ao namorado. Coração aos pulos. Suor frio.

Boa noite a todos. Estou um pouco cansado. Amanhã é sábado e os peões só trabalham até as doze horas e vou precisar de uns quatro. Loucura. Um simples canivete. E as conseqüências da sua curiosidade? Banho tomado, para relaxar. Não fechou a porta. Aguardou. Curioso e angustiado. E se ela viesse com o namorado? O fazer? E se o namorado a encontrasse no meu apartamento? A porta foi aberta. A luz era total e notou que ela fechara com a chave a porta e estava só. O que você quer de mim, um simples domador de cavalos? Não é um domador é um encantador. Agora que ver se você se encanta por mim, pois eu estou disposta a encantar você. Não precisa comentar o que aconteceu naquela noite. De fato era por assim dizer a primeira vez que se envolvia com uma mulher de classe, de posição, cheirosa, cheia de artimanhas sexuais, que comandava as ações e atos. Era a primeira vez que uma mulher no sentido maior da palavra o procurava para fazer sexo. Sexo puro. Não aquele comercial e de interesse por ser filho de fazendeiro. Aos poucos deixou-se envolver, foi se entregando, experimentando coisas que nunca imaginara poder acontecer. O perfume sofisticado misturado com o aroma da fêmea na sua plenitude sexual, aliado ao doce sabor dos beijos, molhados, insinuantes, mordiscados, do encontro de língua com língua, do arrepiar quando mordido na nuca ou beijado no ouvido. A intimidade da vez primeira que uma mulher o escolhera e a ela estava se entregando. Na realidade estava sendo encantado, por uma mulher cujo corpo vira pela vez primeira e de forma natural, fazendo sexo à beira do rio. Ficara sim excitado. Mas nunca imaginaria que tal viesse a ocorrer com ele. Os seios empinados, médios, sedosos, delicados o faziam delirar quando eram deliciosamente passados pelo seu rosto. E quando então ela em forma de súplica quase que silenciosa, pedia sussurrando nos seus ouvidos: beije e depois chupe. Aos poucos foi se entregando. Obedecia ao comando da fêmea que sabia o que desejava. Ora ela pedia e comandava, ora deixava-o a vontade na ânsia de experimentar algo novo. Conduzia as mãos de forma delicada, indicando como sinalizador qual a intensidade do toque, ora suave, ora intenso e a explosão da manipulação manual, era um verdadeiro torpor que experimentava. Da cama para o tapete, do tapete para o chuveiro e quase que atendendo as súplicas, na piscina. Seria loucura. Melhor não insistir. Melhor imaginar. Posições invertidas, algo que nunca antes ousara pensar. Como assim? Meu inocente peão. É só dar asas a imaginação. Gostou quando em pé? Agora vai adorar quando da recíproca, mas deitados. Primeiro eu por cima. Depois fico embaixo. Novamente outra explosão de prazer. O orgasmo como que combinado, nunca antes teria pensado que tal viesse ocorrer. Já ouvira falar no meio da peonada, mas...

Agora sim. Aqui está o seu canivete meu ex-inocente Encantador de Cavalos.

Bom dia. Bonito sábado. As atividades aqui na fazenda praticamente terminam às doze horas.

O casal de namorados agora com as malas prontas, despediu-se e se ganharam a estrada.

A empregada, após a louça lavada foi para a casa da sogra, em uma fazenda vizinha.

E ficou a proprietária o peão. Nem mais um vivente. Só na entrada da fazenda residiam três casais, que praticamente não vinham para os lados da sede. Que eram contatados por telefone em caso de precisão.

Bom, acho que eu também vou ganhar a estrada. Mas como? Se o motorista também foi para a cidade?

Só segunda-feira. Aproveite e me mostre como devo proceder com o nosso garanhão daqui pra frente.

O galpão, as baias, o corredor e na extremidade oposta à entrada um enorme depósito de feno. Feno macio, perfumado e fofo.

E ali mais uma vez o Encantador de Cavalos foi encantado por uma mulher, mais idosas, mais experiente, sequiosa por amor e sexo, a abstinência, o jejum sexual já durava quatro longos anos. E esta a oportunidade. Única e decisiva. Havia notado algo que merecia ser experimentado e usado. O jeans justo permitia notar a saliência. Passaram por todas as baias. Comentaram algo a respeito de como seriam os procedimentos. E finalmente o depósito de feno. Vestia uma saia rodada, de tecido leve. Botas de cano, salto alto. Camisa branca, amarrada na altura da cintura e com um decote provocante. Cabelos presos, como um rabo de cavalo. A escada era reta. Como dizem por ai, se permite vou na frente, pois primeiro as damas. Subiu e o Encantador de Cavalos logo a seguiu. Ousou levantar os olhos e. a visão era surpreendente. Subida demorada e compassada. Provocante ao extremo. Aqui é o nosso depósito... Não terminou a frase. Um beijo atrevido, o peão no chão, meio assustado e atrapalhado. Será que isto é de família? Primeiro a sobrinha. Agora a tia? A saia rodada agora estava no chão. A blusa desabotoada e desamarrada, no chão. Nua como nascera. E só restaram as botas de cano e de salto alto. Uma verdadeira domadora. Dominante, impiedosa, com todo o poder em forma de desejo. Seios médios, bem sustentados, naturais. Pernas roliças e tentadoras e mais provocantes pelo uso de saltos altos das botas. Seguiu o exemplo e o convite. O feno macio e cheiro doce do capim. A natureza servindo de berço para o que há de mais normal entre uma mulher e um homem. O desejo até então reprimido explodiu em forma de sussurros, beijos, palavras desencontradas. A experiência era novamente colocada em prática, o que se aprende de forma natural jamais se esquece. Imaginava um garanhão em toda a sua potencialidade. Não podia acreditar que tal estivesse ocorrendo. Os beijos demorados e maliciosos. Momentos e momentos. E a tarde passou de forma intensa e incrível. Ambos satisfeitos e entregues.

Voltaram para a sede, conversando banalidades e jogando conversa fora.

A fome a sede se faziam presente. À noite os encontrou na sala de jantar saboreando um Rigattoni igual aquele do Tappo Tratoria e um vinho de uvas Tannat uruguaio, que após a decantação de 15 minutos estava divino.

O silêncio, o calor, o ardor, o desejo, o inusitado, a carência, a paixão, a experiência e a inexperiência se fizeram presentes, na noite madrugada do sábado. O domingo os encontrou abraços nus envoltos por um lençol de linho.

E o Encantador de Cavalos seguiu a sua sina e convenceu-se então que fora encantado por duas mulheres maravilhosas e ardentes.

O tempo passou e o Encantador de Cavalos um dia resolveu seguir o seu destino, não resistiu ao ímpeto quase selvagem e entregou-se de corpo e alma àquela mulher que o encantara. Apesar da diferença de idade havia uma harmonia maravilhosa.

Até que um dia a sobrinha da proprietária da fazenda resolveu visitá-la.

Agora sem o namorado...

(De Nova York para o Brasil.)

ROMÃO MIRANDA VIDAL
Enviado por ROMÃO MIRANDA VIDAL em 27/12/2010
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